quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Em defesa de todas as crenças

Religião é um dos temas mais polêmicos do mundo. E, como diria Caetano, em “Fora da Ordem”; “Eu não espero pelo dia em que todos os homens concordem. Apenas sei de diversas harmonias, bonitas e possíveis e sem juízo final”. Pois é, era isso que deveríamos pensar antes de levantar bandeiras e gritar sobre a melhor religião.

Tenho passado por situações de intolerância religiosa extrema com pessoas de meu convívio social. No início, levava numa boa, pois achava que as pessoas queriam me converter à religião delas porque queriam o melhor para mim, e acreditavam que a religião que elas seguem é a melhor. Até aí, tudo bem. Eu somente ouvia, e não falava nada. Ou, no máximo, agradecia. Só que, depois de um tempo, a coisa piorou. Passou a ser doutrinação, lavagem cerebral. Aí, a conversa ficou perigosa, e as outras religiões eram erradas. Esse pessoal que é dono da verdade absoluta é difícil de conviver.

Comecei a responder algumas coisas que essas pessoas não gostam de ouvir, e, algumas vezes, o clima ficou ruim. Eu me afastava uns tempos, mas depois o tema religioso voltava. Eu criticava os intolerantes, pois não quero que este país vire um Oriente Médio, com religiosos de uma crença matavam os de outra. Também me chamaram de intolerante, porque não aceito críticas às religiões. Pode?! Pode, pois é um mundo complexo demais.

Pra piorar, outro dia escuto de pessoas da minha família que estou afastada da religião. E a conversa começou com pergunta se eu agradecia a Deus quando recebia uma boa notícia, ou por ter boa saúde. Oras, e eu preciso demonstrar que tenho uma religião e erguer mais uma bandeira da intolerância para estar perto de Deus?! Eu respondi que Deus não tem nada a ver com religião, e que me afastei de religião por causa da intolerância de uma crença com outra. Quando parecia que a conversa ia terminar ali, rendeu para uma terceira pessoa, que comentaram que devia voltar para a religião, freqüentar a igreja, essas coisas.

Minha família tem gente de várias religiões; católicos, evangélicos, espíritas. Até pouco tempo, havia respeito entre eles. Agora parece que um incomoda o outro. Não acredito que Deus esteja em uma religião e não na outra. Nem acredito que Deus queira que uma pessoa guerreie com outra para defender uma crença. Eu defendo todas as crenças, e continuarei assim. Mas sei o quanto custa defender a fé, e não a religião.

Tania acredita que cada um escolhe a melhor religião para si; aquela que mais aproxima a pessoa de Deus. Portanto, não pode haver um única crença verdadeira. A fé leva a Deus.

4 comentários:

Rosi disse...

Concordo em gênero, número e grau.

Gisele Lins disse...

Oi Tania!
Também estou 100% com você.
Deus está é onde cada um o encontra, mas ele pode, sim, estar em todos os lugares.
Um beijão pra ti!

Anônimo disse...

Panteísmo!

Durante algum tempo, sofri muito também com esta forma de ditadura.
E, percebi que a melhor forma de encerrar uma imposição religiosa, até mesmo sendo na realidade, é dizer ser panteísta! Leia o filósofo holandês Espinosa e sua ética do panteísmo que entenderá melhor!

Ou seja pan(todo) teísmo(Deus); deus não está no céu, ele é o céu, não está em você, é você...

Ser panteísta é não ter religião (não significa ser ateu); é acreditar que deus não existe, mas que ele é. De eus; d'eus; deus!

Um grande abraço!

Marco disse...

Não importa a religião, filosofia ou crença das pessoas. Mesmo os que não acreditam em nada, devem ser respeitados. Não importa quantos deuses são. O que importa são os atos das pessoas em relação a elas próprias e aos outros. Não se precisa de religião para saber se o que você faz é certo ou errado. Pra isso temos nosso coração, que nos orienta como um mesmtre. Pena que pouca gente o ouça...

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