Os desenhos animados há muito deixaram de ser indicados para o público infantil, embora ainda seja este público que mais os assistem. Há desenhos que são inclusive difíceis para a compreensão das crianças, como "Wall-E", por exemplo, que trata da questão do lixo, da poluição da Terra. Mas essa é outra história, muito boa por sinal.
No caso do desenho "O Corajoso Ratinho Desperaux", a lição é contra a xenofobia. E, pela linguagem utilizada, é possível que a criança compreenda que não devemos ter preconceitos com os outros, nem lhes colocar a culpa de nossos males. A mensagem já foi passagem antes em "Schrek" e em "Monstros S.A.", por exemplo, mas retornou este ano, com um desenho de linguagem mais infantil do que os outros, mas que também usa recursos que atraem mais o adulto do que a criança. É pena que o adulto geralmente não pensa sobre a mensagem que o desenho quer passar. Não é mais como quando éramos crianças e nossos pais nos contavam histórias infantis, ou colocávamos disquinhos com estas histórias na vitrola, e nossos pais nos diziam que não podíamos confiar em pessoas estranhas, como em "A Bela Adormecida", ou Branca de Neve", por exemplo. Os desenhos e filmes infantis hoje têm lindas mensagens para ensinar às crianças, mas os pais não se interessam em pensar. E olha que muitos desses pais são da nossa geração, mas cresceu com a televisão, e se acostumou a não ter que pensar!
"O Corajoso Ratinho Desperaux" trata de um reino em que todos viviam felizes, e conviviam muito bem, inclusive homens e ratos. Mas, quando a rainha do lugar morre, aparentemente de ataque cardíaco ao ver um rato em sua sopa (ele cai lá acidentalmente), o rei resolve proibir as sopas e os ratos. A partir daí, seu reino fica cinza, sem brilho, sem sabor, sem alegria. O rei cai em depressão, e tudo fica triste naquele reino. Então aparece um ratinho muito pequenino, mas muito corajoso, que resolve lutar contra tudo aquilo, ao contrário dos outros, que se acostumaram a se esconder de medo dos homens.
O desenho mostra como o ódio causado por um acontecimento, um fato isolado, pode prejudicar uma população inteira, pode gerar preconceito, perseguição, discriminação. E mostra que colocar a culpa de nossos problemas nos outros não nos torna mais felizes. Apesar de haver alguns momentos tensos, de suspense, que deixa a platéia infantil muito preocupada e com medo, e de haver alguns diálogos entre personagens que são de difícil compreensão para as crianças, o desenho tem uma linguagem fácil, em geral, e agrada. Só falta mesmo que os pais sejam educados a mostrarem a moral da história para seus filhos, pois é uma boa lição de convivência.
Tânia adora desenhos animados, e admira autores que conseguem passar importantes mensagens através de destes desenhos!
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