Uma questão que vem me intrigando já há algum tempo (e, confesso, não tem apenas intrigado, mas incomodado também...) é sobre o que fazemos com nossas vidas...
Dia desses, sentindo saudade de uma pessoa que amo muito, escrevi um e-mail, no qual falei a essa pessoa da falta que ela faz em minha vida (obviamente eu não disse metade do que gostaria, afinal, e-mails não se prestam adequadamente a esse fim.) e a resposta que recebi despertou em mim uma sensação esquisita...
Não que a tal pessoa tenha dito muitas coisas. Ela é, no geral, bastante reservada no que diz respeito a si própria. Contudo, mais do que aquilo que estava escrito no e-mail, o que me tocou foi o que estava implícito...
Após ler o e-mail fiquei me questionando sobre os ônus e bônus das escolhas que fazemos em nossas vidas e do quanto nos apegamos a essas escolhas.
Por vezes escolhemos certos caminhos, tomamos certas decisões, fazemos certas escolhas e acabamos acreditando firmemente que precisamos levá-las adiante a qualquer custo (mesmo que sintamos estar traindo a nós próprios com isso...).
Fiquei incomodada por perceber que, infelizmente (penso que talvez, assim como a maioria esmagadora das pessoas) acabo me apegando a escolhas, decisões, caminhos, que tracei há tempos atrás e que agora já não me satisfazem da maneira como eu gostaria...
E aí me pergunto:
Porquê fazemos isso? Que poder é esse que nos impede de reconhecermos que algo já pode ter sido ótimo por algum período de tempo, mas que agora simplesmente já não desperta um brilho no olhar? Porquê é tão difícil sequer cogitar alguma mudança?
Logicamente,não há uma única resposta. Cada um precisa encontrar a sua...
De minha parte tenho refletido muito sobre o que tenho feito e sobre o que gostaria de fazer com minha vida...
Quanto a pessoa do e-mail?
Bem, espero que ela leia esse post e, se achar necessário, assim como eu, também reflita sobre o quem tem feito com sua vida...
Déia escreve aos domingos e está muito incomodada com a sensação de estar sendo atropelada pela vida...
3 comentários:
Déia, temos a necessidade de nos renovar sempre. É isso que dá o gostinho da vida. Nos mantêm VIVOS.
Refletir, mudar de opinião, dar um passo pra trás, sentir NOSTALGIA, também fazem parte do processo.
Como diria Clarice Lispector: "Renda-se, como eu me rendi. Mergulhe no que você não conhece como eu mergulhei. Não se preocupe em entender, viver ultrapassa qualquer entendimento."
Beijo!
la utopía está en el horizonte. Me acerco dos pasos, ella se aleja dos pasos. Camino diez pasos y el horizonte se desplaza diez pasos más allá. Por mucho que camine, nunca la alcanzaré. ¿Para qué sirve la utopia? Para eso: sirve para caminar - Eduardo Galeano
.. o fim é o caminho. Nunca acaba.
Bj
Lucio
@Flafli, Lúcio,
Obrigada pelas palavras carinhosas!
Abraços,
Déia
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