sábado, 29 de março de 2008

Manga Rosa

Se ontem a incerteza do futuro me assombrava, hoje a certeza de que sou responsável por criá-lo (e que minha criatividade é enorme) me tranqüiliza.

Se ontem eu responsabilizava os outros pelas minhas dores, hoje eu sei que a minha forma de ver o mundo é que lhes dá vida, e tento aprender com elas.

Se ontem minha paz era estar entre dezenas de pessoas que chamei de amigos, hoje são poucas pessoas que, aplaudindo ou dando um pito, de muito perto ou muito longe, fazem o meu chão.

Se ontem minha família era meu karma, hoje ela é minha guia, meu ninho e ao mesmo tempo nossa escola.

Se ontem eu queria ver mais lugares, hoje me encanto com mais detalhes de um mesmo lugar (mas ainda quero ver muitos lugares).

Se ontem o amor era uma finalidade na minha vida, hoje ele é um ponto de partida (mas ainda me dá frio na barriga).

Se ontem meu combustível eram os desafios, hoje a gratidão por tudo o que a vida me deu de bom é minha turbina.

Se ontem eu queria ganhar, hoje eu sei que dividindo é que eu multiplico.

Se ontem meu Deus ouvia pedidos prontos, hoje ele me mostra os caminhos e um espelho (para eu mesma ter a certeza de que posso ou não trilhá-los), e ouve minha gratidão.

Se ontem minha felicidade estava sempre no universo de alguém, hoje ela acabe apenas nas minhas próprias mãos.

Se ontem eu me sentia responsável pela felicidade dos que amo, hoje os observo ir buscar sua própria felicidade, mesmo quando ela os leva para longe de mim.

Se ontem eu queria ser a melhor, hoje quero ser o meu melhor (que eu sei que é muito, mas ainda é pouco).

Se ontem eu sonhava em ser plenamente feliz todo o tempo, hoje sou verdadeiramente feliz em momentos, às vezes poucos, às vezes muitos (mas é bem mais divertido).

Se ontem eu tinha muitos sonhos, hoje eu sei como alcançá-los.

E quando alguma destas minhas novas verdades foge de mim (o que é ainda é mais comum do que eu gostaria), eu aprendi a esperar tranqüila, porque hoje eu sei que elas voltam, e quase sempre trazem mais algumas para aumentar a família.

Gisele Lins parece uma velha caquética desdentada e gagá, falando de como é boa a maturidade, mas que ela é boa mesmo, ela é. Escreve aqui aos sábados.

4 comentários:

Angel disse...

Você tem razão, é bom viver a mudança de nossos paradigmas. É bom evoluir.

Beijos!

Unknown disse...

Nossa, acho que li esse texto umas 20 vezes!
é tão bonito Gi!!!
Pense só, se aos quase 30 voce sabe tudo isso, imagina quanta coisa voce saberá aos 60?
e aos 90?
e aos 103? rs

beijos querida!

Paula disse...

Gi, MA-RA-VI-LHO-SO seu texto! Nada mais posso dizer dele! Quantos insights acerca da vida!
Beijo!

jujucanteiro disse...

Gigi
Fico comovida ao ver que a guriazinha que eu criei é capaz de escrever um texto com tanta sabedoria. Como diz a Mi, imagina só quando estiveres velhinha, quanta coisa vais nos ensinar. Espero ainda estar ai pra aprender. Muitos beijos. Juju

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