O primeiro texto meu deste ano de 2010 foi sobre minhas promessas de Ano Novo. Eu pretendia “ligar o foda-se”, ou pelo menos tentar fazer isso. Acredito que tenha conseguido, sim, algum sucesso em umas poucas áreas. Mas vejo que foi muito pouco, e também vi que toda essa concepção de “ligar o foda-se” foi corrompida, foi distorcida, mal interpretada por muitas pessoas de meu convívio.
Primeiramente, meu conceito de “ligar o foda-se” era não se preocupar com o que não se pode fazer, ou com o que não é minha responsabilidade. Assim, tentei mesmo não me envolver em questões que pudessem gerar conflitos inúteis, e tentei me preocupar menos com o que eu não podia mudar. Foi um grande esforço, e, até durante alguns meses do ano, consegui ficar mais na minha, o que muito me ajudou.
Entretanto, com o passar do ano, o acúmulo de atividades, inclusive as que não são minhas, foi me deixando mais chateada, preocupada, e acabei deixando de lado o “ligar o foda-se”. Infelizmente a culpa recaiu sobre mim. Pessoas próximas me aconselhavam a não me preocupar, a deixar pra lá, mas eram as mesmas pessoas que deixaram suas atividades de lado, para “ligarem o foda-se, em alta voltagem”, às minhas custas. Isso me deixou ainda mais triste. Pra piorar, vieram as brincadeiras de mau gosto, insinuando que minhas preocupações seriam por motivos pessoais, e não exatamente porque eu fiquei com a responsabilidade daqueles deveriam cumprir suas tarefas e não o faziam.
O “foda-se” foi desvirtuado (estranha a expressão, não?!) em nome de uma total irresponsabilidade por parte das pessoas. Quem me dizia para “ligar o foda-se” jamais interpretou essa ação como fazer o que é possível, e deixar somente o que não se pode fazer para lá. Essas pessoas interpretaram o “foda-se” como deixar tudo pra lá, e fazer somente o que se tem vontade. Oras, é realmente muito fácil acusar alguém de estressada quando se deixa tudo para essa pessoa fazer, sabendo que ela vai fazer, e se faz somente o que se gosta.
Temos responsabilidades na vida que devemos cumprir, e que não têm nada a ver com “ligar o foda-se”. Não podemos deixar nossas responsabilidades para os outros, e achar que está tudo bem. E, sabendo disso tudo, ainda fazer gracinha com essas pessoas, dizendo que são estressadas, que estão com problemas pessoais, etc. Isso é falta de respeito!
Assim, diante dos acontecimentos deste ano, revogo o meu “ligar o foda-se”, com pesar, e assumo sim que sou a estressada. Se cumprir com minhas responsabilidades, e não deixar que recaiam sobre os outros faz de mim a estressada, então deixo o “foda-se” para quem é mais esperto do que eu. E seja o que Deus quiser!
O desabafo acima não deveria ser o último texto do ano de Tania. Mas, para começar um Ano Novo, é preciso acabar com as pendências do antigo. Não sei qual será minha promessa de Ano Novo, mas sei que não vou ferir meus princípios para tentar ser menos estressada. Tentarei achar outras formas que não firam ninguém.
Um comentário:
Prazer... mais uma estressada que se aborrece quando dizem que ela não pode se preocupar se os outros não assumem suas responsabilidades.
Não dá pra simplesmente não fazer porque os outros não fazem. Me deixa culpada. E continuo estressada, ou seja, não resolve.
Tenho promessas para o ano novo e uma delas é dar valor a mim mesma. Mas ainda mantendo o respeito pelos outros.
Foi ótimo ler seu post e saber que não estou tão sozinha quanto achava em meus pensamentos.
Obrigada por isso.
Bjs
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