Violência nas escolas é algo que, infelizmente, não é tão recente, mas que, infelizmente, tem se tornado mais comum e freqüente do que qualquer cidadão deseja.
Só nas duas últimas semanas, três casos de agressão de alunos contra professores vêm chocando a população. Em uma dos casos, a professora teve traumatismo craniano.
Deixo claro, desde já, que sou contra qualquer tipo de violência. Acredito mesmo que violência só gera mais violência.
E sei muito bem que famílias violentas geram filhos violentos, que por sua vez vão gerar famílias violentas. E acredito que a educação tem um papel importante neste processo, pois pode oferecer alternativas e tratar essa doença, evitando que o ciclo se perpetue.
Mas a educação é também incumbida pela sociedade e pelo Poder Público de dar conta de várias outras questões.
A violência no trânsito está assustadora? Vamos trabalhar isso nas escolas.
Há preconceito racial? Coloquemos nos currículos escolares.
A cultura indígena não é devidamente conhecida e respeitada? Acrescente-se no currículo e tudo se resolverá.
Esses são apenas alguns exemplos, de inúmeros outros, em que simplesmente se atribui a responsabilidade para a escola, sem preparo dos profissionais que nela atuam, e como se a escola fosse sinônimo de educação.
Espera-se que a população saiba ler e entender o que leu, para que tenha acesso aos seus direitos, deveres e exerça sua cidadania de forma autônoma. Esse é o ideal de qualquer professor. Mas o real é o professor que ouve ameaças e xingamentos em plena sala de aula. É o professor que tem taquicardia antes de entrar na sala. É o professor que sai da sala de aula e diz: sobrevivi a mais essa. É o professor que nunca sabe se aparta a briga, correndo o risco de também ser agredido ou se se exime, correndo o risco de permitir que dois alunos se machuquem. É o professor que cada vez dá menos conteúdos e exige menos, porque não consegue fazer com que a turma acompanhe o ritmo que desejaria.
O real, e estou generalizando e cometendo todas as injustiças que isto carreta, é o professor que fica doente, que se decepciona com a educação e que se sente responsável por resolver os problemas do mundo, desde a crise financeira a te o aquecimento global.
Este é um texto desabafo, para alertar que educação na escola não é uma poção mágica para todos os problemas do mundo. E para alertar que professor também é gente. Não é vítima. Não é vilão. Não é mártir. Não é santo. Professor é gente!
Renata é gente. E se desilude. E cansa. E se indigna com as injustiças cometidas pela sociedade, que põe a responsabilidade e a culpa por inúmeros problemas no professor, se isentando de atuar em outras esferas.
4 comentários:
Renata
Quando entrei naquela fase de ter que escolher e colocar em prática o famoso Plano B para a minha carreira, ser professora sempre esteve em meus planos, inclusive tive uma experiência em sala de aula que muito me agradou. Porém, casos de violência e falta de respeito com o professor me fez desistir. Uma pena, é verdade. Mas o que vejo são profissionais cada vez mais desmotivado e também assustados com tudo isso.
Força aos profissionais que ainda insistem, pois amam o que escolheram.
Um forte abraço
oi as meninas, acabei de ler o blog de vcs e amei muito!!!
altamente criativo.
xeros a todas!!!
helena xenofonte
Rê,
concordo plenamente com tudo o que vc escreveu.
A educação não é responsabilidade somente do professor o da escola, temos de fazer nossa parte. É isso que falta, cada um assumir a sua responsabilidade por uma sociedade mais justa e decente.
Bjos!
Vou comentar meu próprio texto, mas vá lá: só hoje um aluno mandou a profe se fuder e a chamou de puta na sala, outro ficou jogando a classe no chão e bufando pq não o deixaram ir tomar água e outro ficou zanzando na sala dizendo que não ia fazer nada, que ninguém mandava nele enquanto a professora tentava explicar! Fora as coisas impublicáveis... E considero esta uma escola tranquila. Imaginem..........
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