quinta-feira, 4 de junho de 2009

Sonhava

Provavelmente ela era só uma menina quando descobriu que podia sonhar acordada. Não que ela se lembre de algum dia ter sido diferente. É como se esse “dom” fosse parte dela desde sempre. 

Fantasiava histórias que poderiam ser verdade, histórias que podiam acontecer com qualquer pessoa normal. 

Mas também fantasiava sonhos impossíveis. Contos de fadas. Histórias de terror. Histórias de amor. 

Em momentos muito difíceis, fantasiava. E sentia como se pudesse fugir. Refugiava-se no aconchego de seus próprios sonhos, e sentia-se confortável, aquecida e segura. 

Sonhava. 

Construía personagens, imaginando sua aparência e personalidade, seus gostos e desgostos, suas alegrias e decepções. 

Imaginava cenários, lugares fantásticos com beleza e mistério, onde as histórias aconteciam. 

Histórias sem fim, obviamente, porque geralmente sua imaginação ficava fora de controle antes de chegar a qualquer lugar coisa meramente parecida com uma conclusão. 

E entre um mundo e outro a vida passava. 

E a menininha cresceu. Um triste dia esqueceu-se que podia sonhar. Esqueceu-se que tinha o poder de criar um outro mundo, com tantas cores, cheiros e gostos, ali na sua imaginação. 

E virou uma adulta. Com os dois pés no chão e a cabeça “no lugar”. 

Milena escreve aqui as quintas. Esse texto não é autobiográfico, já que ela não tem nem um dos pés no chão, quem dirá a cabeça no lugar =)

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