Quando alguém, pretensiosamente, diz à Menina: "Eu lhe conheço como a palma da minha mão..." ela limita-se a sorrir sarcástica e a refletir acerca da ingenuidade que é acreditar ser possível conhecer algo ou alguém profundamente.
Conhece-se aquilo que o outro quer que seja conhecido.
Conhece-se a face que o outro deseja mostrar...
Cada qual veste, a cada manhã, a "máscara" que deseja que seja vista pelos demais.
E ante os protestos indignados daqueles que se julgam "100% verdadeiros" a Menina alarga o sorriso e calmamente pergunta: "E o que é a Verdade?"...
...
Déia escreve aos domingos e gostaria de presentear os leitores do blog com um dos mais belos escritos de Drummond:
Conhece-se aquilo que o outro quer que seja conhecido.
Conhece-se a face que o outro deseja mostrar...
Cada qual veste, a cada manhã, a "máscara" que deseja que seja vista pelos demais.
E ante os protestos indignados daqueles que se julgam "100% verdadeiros" a Menina alarga o sorriso e calmamente pergunta: "E o que é a Verdade?"...
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Déia escreve aos domingos e gostaria de presentear os leitores do blog com um dos mais belos escritos de Drummond:
VERDADE
"A porta da verdade estava aberta,
mas só deixava passar
meia pessoa de cada vez.
Assim não era possível atingir toda a verdade,
porque a meia pessoa que entrava
só trazia o perfil de meia verdade.
E sua segunda metade
voltava igualmente com meio perfil.
E os meios perfis não coincidiam.
Arrebentaram a porta. Derrubaram a porta.
Chegaram ao lugar luminoso
onde a verdade esplendia seus fogos.
Era dividida em metades
diferentes uma da outra.
Chegou-se a discutir qual a metade mais bela.
Nenhuma das duas era totalmente bela.
E carecia optar. Cada um optou conforme
seu capricho, sua ilusão, sua miopia."
mas só deixava passar
meia pessoa de cada vez.
Assim não era possível atingir toda a verdade,
porque a meia pessoa que entrava
só trazia o perfil de meia verdade.
E sua segunda metade
voltava igualmente com meio perfil.
E os meios perfis não coincidiam.
Arrebentaram a porta. Derrubaram a porta.
Chegaram ao lugar luminoso
onde a verdade esplendia seus fogos.
Era dividida em metades
diferentes uma da outra.
Chegou-se a discutir qual a metade mais bela.
Nenhuma das duas era totalmente bela.
E carecia optar. Cada um optou conforme
seu capricho, sua ilusão, sua miopia."
(Carlos Drummond de Andrade)
6 comentários:
Olá Déia!
Concordo plenamente com a menina. A verdade realmente depende da cor da lente com que olhamos o mundo.
--
Hoje amanheci amarelo. Abri a janela e o mundo também estava amarelo. Amanhã quero acordar azul.
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Não fugi do seu(s) blog(s) não viu, só tava apertado com os trequim do meu mestrado. Voltando a vida normal,rsrs.
Um beijo,
S.
--
Visite: http://twitter.com/poemasecontos
Eita que texto maravilhoso!
Amei amei amei!
Esse post eu vou fazer questão de imprimir e mostrar pra algumas pessoinhas...
Meninas, eu adoro o blog de vocês!
Olá Sérgio! Olá Selma!
Sérgio, querido, realmente senti sua falta, mas imaginei que a correria estivesse uma loucura mesmo...
(Idem no que me diz respeito...Hehehehe) Bjs querido!
Selma, querida, que coisa boa que é ler palavras tão carinhosas! Fico imensamente feliz! :-D
Um beijo enorme querida! Déia
Realmente o outro conhece o que deixamos ser visto aos seus olhos.
Cada qual com sua verdade.....
E são tantas as verdades, não é mesmo? ;-)
Bjs querida!
Déia
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