terça-feira, 9 de novembro de 2010

Infiltrão

Veio como filete, fresta de água

Rachou a parede da casa, pingo por pingo

Já não podia correr para outro canto

Vazou devagar ganhando espaço e abrindo caminho

Água de remanso

De goteira virou poça

Poço de corrente

Riacho

Balanço buscando mais água criou onda

Arrebentou na beira de outro lugar

E o doce virou sal

Lagoa grande que carrega águas vindas também do céu

Claro ou escuro o mistério do mar pingava nas manhãs no teto de minha cozinha

Deixo vazar o desenho na parede, tatuagem

Quem sabe um dia conserto

Esta minha infiltração.


Juliana escreve esporadicamente.

2 comentários:

Anônimo disse...

Me encontrei!

Amigas "Balzacas", amei o blog!

Passa no meu...

Bjos!

Adélia disse...

Não se afobe, não
Que nada é pra já

(ou:
Não se afogue não
que nada é pra já)

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