quarta-feira, 27 de maio de 2015

Das bem aventuranças

Bem aventurados os que ouvem mais do que falam. 
Bem aventurados os que leem mais do que postam. 
Bem aventurados os que vivem mais do que on line
Bem aventurados os que contemplam mais do que fotografam.
Bem aventurados os que aprendem mais do que criticam. 
Bem aventurados os que ensinam mais do que impõem. 
Bem aventurados os simples mais do que altivos. 
Bem aventurados os que toleram mais do que preconceituam. 
Bem aventurados os que aceitam mais do que julgam. 
Bem aventurados os que protegem mais do que atacam. 
Bem aventurados os gentis mais do que rudes. 
Bem aventurados os que creem mais do que temem. 
Bem aventurados os ativos mais do que os preguiçosos.
Bem aventurados os preocupados mais do que os passivos. 
Bem aventurados os românticos mais do que desiludidos. 
Bem aventurados os que têm paixão mais do que o lattes
Bem aventurados os sonhadores mais do que pragmáticos. 
Bem aventurados os que arriscam mais do que os confortáveis.
Bem aventurados os que amam mais do que da boca pra fora.




Luciana anda assoberbada e quase esqueceu o texto de quarta, então revisitou esse texto já postado. E tem feito de tudo para crer mais e para se enquadrar em suas bem-aventuranças.

terça-feira, 26 de maio de 2015

Coletor menstrual


A balzaca Mariana já falou sobre eles aqui e foi muito legal ler o texto dela e de várias outras mulheres que estão usando coletor. Eu já vinha lendo sobre isso há um tempo, e finalmente decidi tentar!
Gente, é muito bom! Dá uma sensação de liberdade que só quem é mulher vai entender. De segurança. E é bem mais confortável do que usar a fraldinha no meio das pernas o tempo todo. Recomendo bastante! E recomendo também se informar, conversar com quem usa, para pegar umas dicas. Como é completamente diferente do que a gente está acostumada, essas dicas realmente ajudam.
Aí fiquei toda orgulhosa andando com meu copinho pra cá e pra lá, me sentindo segura e me sentindo parte do planeta, já que parei de produzir mais um tipo de lixo. E me peguei pensando em quantas coisas da nossa vida cotidiana a gente faz daquele jeito só porque sempre fez daquele jeito. Quantas coisas a gente pode (e deve) mudar conceitualmente mesmo. Inovar. Desprender do jeito de sempre. Não que ele seja (sempre) ruim. Mas não custa nada pensar, né? Botar a cachola pra funcionar e repensar nossas atitudes, pra andar de um jeito melhor. Mais presente. Mais conectado (e não falo de internet, falo de outro tipo de conexão). Mais sustentável. Mais responsável. Quem tiver algum insight conta pra nós! Vamos compartilhar!


Renata está tão feliz com seu copinho que vai até dar um nome pra ele, e deseja que cada vez mais a gente encontre formas mais sustentáveis e responsáveis de viver.

domingo, 24 de maio de 2015

Aquela que não pode ser (nem ter)



 Acalma esse seu coração garota.
Vá dormir.
Ele não vai ligar.
É madrugada de sábado
e ele está com ela.
Enquanto você anseia
pelo corpo dele junto ao seu
ela se contorce de prazer em seus braços.
Enquanto você espera acordada
por algumas migalhas de atenção
ela dorme calmamente
cabeça recostada em seu peito.
Vá dormir garota.
Esqueça
ao menos por esta noite
todos os sorrisos
todos os segredos
toda a exposição de sentimentos.
Vá dormir garota.
Independentemente
do que você sinta
do que você esteja disposta a fazer
ou do que esteja disposta a abrir mão
para tê-lo consigo
é com ela que ele está
é com ela que ele se preocupa
é ela a dona de seu coração.
Vá dormir garota.
Coloque-se
no seu devido lugar.
Lembre-se que você é
apenas
o passatempo
das madrugadas insones.
Vá dormir garota
e adormeça também
esse sentimento crescente
que lhe consome o peito
e transborda...

Déia escreve aos domingos e se questiona frequentemente se é possível 'adormecer' sentimentos...

(Este texto, de minha autoria, foi publicado primeiramente, no site Sapiens Marginalis do qual sou colaboradora)

       

sexta-feira, 22 de maio de 2015

Manias

Ela tinha a estranha mania de sempre escovar os dentes com a mão esquerda, embora fosse destra. Dizia que isso exercitava a sua coordenação. Ele tinha a mania de largar a toalha de banho em lugares improváveis e que a irritavam, tais como a guarda da cadeira da cozinha. Ela estendia as roupas no varal de acordo com a cor, formando um lindo degradê de cores. Ele implicava com essa mania. Dizia que ela era metódica demais.

Ele colocava o copo sem apoio na mesa de centro da sala. Ela o xingava.  A mesa já estava cheia de marcas. Ele dizia que ela não era simpática com seus amigos. Que estava sempre de mau humor. Ela se defendia dizendo que ele é que ria demais, ria de tudo, um riso incontido. Parecia que estava sempre querendo agradar a todo mundo. Mas ela não. Ah! Ela não nascera para agradar. Ela era para poucos. E só queria ao seu lado gente interessante. Ele não suportava esse seu discurso. A chamava de boçal.

Um dia a ficha caiu. Os dois eram muito diferentes. Cada um seguiu seu rumo.

Hoje ela lembra com saudade da toalha verde jogada pelos cantos. Olha melancólica as marcas de copo na mesa de centro. Sente saudades do riso frouxo. Do furinho no queixo dele. Do cheiro dele. Até daquele perfume que ela odiava.

Longe dali, ele lembra daquela mulher acordando com olheiras que ficavam lindas no rosto dela, segurando sem um pingo de coordenação a escova de dentes com a mão trocada. Pensa no varal. Esteticamente lindo. Perfeitamente estendido. Nem a sua mãe sabe estender tão bem as suas roupas. Sente saudades de tudo nela. Porque ela sim é que tinha personalidade. Compreendia que não precisamos agradar a todos, pelo menos não o tempo inteiro. Ela não sorria o tempo todo, mas quando o fazia ele sentia seu coração derreter devagarinho.

Cada um em um canto diferente desse vasto mundo, olhando para a mesma lua. Finalmente compreendendo que tudo aquilo que parecia defeito, era apenas individualidade.

A ficha caiu de novo. Eles foram feitos um para o outro.  Eram uma dupla perfeita.

Se alguém deu o primeiro passo? Se um deles discou o número do outro e deu o braço a torcer? Se pegaram um avião e encurtaram a distância de milhas que os separavam?

Talvez.

Andri escreve às sextas-feiras e até pensou em um final para esta história, mas prefere que cada um de vocês escreva seu próprio final. Se é que vocês me entendem ;)


quarta-feira, 20 de maio de 2015

Ir embora, transformar-se, criar morada

Quantas vezes vamos embora na vida? Embora de uma escola, embora da casa dos pais, embora de uma cidade, embora de um trabalho, embora de um relacionamento. Seja por falta de enquadramento, de desgaste, aprisionamento, mudança de sentimento ou apenas para seguirmos crescendo. Busca. Satisfação pessoal.

Necessidade. Saber a hora de ir embora daquele trabalho que nos diminui, mesmo a cidade sendo boa. Saber a hora de ir embora daquela cidade que nos aprisiona, mesmo o trabalho sendo bom. Saber a hora de ir embora de um relacionamento que nos maltrata – amoroso, fraterno, materno – mesmo que não se queira nunca deixar ninguém. Saber a hora de ir embora da sua zona de conforto. Ou de desconforto. Sair da calmaria. Preferir o furacão. Criar asas, deixar-se aprender, crescer, evoluir. Transformar-se.

Como a pipoca de Rubem Alves, transformação não é para qualquer milho. E não acontece sem fogo. Para estourarmos precisamos passar pelo fogo e tomar certar decisões – que muitas vezes culminam em ir embora – e se nos recusarmos seguimos no fundo da bacia, imutáveis, fadados ao descarte.


Nessas idas deixamos tantos afetos pelo caminho, mas tantos mais encontramos! Aumentamos a coleção! Encontros, afetos, partidas...falei sobre isso nesse texto aqui.

E depois de tanto ir embora, assim quase sem querer, criamos morada. Em uma nova cidade, em um novo trabalho, em um novo abraço. Harmonia. Paz de espírito. Autoconhecimento. Sabedoria. 

Não que não tenhamos mais que ir embora, mas nossas vivências, nossas partidas e as transformações que nos proporcionam, parecem direcionar para deixarmos de lado o verbo ir e começarmos a conjugar o verbo ficar. 

E ficamos, sem nunca evitarmos o fogo. Até a próxima ventania.

Luciana escreve as quartas e já foi embora algumas vezes, sempre em busca de harmonia. Nesse momento ela quer ficar. Mas somos seres mutáveis, ainda bem!

sexta-feira, 15 de maio de 2015

Quem sabe ainda sou uma garotinha

A gente nasce, rala o joelho, leva cinco pontos na sobrancelha, quebra o braço, cresce, tem o coração partido, cola todos os caquinhos, se refaz, põe o vestido mais bonito, ensaia o melhor sorriso e vai à luta.

A gente quebra a cara, mas não desiste. Se a gente aprende com tudo isso? Até aprende sim. Mas o ato de aprender não anula a sua vontade de tentar de novo e de novo e de novo. Quantas vezes forem necessárias. Quantas vezes você achar que aguenta. E a verdade é que você aguentaria muito mais do que acredita ser capaz.

Dentro de toda mulher reside uma força inigualável. Quantas vezes você sacudiu o pó e fingiu estar bem, mesmo chorando por dentro? Quantas vezes você escreveu uma mensagem e apagou ou escreveu em um papel e rasgou em seguida, na esperança de que isso matasse sua vontade desesperada de procurar a pessoa?

Quantas vezes você engoliu o choro, o ciúme, a raiva? Quantas vezes você respondeu um “Oi, tudo bem?” com “Oi. Tudo bem.” Quando você queria responder: “Oi. Não to nada bem não. Estaria bem se você estivesse aqui comigo ou quem sabe então nós dois em Fernando de Noronha. Não precisa ser Paris não. Ali em Floripa já estaria bom. Na verdade só a parte do você aqui comigo já estaria mais do que bom”. Mas você só respondeu: “Oi. Tudo bem. E tu?”.

E isso não é ser forte querida? Claro que é. E é só uma pequena amostra da sua força. Somos metamorfose ambulante, como sugere aquela canção que você já ouviu mil vezes na vida. Fazemos coisas que até Deus duvida (a rima nem foi intencional). Nos depilamos, ficamos cinco horas sentadas na cadeira do salão de beleza retocando as mechas, tratamos o canal do dente sem anestesia, temos cólica, sofremos as dores do parto.

Somos fortes. Que ninguém duvide disso.

Mas às vezes somos só garotinhas que apesar de terem crescido, só precisam de colo e carinho.


Andri escreve às sextas-feiras e acordou hoje meio “sei lá”.

quinta-feira, 14 de maio de 2015

Das delícias dessa fase

No princípio eu achava estranho.
Frequentava os mesmos lugares, as mesmas pessoas, mas não tinha muito sentido.
Culpei a situação.
Culpei os lugares.
Culpei as pessoas.
E por fim culpei a mim mesma, por estar sempre me agarrando às opiniões de todos, menos à minha própria. Menos aos meus fatos. Menos à minha própria história.
Achei estranho por uns bons anos.
Mas, como sempre acontece na vida de todo o mundo, uma hora “a coisa” tem que mudar. E você muda.
Muda tudo.
Nem tanto assim fisicamente. Ou então a gente não percebe...o que é bom não é?
Minhas preocupações (vulgos “pitis”) são bem mais brandas em relação cabelo branco, a ruga na testa, as bolsas nos olhos.... Tenho aprendido a conviver com elas. A mudança importante e menos visível é a que vos apresento.
Ocupei espaços. Ocupei pessoas. Me ocupei de outras. De situações também.
As opiniões, agora, são mais minhas, e meu botão do “fodase”está mais acessível à mão.
Percebi que o tempo passa muito rápido mesmo. Não é boato...
Aos 39 estou eu, aqui, buscando realizações pessoais, que venho protelando desde os 20 e o amor (que sei que é) para a vida toda. E as coisas vão acontecendo... Como se tivesse dado o primeiro impulso numa peça da engrenagem.
Então a balzaca, que daqui há alguns poucos meses será uma mulher de 40 (chamem o Roberto!), tem uma frase de impacto e nem um pouco antiquada (sarcasmo mode on): “A vida começa aos quarenta!”

LorisB. está bem próxima de fazer 40 anos e está feliz com a clareza que essa fase traz. Apesar das bolsas embaixo dos olhos...

quarta-feira, 13 de maio de 2015

Extermínio de fadas

“ (...) Em guerra lutando por paz...” (Moska)

Andei parafraseando Peter Pan nas redes sociais outro dia, na postagem seguinte: “Cada vez que você posta uma indireta ou entende que uma postagem neutra de alguém é uma indireta para você, uma fada fica doente.”

Claro que era para fazer graça e claro que isso foi uma (in)direta elegante e divertida. Mas o que afinal eu quis dizer com isso?! Quem se importa com as fadas?


Eu sempre acreditei em e admirei fadas. Tenho uma tatuada, de uma brincadeira permanente de final de adolescência. Fadas para mim representam a possibilidade de poder fazer o bem (além de um símbolo de feminilidade). E acredito que todos podemos ser fada, basta querermos, mesmo sem varinha de condão ou pó de pirlimpimpim. Admiro muito as pessoas fadas. Aquelas que doam um pouco do seu tempo para ajudar ou apoiar os outros. Além da tatuagem, tenho uma fada de carne e osso também, o maior exemplo de ser humano que alguém pode ter! Sabe aquela pessoa que mesmo com o mundo caindo a sua volta não esmorece e ainda tem sempre uma palavra linda e um abraço apertado (e emocionado) para dar para a gente? Essa é a tia Zita.

Quando digo que uma fada fica doente, quero dizer que esse tipo de comportamento desrespeitoso e expositivo machuca pessoas boas. Leia-se pessoas boas aquelas que tentam fazer o bem para si mesmas, vivendo em paz e fazer o bem para os outros, transmitindo paz. Ei, fazer o bem muitas vezes é se afastar de alguém também!

Desde criança nunca aceitei bem a exposição, seja minha ou de outras pessoas. Choro com a minha, nó na garganta com a de outros. Essas indiretas disfarçadas, em que todo o resto da sua rede em comum de amigos sabe exatamente de quem se está falando. Postagens com o intuito de criticar ou ridicularizar. Violência e agressividade passiva. Tentativa de influenciar outros, violência mais uma vez.

(quanto a mim, ainda se me citasse corretamente poderia aumentar meu h-index!! Dica para a próxima citação: Piovesan, L.A.)

Exposição também é quando se escreve qualquer coisa sobre a vida pessoal de qualquer pessoa, sem a sua autorização. Pode ser amigo, mãe ou o papa, não importa.

Precisamos ser mais civilizados, da mesma forma que na vida real, é necessário ética para usar as redes sociais. Pense trinta vezes antes de postar! Podemos estar fazendo coisas que em outros países ou se o alvo quisesse, poderiam dar em processo!

Sobre exposição ainda, ontem estava pensando (aniversário é uma praga que faz a gente refletir!) em como as pessoas julgam nossa vida pelo que está exposto na rede social. Por exemplo, se na minha timeline só tem o meu cachorro fofo, as pessoas acreditam que nada mais me importa, quando na verdade é uma escolha minha. Eu escolhi postar fotos do meu cachorro fofo para fazer os outros sorrirem. Meu amor, meus afetos, meu trabalho e minha vida eu divido se e com quem eu quiser. Sou bem egoísta em relação a minha vida – da mesma forma que se me pedirem um pedaço do meu quindim! 

Peço clemência! Parem de maltratar as fadas, elas não merecem essa agonia! Esse mundo tão do avesso não pode ficar sem fantasia, ilusão e esperança. Depois a fada vira Malévola e ninguém sabe o porquê!

Luciana escreve as quarta e é uma boba que sofre com a exposição da sua pessoa  e chora por isso, até hoje. Ela tem considerado um afastamento maior da rede social a fim de manter a ternura e a lucidez, embora pudesse perder vários tesouros e boas inteirações com isso.

sexta-feira, 8 de maio de 2015

Sobre o amor, a gratidão e a fé no ser humano


“Hoje eu acordei
Com uma vontade danada
De mandar flores ao delegado
De bater na porta do vizinho
E desejar bom dia
De beijar o português
Da padaria..”

Essa música do Zeca Baleiro já foi uma das minhas preferidas, e acabei por cansar de tanto ouvi-la. Mas há 1 semana, nunca combinou tanto com meu estado de espírito. Era pura felicidade!!!!!!!!! Indo para o trabalho, curtindo no som do carro uma das playlists do meu Spotify (um vício!!!), ao som de “Remedy”, do The Black Crowes, dançando, sorrindo, dando a vez pro folgadinho do carrão que se meteu na frente.... Mas ok, tá tudo lindo! Acontece que há 15 dias meu pai está lutando contra um câncer. Uma notícia repentinamente desagradável, daquelas que você nunca espera receber... Sempre é com o outro, com o vizinho, com o conhecido, o amigo do amigo... Acontece que a maldita bateu à nossa porta,.. Uma corrente de orações foi requisitada, e ela veio. Veio com força, veio com tudo, veio com poder. Foi lindo. Nunca tive um post no face tão “curtido” (quase 500 likes), com o pedido de orações/ vibrações positivas pelo meu pai. Ele é professor há muito tempo, daqueles dos mais queridos, sabe? Cansei de ouvir “nossa, seu pai foi um dos melhores professores que tive..” Fora isso, a família é gigante (ele tem 13 irmãos!), fora os inúmeros amigos que ele fez pela vida... Junto a esses, os meus, dos meus irmãos, da minha mãe, os amigos dos irmãos dele... E por aí vai... Fora ele ser um homem bom e extraordinário, mas ok, isso eu sou suspeita para falar... Foram 13 compartilhamentos. Gente de todo canto do mundo (incluindo os parentes e amigos no ´estrangeiro´). E funcionou! Graças ao comandante maior lá de cima, claro, que é quem manda. Mas graças também a essa gentileza sem tamanho, de gente que parou um pouquinho (ou o dia todo, como foi comigo e muitos da família), para fazer o que estava fazendo, e rezar, orar, mandar energias, boas vibrações, o que seja, no momento que meu pai estava sendo operado. E deu certo! Todo o tumor foi removido, nada no entorno. Recuperação ótima e hoje já está de alta. Meu pai se diz um novo homem, não sente mais dores, e está com muito mais vontade de viver! Ainda não sabemos o que virá depois, pois aguardamos o resultado da biópsia do tumor. Mas temos certeza que o pior já passou, uma batalha foi vencida. Seguindo na fé que iremos vencer completamente essa! 

Então, quer saber? Pode me chamar de “Pollyanna”. De boba. De ingênua. De piegas. Mas eu acredito muito no ser humano. Eu acredito no amor e na bondade. Eu acredito na solidariedade despretensiosa. Eu também acredito no mal, mas não deixo de acreditar na bondade alheia. Naquilo que o ser humano é capaz de fazer pelo outro, especialmente nos momentos difíceis, de aflição e desespero. Esse discurso de “prefiro um animal a um ser humano” está longe de ser meu. Amo os animais, tenho três bichos em casa e queria poder adotar todos os cachorros e gatos de rua do mundo! Mas tanto quanto o amor pelos bichos, existe o amor ao outro de carne e osso. Eu gosto de gente. E ainda mais gente do bem. Gente que ajuda a gente, quando a gente precisa, quando a gente pede socorro. “Eu tenho fé é na rapaziada”... Se hoje meu pai está bem, tenho certeza que essa corrente do bem foi fator determinante para tal.

Então, eu te pergunto, meu (minha) caro (a): como ficar imune a tanto amor e ajuda assim? Como não ter fé, como não ser otimista, como não ser grato, como duvidar do homem e do seu poder, como duvidar de Deus? Eu não me atrevo. E a vontade que eu tenho é não só beijar o português da padaria, mas abraçar e sorrir para o mundo. Retribuir tudinho! E quando ele voltar de SP, dar muitos e muitos beijinhos no meu paizinho.....

Gabriela já se conformou que é uma otimista crônica, mas não tem nenhum problema com isso.

quarta-feira, 6 de maio de 2015

De repente, indignei

TPM, inferno astral, pré-36, mundo acabando.

Sim, mundo acabando. Sabe o que eu acho? Eu acho que estão todos loucos. Eu, tu, ele, nós, enfim... o mundo.

Alguém manda as pessoas baterem panelas, elas batem. Alguém manda baterem em professores – da cintura pra cima, no rosto de preferência – eles batem. Qualquer pessoa que não tenha se sensibilizado com esse fato, ou que tenha achado normal, louca. Não ter mais no que confiar – cada reportagem de cada fonte diferente dizer uma coisa diferente sobre qualquer assunto que seja, deixa qualquer um louco. O fato de nunca termos tido tanta informação – e o fato de não podermos confiar nessa informação, loucura. Pessoas que usam as redes sociais para atingirem as outras gratuitamente, loucas. Sejam conhecidas, amigas, parentes ou nos comentários das reportagens desconfiáveis, não importa, loucas. Eu que ligo a TV todos os dias e fico “assistindo” o canal do cliente por pelo menos meia hora até me dar por conta, louca. Eu que digo que não vou me afetar mais com o afetamento alheio e me afeto, uma louca afetada. 

Sabe quem é sábio e sensato? Meu cachorro, Bob Dylan. Esse sabe viver! Morando no segundo andar, se está sozinho em casa e não tem quem jogue a bola para ele, ele joga a bola pela varanda, pois sabe que a vizinha do primeiro andar vai jogar de volta para a varanda. Em seguida, o que ele faz? Ele devolve! E assim arranjou alguém para jogar bola com ele, por algum tempo, mesmo estando sozinho. Dá o jeito dele para ser feliz!

Batendo na mesma tecla: a vida é curta para tanto afetamento! Bora ser mais leve! Bora ser mais Bob!


Luciana está conseguindo escrever as quartas e está contente com essa disciplina anormal. Faltando poucos dias para mais um aniversário tem sentido que a idade, decididamente, não traz maturidade - essa vem (ou não) das experiências que a gente se permite (ou não) ter pela vida.

terça-feira, 5 de maio de 2015

Como atingir a felicidade plena

A receita, caros leitores, para atingir a felicidade plena é: estar presente.
Sem ansiedades, sem expectativas, sem frustrações, apenas vivendo a sua vida naquele momento. Digam o que disserem: que é simplório (prefiro que seja simples), que é ilusão, que é difícil ou que “ah, mas você não sabe dos meus problemas”. Não importa, mantenho minha opinião.
Outros poderão alertar: nem sempre estar presente traz a felicidade, pois há momentos de dor também. Sim, há. Desculpa aí se alguém achava que nesse texto encontraria uma simpatia para acabar com o lado triste da vida... esse lado é fato consumado, não é opcional no pacote que aderimos ao nascer. E faz parte do equilíbrio da vida, afinal são esses altos e baixos é que mantêm nossas trocas gasosas, e o nosso coração batendo. E estando presente neles, a gente também passa a se conhecer melhor, a reagir melhor, a valorizar as coisas boas ainda mais.
Compartilho com vocês um exemplo perfeito de felicidade plena: amizade, bom café e panquecas! Simples e lindo assim!
 



Renata está fazendo da presença um exercício cada vez mais constante, desde que começou a ler “Para viver em paz: o milagre da mente alerta”, de Thich Nhat Hann, e recomenda a leitura para quem quer viver melhor e mais feliz. 

sexta-feira, 1 de maio de 2015

Para Teodora

E então você chegou. Em uma despretensiosa manhã de segunda-feira. Era fevereiro, as “pessoas comuns” viviam a expectativa do carnaval que se aproximava, mas nesse momento eu não me encaixava no conceito de “pessoa comum”. Eu estava me tornando uma pessoa especial. Eu estava, definitivamente, me tornando mãe.

Em poucos minutos os nove meses que esperei para conhecer o seu rosto passaram como um filme na minha cabeça. Lembrei-me do dia da descoberta de que estava grávida. Era junho. O Brasil jogava pela copa do mundo, mas nada mais me importava. O mundo continuava girando, mas o meu mundo de repente parou. O sonho viraria realidade. “Vou ser mãe” era a mensagem que meu cérebro repetia sem parar.

Daquele 17 de junho até o dia 9 de fevereiro muita coisa aconteceu. Muita coisa mudou. E você cresceu dentro de mim. Fez minha barriga ficar imensa, presságio do que aconteceria com o meu coração depois de sua chegada.

Não sei dizer se passou rápido demais ou demorou uma eternidade para o dia do seu nascimento chegar. Fato é que ele chegou e agora eu estava deitada naquela maca te esperando. Ouvi seu choro. Olhei nos seus olhos. Minha esperança na vida renasceu. Passei a achar tudo lindo. Nenhum esforço é grande demais. Nenhuma distância é longa demais. Por você, TUDO. Se eu pudesse voltar mil vezes a esse mundo, te escolheria em todas elas para ser minha, embora eu saiba que foi você quem me escolheu para ser sua mãe e agradeço todos os dias por isso.



Andri escreve às sextas-feiras e andou ausente todo esse tempo porque estava ocupada demais babando sua filha, a Teodora, hoje com 2 meses e 22 dias.
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