terça-feira, 4 de maio de 2010

E a família, como vai?

Tenho ouvido tantas vezes, na escola, pais e mães e avós e tios e tias reclamando que não sabem o que fazer com seus filhos e afins. Dizendo que já fizeram tudo o que podiam e não tem mais jeito. Dizendo que não podem educar pela violência (embora o façam: violência verbal, física e moral) e então não sabem como educar. Usando de desculpas variadas para justificar as ações de seus filhos.


Tenho visto tantas vezes o governo conivente com isso, punindo a escola se o aluno pratica vandalismo ou violência, punindo a escola se o aluno pratica bullying. Sei que muitas escolas são omissas, mas não creio que seja regra... E ninguém questiona qual o papel da família nisso. Quando há notícia de jovem e violento marginal, até a imprensa questiona: onde estava a escola, que nunca fez nada? Como as professoras não viram que isso iria acontecer?


Dia desses o jornal local daqui de Caxias divulgou uma briga entre duas meninas na frente de uma escola. Uma se machucou bastante. E a grande questão era: o que a escola fez?!


Gente, pelo amor do bom Deus! Antes de chegar na escola, todas as pessoas, bem ou mal, passam por uma família. A questão da tal desestrutura familiar, tão falada há anos atrás, deu lugar para a omissão familiar. Não se cobra das famílias que ofereçam as míninas condições de saúde, alimentação quem dirá educação aos seus filhos. E isso não está ligado com quantas e quais pessoas formam uma família. Eu mesma criei minha filha com ajuda dos meus pais, e ela é uma pessoa excelente.


Parece exagero, mas convivo com crianças que são tratadas como “demônio” antes mesmo de saber seu nome. Aliás, a maioria chega à escola sem saber seu nome completo, sem a menor idéia do que é um “não”, do que é limite, do que é respeito. E querem que a escola faça milagre? Já não chega o governo ter que ser “pai” de todos (prover alimentação, saúde, creche, material escolar, merenda escolar, transporte escolar, gás, telefone celular – essa bolsa parece que não foi aprovada), agora a escola tem que ser madrasta?!


Ai, pelo menos o governo deveria usar camisinha e parar de fazer filho que não pode sustentar!


Perguntinha: por que para adotar uma criança há vários critérios, e para parir e criar de forma desumana, muitas vezes, não há nenhum??????


Renata já adianta que seu voto vai para quem tiver culhões de lançar uma política séria de controle de natalidade e moralização da instituição família (hi, ficou difícil...).

5 comentários:

Nanda disse...

Bah Renata, o teu post caiu como uma luva pra situação que estou vivendo na turma da minha filha... não é à toa que o famoso jargão diz que "tem pai que é cego". Como podemos querer que crianças que não obedecem aos pais em casa obedeçam às professoras na escola?? É tão mais fácil tranferir a responsabilidade pra escola em vez de assumir o total fracasso como pais, pq não, disciplinadores?? O fato é que observo que hoje em dia, quando se fala em disciplina, as pessoas te olham e te vêem como um monstro ditador. Tenho pena dos professores nos dias de hoje, que acabam ficando vitimizados e sem o respaldo dos pais e da escola.

Unknown disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Unknown disse...

Excelente texto Rê.
também fico me perguntando isso...

e fico triste pelas crianças... que merecem limites ensinados com amor, pelos pais, desde pequenos e dentro de casa.

a vida muitas vezes ensina, mas quase nunca de forma generosa.

gosh help us!

Marco disse...

Concordo em gênero, número e grau. Todo indivíduo passa por uma família antes de se tornar o que é: bom ou ruim. Onde está o governo? Onde está a escola? Onde está a família, isto sim. HOje as pessoas querem trabalhar, ter filhos, se divertir, viajar, tudo ao mesmo tempo e deixam a educação para a escola ou alguém que passa o dia inteiro com o filho. Acho que ter filho não é só pra dar beijo de boa noite. Gostei.

Angel disse...

Adooooreii! Minha bandeira sempre foi o controle de natalidade! Tô assinando embaixo Re!

Adorei a nova foto do blog! Tenho muita saudade de todas vocês!

beijos!

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