Começamos a envelhecer no momento que nascemos.
Ok, grande descoberta essa.
Mas parecemos ignorar completamente o nosso destino por pelo menos os primeiros 20 anos de vida. Envelhecer não é algo em que pensamos durante a infância e adolescência, salvo raras exceções (como quando desejamos ter 18 anos para dirigir o carro ou ter a independência suficiente para ir e vir, sem permissão de ninguém). O envelhecer que me refiro, no entanto, é a maturidade do corpo físico, as rugas que aparecem com o passar do tempo e aquele frescor da pele que progressivamente se torna menos acentuado.
Envelhecer com elegância, graciosidade e dignidade. O que afinal significa isso?
Até soa ridículo que alguém como eu, que recém entrara na terceira década de vida esteja discursando sobre o envelhecimento. Bem, mantenha em mente que somos mulheres brasileiras e deve até fazer parte do nosso DNA a essa altura o lidar com as exigências da sociedade em relação à beleza feminina, em que idade for.
Lembro-me dos tempos em que me bastava um cabelo recém lavado, jeans e camiseta para colocar os pés para fora de casa. Ah, brincos e batom eram os únicos acessórios a me acompanhar naquela época.
É preciso muito mais cuidado para se sentir bonita hoje em dia: hidratantes para mãos, pés, rosto, pernas, produtos especializados para o cabelo (na realidade já perdi a conta de quantos são no momento), esfoliastes, tônicos, mascaras, óleos.. e isso só para se falar nos cuidados diários. Além disso, cara lavada não dá mais! Oh vida!...Ter que passar pela rotina diária matinal de se lambuzar em maquiagem para não transparecer o cansaço que dá ter 1001 funções que me cabem durante as 16 hs ou mais que passo acordada, com o sorriso no rosto (será que sorrir também causa rugas?).
E como se tudo isso não bastasse, um dia a gente acorda, olha no espelho e se dá conta que as coisas já não são mais como antes.
Quando foi que esse pé de galinha apareceu????? ... e esse bigode chinês, quem o colocou ali?
Certo, eu assumo que sou vaidosa, mas convenhamos que aceitar o envelhecimento em uma sociedade que prega a perfeição não é uma coisa fácil não!
E foi por isso mesmo que recentemente andei pesquisando alguns procedimentos estéticos. É, pensando em me render a faca, já...
Estou avaliando os riscos e a importância de me sentir confortável comigo mesma (não quero me convencer que essa seria uma escolha superficial pois afinal de contas se aceitar é essencial!!!). Minha mãe já fez umas quantas e assim me parece mais banal. Mais recentemente foi a vez do meu pai. Por que não eu?
Há alguns dias recebi a chocante notícia de que a prima de uma amiga, de 34 anos e mãe de gêmeos de 2 aninhos de idade faleceu depois de uma lipo. Voltou pra casa numa boa, teve recaída e voltou para o hospital, de onde não saiu. Não sei detalhes. O fato é de que li como um sinal.
Ainda não decidi o que vou fazer mas certamente estou me perguntando o quanto da pressão da sociedade e a minha mesma vão pesar na minha decisão e me fazer enfrentar o risco.
Cirurgia plástica virou banalidade no Brasil mas como toda cirurgia ainda há riscos.
Lil escreve aqui aos sábados e não sabe ainda se faz parte da facção ‘a vida como ela é’, ou se da ‘síndrome do Peter Pan’. A resposta ainda está por vir nos próximos capítulos.
6 comentários:
Join the club!! Tô ensaiando uma lipo deve haver uns 3 anos mais ou menos.
ah, mulheres são especiais, com ou sem essas coisas... acho isso meio que babaquice.
Babaquice?
Talvez no mundo espiritual evoluido mas ainda somos mortais e portanto envehecimento faz sim parte do processo mesmo que queira nega-lo!
Ei Lila, é terrível se sentir fora do padrão, eu sofri muito na minha adolescência pois me achava feia. Eu me sinto muito, mas muito melhor hoje com 37 do que quando tinha 17. Mas também mudei muito e o que mais me incomodava naquela época hj não incomoda mais; não pq eu amadureci mas pq eu tratei de mudar o que me incomodava. No meu caso não precisei de cirurgia pois o que eu queria era ganhar 10kg e ter um cabelo liso (ahahahha) detestava meus indomáveis cachos.
Hoje o que eu gostaria é de um botox e uma depilação a laser ou seja, nenhuma cirurgia, por enquanto...eu não condeno de jeito nenhum quem se propõe a "entrar na faca" pra ficar mais bonita, pq se sentir bonita faz a gente mais feliz.
Lembra aquele teu post sobre as pessoas que se aventuram pelo wild e acabam morrendo e vc disse que não sentia pena delas e sim de quem fica (familia), pois é...eu acho que é a mesma coisa, existe o risco e se as pessoas topam correr o risco elas devem até morrer felizes...sei lá...agora pra quem fica é que é dose!!
Ps: Minha prima faleceu foi de infecção generalizada por bactéria. E esta era a terceira lipo que ela fazia, como vc disso a coisa se torna banal...Ela era linda, perfeita! e vc também (aos meus olhos) mas não adianta nada ninguém te falar isso, vc é que tem que sentir...
Um beijão
Polly
Puxa dear, a Polly fez uma relação muito legal com teu próprio post do wild way of life!
Não tem mesmo certo e errado. Que tem gente sem noção, tem mesmo, mas até para elas, o exagero é o certo naquele momento.
Segue teu coração, e aceita o risco. Também concordo com a Polly que não adianta os outros falarem, é a gente que tem que se sentir bem, mas como sempre, eu insisto: tu és uma diva, deixa pra depois o bisturi, agulha, ou o que for, vai?
Beijocas com muitas saudades!
Olá, uma amiga me mostrou esse blog. E, me interessou num aspecto em particular: a ausência de medo em confrontar as agruras cotidianas, que realmente podem fazer o mundo parar à nossa volta. Continuem, garanto que dão uma ajuda na real compreensão do universo feminino.
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