Não é verdade, mas só porque eu tenho muita força de vontade. Caso contrário, eu deveria abandonar para sempre essa experiência literária.
Acontece que semana passada eu me deparei com um trecho sobre o ciúmes, escrito pelo meu amado Chico. Despretencioso, como sempre, ele me deixou com lágrimas nos olhos. Para vocês entenderem do que eu estou falando, segue abaixo:
"Com o tempo aprendi que o ciúme é um sentimento para proclamar de peito aberto, no instante mesmo de sua origem.
Porque ao nascer, ele é realmente um sentimento cortês, deve ser logo oferecido à mulher como uma rosa.
Senão, no instante seguinte ele se fecha em repolho, e dentro dele todo mal fermenta.
O ciúme é então a espécie mais introvertida das invejas, e mordendo-se todo, põe nos outros a culpa de sua feiura.
Sabendo-se desprezível, apresenta-se com nomes supostos, e como exemplo cito a minha pobre avó, que conhecia seu ciúme como reumatismo."
(pgs. 61-62,"Leite Derramado", Chico Buarque, Cia das Letras.)
Por tudo que é mais sagrado, como é que ele consegue?
Milena tenta escrever. De vez enquando quase desiste. Um dia espera conseguir transcender.
3 comentários:
Lindo Milena!
Feliz são as palavras de Chico.
Infelicidade minha, é as vezes tentar não querer entender.
Beijocas,
Thacia.
Oi Milena.
Taí uma pergunta difícil... como é que ele consegue.
Diante das palavras dele, agente sempre se cala.
abraço, ótimo blog.
Andrea
Nada disso, nao desiste nao, de jeito nenhum!
Olha que frio faz na floresta, ha? :)
Beijocas!
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