terça-feira, 29 de novembro de 2011

Dança afro

Como comentei no Facebook, essa semana fui na aula de dança afro. Uma experiência surreal, que quero repetir sempre!
A aula é gratuita, não sei quem paga os professores. E a turma é enorme e super heterogênea: homens, mulheres, crianças, adolescentes.
Eu imaginei uma dança meio tribal, difícil de acompanhar, com músicas desconhecidas. Tudo errado! As música são variadas, até Daniela Mercury tocou! E a dança é muito intuitiva, muito divertida, mexe o corpo inteiro! E ninguém fica se olhando, se avaliando. Simplesmente pessoas dançando, simples e feliz assim!
Detalhe: no final de semana fui na festa da baleia, e um dos professores estava lá. Ele começou a dançar, e dezenas de pessoas passaram a imitar seus passos! Foi também surreal!
Claro que eu também fui dançar com eles!

Renata recomenda a dança, simplesmente para se divertir! Afasta as más energia, revigora e relaxa!

domingo, 27 de novembro de 2011

Só por hoje...


Hoje acordei disposta a não intelectualizar as conversas e a não esperar dos outros mais do que aquilo que me podem dar...

Acordei com vontade de jogar conversa fora com amigos de longa data, de compartilhar com eles um chimarrão acompanhado de risadas e de relembrar histórias antigas...

Acordei com vontade de caminhar descalça na grama, de soltar os cabelos ao vento e de “lagartear” ao sol de um fim de tarde..

Somente por hoje eu gostaria de esquecer um pouquinho a correria enlouquecida em que se transformou minha vida e me entregar completamente ao ócio...


Déia escreve aos domingos e, como tantas outras pessoas, está sofrendo de “cansaço crônico de fim de ano”...

sábado, 26 de novembro de 2011

Acreditando em Deus

Não. Nunca fui fervorosa frequentadora da religião que meus pais me iniciaram. Confesso até que desconfiava de tudo o que era dito.

De um tempo pra cá, comecei a prestar atenção na minha evolução espiritual.

Comecei achar isso importante. Muito importante, aliás. Acho que todos temos nossas crenças e fazemos nossas orações. Eu sempre fazia. Mas não gostava de admitir. Sei lá porque. Talvez me sentisse hipócrita, como poderia admitir minha fé se não frequentava e até desconfiava daquilo tudo...

Minha mãe se tornou uma espécie de rezadora compulsiva nos últimos anos. Era até chato ter uma conversa com ela, pois para tudo ela achava uma explicação católica. Acho que era também por minha causa. Ela me confessou que estava muito preocupada com meu comportamento nos últimos cinco anos. Me achava triste e amargurada, e, como não podia ajudar, resolveu rezar por mim. Ultimamente tenho notado que ela se aquietou. Talvez tenha conseguido alcançar sua pequena graça...

Falo assim, um pouco distante, pois não estava mesmo acreditando muito no que ela vem me dizendo, insistentemente, desde que fiquei grávida: "minha filha, minha novena trouxe essa menina pra você. Acredite em Nossa Senhora das Graças! Foi ela, através da minha novena. Eu tinha certeza de que iria receber essa graça!" - Confesso que não acreditei mesmo! Não sou assim tão religiosa para acreditar nessas coisas...

Mas hoje, uma ligação dela e uma descoberta minha, me fez curvar diante da minha descrença e me coloquei a rezar em agradecimento. Nossa Senhora das Graças tem me acompanhado durante, pelo menos, os últimos três anos, e eu não sabia. Não estava vendo os sinais. Sei que isso pode parecer meio insano...eu mesma acharia se não fosse comigo, mas vou me recolher a minha humilde existência e agradecer, se não por mim, pela minha mãezinha, que se desdobra pra me ver feliz.

Eu, aqui, com uma medalhinha partida na mão, me faço pequena diante dessa energia superior que guia e protege a minha vida. E aproveito para rezar por todos que estão e passaram por ela. Que tenham paz e muito amor nos corações.

LorisB. escreve esporadicamente.

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Help!

Cada um tem as manias que merece e com as quais consegue lidar.

Eu tenho a mania de querer fazer tudo sozinha. Não é orgulho nem nada do gênero, foi mais necessidade, mesmo. E é um hábito difícil de desapegar.

Então, depois de muitas situações caravelenses que me impediam de comprar um galão de água, comprei! O suporte (rosa, óbvio) eu já tinha. Mas onde eu comprei eles não estavam entregando e levei mesmo assim.

Chegando em casa, limpei tudo, galão e suporte. E até cogitei chamar um vizinho pra ajudar. Mas né? Hábito é hábito, mania é mania. Coloquei eu mesma!

Não sei como (e queria muito saber como é que aconteceu) o galão escapou das minhas mãos e espatifou no chão! Me molhei inteira, e a cozinha alagou...

Não sei se o mais frustrante era ter levado tanto tempo pra comprar água e mesmo assim não ter...se era não ter conseguido colocar o galão sozinha...ou se era mesmo não ter com quem gritar e brigar, a não ser comigo mesma.

Enfim, fiquei sem água, toda encharcada, mas lavei toda a cozinha com água mineral, e ficou limpa como nunca!!

Renata vai tentar lembrar de pedir ajuda para as pessoas, não só para assuntos que digam respeito a morcegos.

domingo, 20 de novembro de 2011

Alguém para nos escutar

Hoje à tarde, como faço todos os dias, entro na página do jornal local para ler as notícias e vou imediatamente à coluna do filósofo e escritor Gilmar Marcílio.
E eis que me deparo com mais um de seus textos bem escritos e que nos propõem uma profunda reflexão. O texto de hoje intitula-se "Alguém para nos escutar" e, como o próprio nome sugere, trata da carência afetiva da qual muitos de nós sofremos nos dias atuais.Decidi, então, ceder o espaço do meu post e compartilhar com todos essa belíssima reflexão:

"ALGUÉM PARA NOS ESCUTAR
Andamos distraídos e excessivamente enamorados de nós mesmos

Caminhando pelas ruas do centro da cidade, sou surpreendido por um amigo que prende suavemente o meu braço e diz: “Você pode me escutar um instante, por favor?” Reencontrando-o depois de diversos meses, a intimidade de seu pedido quase chega a me assustar. Homem normalmente reservado, confessa-se em plena crise existencial. Ouço com toda a atenção de que sou capaz, tentando compreender o desespero que se apodera dele. Depois de meia hora, ele parte aparentemente apaziguado, quase redimido, como se algo que eu tivesse lhe dito representasse a salvação. Na verdade, apenas balbuciei duas ou três frases, sem importância alguma, mais para demonstrar o meu interesse do que para analisar as situações apresentadas. O que me leva a uma constatação óbvia: já não estamos mais sendo ouvidos e nos agarramos ao primeiro passante que a isso se predispõe. Não importa o que ele tem a nos dizer, o que queremos é que alguém pare e demonstre interesse pelo que acontece conosco.As formas de comunicação se expandem vertiginosamente. Nossos “amigos” virtuais são contados às centenas, quando não aos milhares. “Você não tem Facebook? Não acredito. E como faz para encontrar as pessoas?” Pergunta recorrente feita a este pobre ser que ora escreve e que não participa das redes sociais em voga. E, no entanto, todos esses que se orgulham de partilhar uma viagem a Maceió, o que comeram no almoço ou mesmo a briga mais recente com a esposa, tornaram-se incapazes de acolher quem está ao seu lado, suplicando por alguns minutos de atenção. O resultado dessa atrofia emocional é que nunca nos sentimos tão sozinhos. Casais muitas vezes preferem passar as únicas horas do dia em que poderiam ficar juntos conectados aos seus computadores. Logo mais estarão trocando mensagens on-line, mesmo a poucos metros de distância um do outro.Todas as grandes tradições filosóficas e religiosas enfatizaram a importância de ouvir, de acolher. Poucos de nós não são assaltados por algum sentimento de orfandade durante a existência. Ler um livro ajuda, ter uma família idem e mais ainda reunir-se com quem professa ideias parecidas com as nossas. Mas nada disso garante que seremos escutados, no sentido mais profundo da palavra. Que nossas dúvidas encontrarão ressonância em ouvidos alheios. Andamos distraídos e excessivamente enamorados de nós mesmos. Em busca da satisfação imediata dos nossos desejos, esquecemos que ao nosso lado pessoas palpitam e querem unicamente um modesto naco do nosso tempo. O que lhes damos, no mais das vezes, é um breve intervalo, em que a distração é a protagonista. Os consultórios terapêuticos não estariam tão cheios se cada um tivesse alguém que se predispusesse a acolher o que nos atormenta ou é causa de contentamento. Sentir é apenas uma parte da história. Partilhar nos dá a sensação de pertencimento.Não quero ser mais uma voz no coro dos descontentes. Acendo velas imaginárias todos os dias, como um exercício de gratidão pelo que tenho. Mas é difícil não perceber o grau de solidão em que muitos mergulharam. Sucesso profissional, financeiro ou mesmo afetivo nem sempre representam a proteção que nos salva do abismo da angústia. Perdidos dentro de um grande mar de escolhas, andamos sem rumo, querendo que alguém nos reconheça, dando-nos espaço para traduzir o que vai na alma. É pouco o que pedimos, mas parece ser muito para quem está ocupado ouvindo o timbre da própria voz. O que para nós muitas vezes não tem importância alguma é questão de vida ou morte para o outro.Gosto de me deslocar de mim, pensando nos universos infinitamente pequenos e infinitamente grandes. Oscilo entre os átomos e o cosmos. Isso diminui admiravelmente a importância que eu eventualmente possa me atribuir. Conjugação que me agrada e faz com que eu repita, constantemente: passarei, passaremos, passarão. Diminuo o passo em busca de mais um viajante que queira dividir comigo a surpresa de ser. A surpresa de todo ser.


(Texto de Gilmar Marcílio.



Déia escreve aos domigos e é fã incondicional dos escritos de Gilmar Marcílio

domingo, 13 de novembro de 2011

Das multidões

Abomino as multidões!

Simplesmente não consigo me sentir confortável com inúmeras vozes elevando-se umas sobre as outras para se fazerem ouvir.

Acho detestável as pessoas tentando, a todo custo, chamar a atenção sobre si mesmas.

Não suporto os sorrisos forçados, os abraços vazios, a demasiada conversa com escassez de conteúdo...

O excesso de superficialidade das multidões me oprime de maneira esmagadora...

Acho a solidão é absolutamente fascinante!

Déia escreve aos domingos e tem preferido, cada vez mais, sua própria companhia...

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Who Wants to Live Forever

De novo, Meleka foi internada... Desta vez com um tumor na cara. Do tamanho de uma jobuticaba grande. Tava feio, viu? Mas como ela não reclamava de dor, fui deixando. Afinal, operar uma cachorra de 14 anos é a mesma coisa que operar uma pessoa de 98!! Ninguém merece.

Mas o tumor começou a crescer muito e a sangrar. Ela nem ligava, mas tava feio. Corremos com ela pro veterinário, ele deu uns antibióticos para desinflamar o negócio e pediu pra retornar em dois dias pra tirar a “jabuticaba”.

Fiquei relutante, pensei em colocar a Meleka pra dormir. Porque se a biópsia der que é benigno, ótimo. Se der que é maligno, eu teria que submeter a pobrezinha a uma quimioterapia!! Imaginem!! Aí tava quase convencida a fazer curativo e largar pra lá quando o Bola me alertou pra uma coisa: se der metástase e não tratar, a coitadinha vai morrer, não de câncer, mas COM câncer e pior, toda ferida.

Aí seria muita judiação!! Acabei levando a Meleka pra tirar o tumor. Ficou internada de um dia pro outro, foi rápido. Aproveitei e mandei limpar os dentes dela. Afinal, quem não quer ficar com a boca limpinha, né? Tá lá em casa com a cara costurada. Uns cinco centímetros de pontos. E continua pulando igual cabrito!!

Segunda-feira sai o resultado da biópsia. Vamos ver o que dá. Se der metástase ou tumor maligno, aí, mesmo ela estando “espertinha”, vou colocar a Meleka pra dormir. Não tenho coragem de fazer com ela o que eu não gostaria que fizessem comigo.

Depois entro debaixo do edredon e choro até desidratar...



Laeticia está apavorada com a possibilidade de ter que sacrificar a Meleka.

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Capitães da Areia: O Filme

Como adoro cinema, fui ver o filme “Capitães da Areia”, baseado no livro homônimo de Jorge Amado. Ele ficou somente duas semanas em cartaz, e, se ainda estiver na sua cidade, não deixe de ver. O filme é de Cecília Amado, neta do autor, que soube se manter fiel ao conteúdo e mesmo às emoções que o autor transmitiu no livro.

Como se trata de história de meninos de rua que vivem de pequenos furtos na Salvador da primeira metade do século XX, poder-se-ia pensar que o filme faria apologia ao crime, como vários filmes brasileiros que temos visto já há décadas. Mas não é nada disso. O filme, assim como o livro, é uma linda história sobre camaradagem, amizade, amor, e, acima de tudo, liberdade. Liberdade como modo de vida, como pensamento, quase como doutrina. Faz uma linda homenagem à Bahia, com suas personagens tão marcantes, como as baianas do tabuleiro, os capoeiristas, as mães-de-santo, e também à religiosidade de origem africana, com festas para Iemanjá, com Omolu lavando Salvador com as bexigas (epidemia de varíola).

Há tantas belas imagens e mensagens no filme, que passamos a pensar melhor sobre a questão dos menores abandonados, e sobre como agimos em nossa sociedade, ignorando-os. Não era intenção do filme levantar nenhuma bandeira, nem questionar nossos valores, nem a falta deles. Mesmo assim, basta pensar nos anti-heróis Pedro Bala, Professor, Dora, Sem-Pernas, entre outros, que passamos a nos sensibilizar com a vida nas ruas, as dificuldades, as carências, mas vemos o lado da liberdade, dos valores das ruas, do instinto de sobrevivência...

Enfim, vale a pena ver o filme, ler o livro, e se apaixonar por essa obra maravilhosa de Jorge Amado, tão bem adaptada para o cinema.

Tania adora os livros de Jorge Amado, e tem carinho especial pela obra “Capitães da Areia”, primeiro livro que leu do autor.

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Os doidos no caminho

Nessa semana eu viajei de carro de Caravelas e Porto Seguro. São umas quatro horas, em média, numa estrada com alguns buracos, muitas curvas e nenhum respeito pela legislação de trânsito, ainda mais quando tem uma carreta de um quilômetro de comprimento na sua frente, andando a 6km/hora (acreditem, aqui o exagero foi pouco).

Eu já havia feito esse trajeto, então já conhecia um pouco a estrada e as loucuras dos motoristas. Em certo trecho, havia um caminhão muito lento, não havia a menor possibilidade de ultrapassagem, e nem acostamento para que o caminhão fosse um pouco para a direita e facilitasse a vida dos pobres motoristas. Nessas situações, o que se deve fazer? Ter paciência e prudência. Nesta fila, eu era a única mulher dirigindo, e percebi alguns olhares curiosos, inclusive por fora da janela quando ultrapassei ou quando era ultrapassada. Gente doida.

Me chamou atenção um uno que me ultrapassou num lugar muito inadequado, e quase perdeu a direção. Foi parar no acostamento da outra pista, que tinha um degrau, e acabou com dificuldades em sair de lá, numa curva, em alta velocidade. Mas depois retornou e seguiu viagem. Fiz questão de deixar ele entrar na minha frente e se afastar de mim. Acho um perigo esse povo!

Mais adiante, parei numa lancheria para tomar um café, e surge um homem, do nada, e larga:

- Tava reparando em você no trânsito, você dirige muito bem (se bem que a cara dele era de que elogiava outros atributos, se é que vocês me entendem).

Medo!!! Agradeci e me afastei, o que fazer?

Quando ele foi embora, me dei conta de quem era: o louco do uno!

Será, Universo, que até aqui você vai ficar botando doidos no meu caminho?


Renata escreve todas as terças, mas lida com doidos todos os dias.

domingo, 6 de novembro de 2011

Custava-lhe demasiado esforço...

Custava-lhe demasiado esforço aquele semblante sereno de quem nada sente...

Custava-lhe demasiado esforço não arrancar as páginas escritas, apenas virá-las com as pontas dos dedos e seguir adiante...

Custava-lhe demasiado esforço estampar o sorriso apenas nos lábios, enquanto os olhos embaçavam de tristeza...

Custava-lhe demasiado esforço aparentar uma fortaleza que já, há tempos, viera abaixo...

Custava-lhe demasiado esforço essa busca inglória por um caminho seguro que, no percurso, acabou perdendo-se a si mesma...


Déia escreve aos domingos e observa estupefata o esforço desmedido que muitos fazem para aparentar o que não e demonstrar o que não sentem...

sábado, 5 de novembro de 2011

Primeiro de Novembro

Eu não ia escrever sobre o primeiro de novembro, até porque ele já passou. Mas eu não resisti. Bom, pelo menos serve para o próximo ano.... Por acaso, você cumpriu as promessas que fez para o primeiro de novembro? Não fez promessas? Você que pensa.

Acho que todo mundo já fez promessas para o dia primeiro de novembro, mas não associou a ocasião com a data. Atenção aos desavisados: Primeiro de novembro é Dia de Todos os Santos. Mas você, leitor, poderia questionar: E daí? E daí que, se é de todos os santos, então também é Dia de São Nunca! E você, como quase todo cristão, já jurou que ia fazer alguma coisa, que não queria, somente no Dia de São Nunca! E nem sabia que esse dia existia!

Pois é; prometeu, agora cumpra! Se não cumpriu nesse dia que passou, não deixe de cumprir no próximo ano. E esqueça essa história de dizer que vai fazer algo que não vai no Dia de São Nunca. Eu mesma já deixei de falar assim. Afinal, já tive que cumprir minha palavra por causa dessa data!

Agora que a data já passou, fica a reflexão, a brincadeira, e a preparação para evitar falsas promessas para o Dia de São Nunca!

Tania respeita as religiões e os dias santos, e somente fez a brincadeira com o Dia de Todos os Santos, porque não consegue ficar sem brincar com as coisas.

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Síndrome do Pequeno Poder

Então! Não é que depois de tanta ralação me surgiu uma oportunidade bacana de trabalho? Mas você não estava feliz no antigo trabalho, menina? Eu tava. Quer dizer, eu confesso que estava começando a me enjoar. Sabe quando bate aquele sentimento de que “aqui já aprendi tudo que tinha pra aprender”? Foi isto. Como diz meu marido, eu sou agitada demais! Vai dando um tempo de rotina e eu começo a pirar. Preciso de novidade, preciso aprender coisas diferentes. E meu antigo emprego, que eu tanto gostava, estava mesmo me cansando. A oportunidade surgiu no melhor momento: eu já começando a dar sinais de evidente cansaço, mas antes de minha produtividade começar a cair. Era a hora de dizer hello e goodbye. Mais uma vez.

Aproveitei a oportunidade e mudei de emprego. Estou aqui há apenas dois meses e vejo que tenho muito o quê aprender. O trabalho é gostoso, me deixa ansiosa, e é diferente. Portanto, me exige mais. Ainda fico muito insegura de saber até onde posso ir. Tem gente que acha que eu virei chefe. Mas não é bem assim. Continuo tendo que me equilibrar na corda bamba. Vai gostar de viver assim, perigosamente!! É, eu gosto mesmo!!

Mas o fato é que tenho uma grande responsabilidade nas mãos. Tenho que produzir através de outras pessoas agora. Antes eu dependia basicamente de mim mesma. Muitas vezes minha antiga gerente só ficava sabendo da minha venda quando eu avisava que o contrato já estava assinado. Agora é diferente. Primeiro porque ainda não conheço as pessoas – a parte difícil. Segundo, porque elas também não me conhecem – a parte ainda mais difícil! Pra me ajudar, vim de uma empresa concorrente daquela onde trabalham as pessoas de cujo resultado eu dependo para bater minhas próprias metas. E a disputa é acirrada. Tipo Fla x Flu, Grenal, Galo x Cruzeiro, só pra dimensionar. Então, contra mim o fato de que, quando a equipe de vendas me olha, vê o concorrente!!! Uma delícia, né, gente? Porém, a meu favor, minha disponibilidade pra cooperar com todos. Acho que estou indo por um bom caminho. Pelo menos com o corpo de venda!!

Infelizmente parece-me que a diretoria da equipe de vendas ainda me olha e vê o concorrente... Por algumas vezes já tive a impressão de que tentavam abertamente boicotar meu trabalho. Tive que interromper uma apresentação para todos os gerentes, pedir a palavra e dizer a todos que tinha sim trabalhado na empresa x, que tinha aprendido muito lá, tinha muito orgulho de ter trabalhado lá, mas que a empresa x fazia parte do passado e que eu estava ali para trabalhar junto com todos, com o mesmo objetivo. Com os gerentes, creio, já deu uma aliviada. Mas com a diretoria tá mais complicado. A equipe de vendas é uma empresa tecnicamente nova, porém, experiente. Mas O CARA não tá lá mais. Não para todos poderem ver. Então o resultado da equipe anda muito insipiente. Não sei se por algum tipo de receio, ou porque querem fazer uma espécie de “surpresa”, tenho tido dificuldades até pra conseguir informações sobre o processo de pré-vendas. Complicado. Tenho rezado muito pedindo a Deus pra eles calarem a minha boca com um excelente resultado!! É o que têm me prometido o corpo de vendas.

Porém, a diretoria – aliás, parte dela - me parece dominada por um sentimento que sabiamente uma amiga denomina de “a síndrome do pequeno poder”. A pessoa exercia uma função idêntica à minha antiga função. Ou seja, era trabalhador braçal que valia caquinha igual eu mesma. Aí a empresa muda de dono e de nome, muda o nome do cargo do fulano e ele começa a chutar a canela de quem passa! A pessoa quer é mandar e ser obedecida, sem um pingo sequer de razoabilidade. Eu mando, você obedece!! Trash é que eu realmente não estou acostumada a lidar com gente assim. Acho que vaidade só não é mais feio que inveja. No final das contas, vai todo mundo pro buraco mesmo, né?

E eu ainda tenho pra mim que, bem lá no fundinho, a pessoa que sobe na gilete e começa a achar que pode deve ter a auto-estima no chão!! Neste caso particular, eu até entendo a pessoa se sentir um cocô porque, vem cá, baixinha, gordinha, ficando careca, feinha, aculturada e longe de ser rica, o quê nos resta para apreciar?!!

Well, fato é que, uma vez chutada minha canela, a reação foi, confesso, meio desproporcional: voadora na jugular!! Nunca vi poste mijar em cachorro!! E não sou eu que vou dar uma de cachorro mijado nesta altura da vida!!


Laeticia ficou muito reflexiva depois da voadora na jugular, pensando se não estará também sendo acometida pela síndrome do pequeno poder.

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Exercício

Vou propor um exercício para os leitores. Não é demorado, não exige nenhum material específico nem habilidades complexas.

Não vai mudar a sua rotina. Exige um pouco de desprendimento e é só.

Consiste em sair de si por uns instantes. De uma forma muito simples.

Você pode realizá-lo quando estiver andando na rua, numa fila, na sala de espera. Em qualquer lugar onde haja pessoas que você não conhece e nunca viu. Se as verá novamente é indiferente.

Ao invés de esconder-se atrás de uma revista, do celular, da sua agenda, experimente olhar as pessoas.

O que vestem, o que fazem, a expressão que elas têm no rosto e no corpo. Sim, porque o corpo fala muito, para quem sabe ler.

Pense que cada uma dessas pessoas que você está observando tem uma história, um drama, uma grande alegria, uma grande preocupação. Cada uma delas é uma colcha de retalhos única, construída em anos de boas a más escolhas. Cada uma delas é um universo.

Quando você se der conta de como as outras pessoas são tão complexas e importantes quanto você, terá uma sensação de desprendimento. É um choque, mas um grande amadurecimento.

Você vai poder sair do foco para dar lugar a outros protagonistas ao menos por alguns instantes. Vai achar mais fácil e natural respeitar as pessoas. Tentar se colocar no lugar delas e ver sob sua ótica.

Renata recomenda esse exercício a todas as pessoas. Ela mesma pratica e vai continuar, pois humildade também se exercita.

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