domingo, 10 de fevereiro de 2008

O amor é único

Queria fazer um texto de amor, mas, confesso, é muito difícil. Amar não é difícil, muito menos ser amada. Mas escrever sobre o amor, isso sim, é muito difícil. É complexo, não que o amor seja algo do tipo complexo-complicado, mas, acho mesmo que não consigo expressar em palavras este sentimento colossal... único...

Não é que por um encanto caiu nas minhas mãos um texto falando sobre isso? Acho que Artur de Távola fala bem melhor que eu... Segue...


"Aos que não casaram,

Aos que vão casar,

Aos que acabaram de casar,

Aos que pensam em se separar,

Aos que acabaram de se separar,

Aos que pensam em voltar...

Não existem vários tipos de amor, assim como não existem três tipos de saudade, quatro de ódio, seis espécies de inveja. O AMOR É ÚNICO, como qualquer sentido, seja ele destinado a familiares, ao cônjuge ou a Deus. A diferença é que, como entre marido e mulher não há laços de sangue, A SEDUÇÃO tem que ser ininterrupta...

Por não haver nenhuma garantia de durabilidade, qualquer alteração no tom de voz nos fragiliza, e de cobrança em cobrança, acabamos de sepultar uma relação que poderia SER ETERNA.

Casaram. Te amo prá lá, te amo prá cá. Lindo, mas insustentável. O sucesso de um casamento exige mais do que declarações românticas. Entre duas pessoas que resolvem dividir o mesmo teto, tem que haver muito mais do que amor, e às vezes, nem necessita de um amor tão intenso. É preciso que haja, antes de mais nada, RESPEITO.

Agressões zero. Disposição para ouvir argumentos alheios. Alguma paciência...Amor só, não basta. Não pode haver competição. Nem comparações. Tem que ter jogo de cintura para acatar regras que não foram previamente combinadas.Tem que haver BOM HUMOR para enfrentar imprevistos, acessos de carência, infantilidades. Tem que saber levar. Amar só é pouco.

Tem que haver inteligência. Um cérebro programado para enfrentar tensões pré-menstruais, rejeições, demissões inesperadas, contas para pagar. Tem que ter disciplina para educar filhos, dar exemplo, não gritar. Tem que ter um bom psiquiatra. Não adianta, apenas, amar.

Entre casais que se unem, visando à longevidade do matrimônio, tem que haver um pouco de silêncio, amigos de infância, vida própria, um tempo para cada um. Tem que haver confiança. Certa camaradagem, às vezes fingir que não viu, fazer de conta que não escutou. É preciso entender que união não significa, necessariamente, fusão. E que amar "solamente", não basta.

Entre homens e mulheres que acham que O AMOR É SÓ POESIA, tem que haver discernimento, pé no chão, racionalidade. Tem que saber que o amor pode ser bom, pode durar para sempre, mas que sozinho não dá conta do recado. O amor é grande, mas não são dois. Tem que saber se aquele amor faz bem ou não, se não fizer bem, não é amor. É preciso convocar uma turma de sentimentos para amparar esse amor que carrega o ônus da onipotência. O amor até pode nos bastar, mas ele próprio não se basta.

Um bom Amor aos que já tem!

Um bom encontro aos que procuram!

E felicidade a todos nós!"

ARTUR DA TÁVOLA

Marília, sempre acreditou que o amor sozinho não é suficiente... e corre atrás diariamente desse algo mais que falta...



3 comentários:

Advokete disse...

Oi, Marília.

Tenho relutado muito em comentar seus textos desde que li sua apresentação pras Mulheres de Trinta. Não só não me identifiquei, como discordo em gênero, número e grau com tudo que você disse. Mas preferi sair do blog a criar um "clima de guerra" num projeto tão bacana (o que fatalmente aconteceria depois da publicação daquele seu texto que foi compreensivel e vergonhosamente retirado do ar).

Mas desta vez não resisti. Tenho acompanhado o blog embora já não integre mais o grupo e verifico que, dos textos que você postou, quatro não são de sua autoria.

Neste último você diz que não encontrou palavras pra falar de amor e usou palavras alheias. No penúltimo você se restringiu a fazer uma lista. No anterior, três parágrafos, totalizando cinco frases. Creio que de sua autoria. Os demais, novamente palavras alheias.

O quê dizer? Talvez seja necessária a reciclagem de idéias, a leitura de novos livros, novos autores. O mundo com diversidade nos torna melhores e mais capazes de expressar nossas idéias.

Escreve bem que muito lê. Em quantidade e qualidade. É um exercício árduo no início se não se foi habituado à leitura desde criança. Mas vale a pena. Ontem, por exemplo, tive a grata surpresa de saber que um ex-detento que conheci no serviço voluntário foi aprovado no vestibular da PUC pra Direito e ganhou uma bolsa de estudos. Ele me ligou pra agradecer o incentivo à leitura e aos estudos.

Tomo a liberdade de comentar assim porque meus textos sempre foram muito elogiados (exceto um, no blog mesmo, de extremo mau gosto exatamente sobre mau gosto que escrevi num dia raro de pouca inspiração. Mas era de minha autoria e sequer cogitei que fosse retirado do ar). A língua, seja escrita ou falada, é meu instrumento de trabalho. Não posso me dar ao luxo de manejar este instrumento assim, de qualquer jeito, usando apenas palavras alheias.

Sei que seu instrumento de trabalho é outro, mas, diante das idéias que você defende, aprender a manejar melhor a palavra, bem como se expressar, poderia ser de alguma utilidade.

Cordialmente,

Laeticia

Anônimo disse...

Apesar de todo este comentário da Laeticia, achei interessante o texto. No meu blog, costumo usar algumas idéias de outras pessoas também, só para iniciar ou terminar os textos.
Não creio que seja tão difícil assim falar de Amor porque, na minha opinião, ele é um sentimento particular que pode ser descrito através de experiências sua. Escrever é uma Arte também e a Arte é expressão de sentimentos.
É como está escrito, não existe diversos tipos de Amor e acho que o maior lance deste sentimento é saber ceder a sua vontade para satisfazer a vontade do companheiro(a), amigo(a) ou qualquer outro familiar.
Abraços, menina!!!!

Giovana disse...

Acho muito normal expressar nossa opinião através de palavras que já foram escritas por outra pessoa. Inclusive acredito que é justamente para isso que as pessoas escrevem e publicam o que escrevem: para que outras pessoas se identifiquem com elas, com suas idéias, com suas opiniões, enfim. Achei bacanérrimo o texto sobre amor e não acho que considerações sobre ler mais e melhor são pertinentes nesse caso. Acredito que esse blog foi criado para expressar opiniões e compartilhar textos livremente então, me desculpe cara Laeticia, seu comentário, além de muito grosseiro é claramente agressivo. Para você, Marilía, parabéns pela dignidade de admitir sua afinidade com outros escritores.
Abraços a todas

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