quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Bridezilla – o fim da saga

Este não é mais um post de uma noiva desvairada às vésperas do casamento. É o último deles, graças a Deus.

Miss planilha virou meu apelido nos últimos meses. Sem brincadeira, foram mais de trinta planilhas, chutando por baixo, em diversas versões, envolvendo “organizações”. Listas de orçamentos, convidados, convites já entregues, crianças na festa, músicas, mais músicas, músicas ainda, quem quer van, quem quer cabeleireiro, hotéis, confirmações de presença, deduções de ausência (pois descobri que ninguém confirma que não vai), presentes que queremos ganhar (que fizemos sob ameaças múltiplas, pois eu não queria as tais listas), presentes que ganhamos para agradecer. Quem vai ficar com quem em que mesa, quem não quer ficar com quem em que mesa, doces que gostei de cada doceira, doces que gostei dentre todas as doceiras, listas de compras, de providências, de não esquecer.

Miss Pití foi meu auto-apelido, pois foram muitos e agora ainda ando tendo que agüentar os dos outros, com cobranças do que ainda não está resolvido, decidido ou pronto. Estou quase atendendo o celular dizendo que “não, não, este número não é desta fulana”.

Nem tudo saiu como o planejado. Sorte é que este “momento” nunca foi mesmo muito planejado, então, conseguimos ser bem flexíveis. Porém, descobri que muita coisa na vida de um casal de noivos não se escolhe, se adota e pronto, e de preferência se escuta, mas não se processa quanto vai custar (em dinheiro, tempo ou dedicação), ou então a desistência virá.

Descobri muitas outras coisas inesperadas, que têm valido a pena nem sempre por serem boas, mas pelas suas lições. Descobri que resolver comemorar um evento deste “porte” é um teste de quanto se está consciente da própria vida. Você vai convidar mais gente do que gostaria, vai se preocupar muito com o que fulano ou beltrano vai pensar por ser ou não convidado (mesmo que isso seja absolutamente contra sua filosofia de vida), vai mudar de idéia muitas vezes. No fim, se você tivesse desde o início pensado, não no dever social, mas no que seu coração dizia, teria economizado muito trabalho e dinheiro, pois os que lá estarão, tirando algumas exceções por motivos de força maior, serão aqueles cujos corações têm uma linha direta com o seu. Você vai descobrir que algumas pessoas que você considerava muito não estão nem aí para você. E vai se surpreender com outras que merecem muito mais valor que você tem dado.

Não descobri, pois eu já sabia, mas confirmei o valor da minha família, e valor da nova família que estamos formando e dos novos laços que estamos criando que, sim, passam a ser diferentes quando a convenção casamento se concretiza, mesmo antes do altar.

Mais do que tudo, descobri que entrar nesta “maratona” a dois, e passar tantos momentos de discutir escolhas e gostos, juntos, exercitando nosso respeito, nossa tolerância e nosso amor, e ainda conseguindo se divertir e ter muita satisfação com cada detalhe, cada conquista, cada meio termo, cada resolução, foi o melhor de tudo.

Desejo a todos que escolhem passar por todos estes rituais de dividir a vida com alguém e formar uma família, quer isso tenha ou não sido um grande sonho, que no fim, o objetivo primeiro se mantenha: olhar para aquele cara vestido de pingüim, ou para aquela doida vestida de branco e ter o coração acalentado e a paz da certeza do que se quer.

Gisele Lins escreve aqui às quartas-feiras. “Bridezilla” é a divertida definição dos australianos que certamente melhor se encaixa ao seu atual momento. Deu trabalho, mas valeu a pena.

4 comentários:

Dennia disse...

Lembro-me bem dessa fase da minha vida há quase 9 anos atrás... correria louca, muitas coisas saindo do nosso controle...o que importa na verdade é que vcs sejam muuuito felizes nessa união. Do ritual e da festa só restarão as lembranças e as fotos.
Felicidades para vcs.
Bjo

Unknown disse...

EEEEEEEEEEEEEEEEEEEEE
Tá chegandooooooooooo

nos vemos em breve!
saudades!

Anônimo disse...

Uma felicíssima vida de cumplicidades, de ajustamentos, de recebimento, de entregas, e que a divisão se torne numa eterna somatória...

Sérgio.

Lila disse...

Valeu a pena sim, depois de varios buaaaaaaaaaaaaaaaaaaaassssssssssss!
Bjs

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