domingo, 17 de agosto de 2008

Matemática Celestial

A única coisa que a gente tem certeza na vida é de que a gente vai morrer um dia. Então por que a gente nunca está preparado para a morte? E por que a gente tem um certo medo deste momento? Não sou a pessoa que mais pensa neste assunto, mas não vou negar que de vez em quando essas perguntas surgem na minha cabeça. Do que temos medo? Do incerto? Afinal a gente só tem duas opções: ter uma coisa depois da morte, ou não ter uma coisa depois da morte. Bom, não ter uma coisa depois da morte parece ser a opção mais simples, mas ao mesmo tempo mais chata. Já pensou? Pling! E de repente a gente não existe mais. E eu nem vou poder reclamar que é chato não existir, pois eu já não vou estar existindo mais. E aí vem a outra opção, EXISTE uma coisa depois da morte. Que coisa vai ser essa?

A opção católica é: um céu cheio de anjos tocando harpa para as pessoas boazinhas, um inferno pegando fogo para as malvadas e ainda tem uma terceira opção para as pessoas mais ou menos boas que é o limbo, lá elas ficam esperando Jesus descer pra abrir o portão do céu. Imagina só, Jesus é com certeza um cara ocupado, o limbo hoje em dia deve estar igual maracanã em dia de fla-flu, a espera pra ir pro céu deve ser bem longa. O que mais me irrita na parte católica é que se um pecador (dos mais ‘brabros’, não importa) se arrepender dos seus pecados na hora da morte, aí ele vai direto para o céu. Pôxa, e eu que só falei mal da vizinha vou pro limbo? Sacanagem. É aí que o meu lado matemático entra em ação. Gostaria de saber como é que eles fazem os cálculos da sua ‘porcentagem pecadal* por vida’. E também qual o peso de cada pecado? De acordo com os 10 mandamentos não ir à igreja no domingo e matar tem os mesmo peso, eu então sou uma típica ‘serial killer’, pois já tem um bom tempo que não vou à igreja. E como contar os pecadinhos banais do dia a dia? Quantas vezes a gente tem que falar mal da vizinha para ser igual a uma ‘não ida à igreja?’. E então qual é a media pra ir para o céu? Com 60 passa? E se você tiver com 58? Dá para chorar 2 pontinhos? Será que passa com 60- π ? Dá pra reclamar da nota? Se não passar pode fazer prova final? E o limbo; com que nota vai pro limbo? Pôxa, esse pessoal que acredita no céu nunca parou pra pensar nesses detalhes? Ninguém nunca se questionou?
E ainda tem mais, e nossa ‘porcentagem bondadal* (de bondade) por vida’ conta pra alguma coisa? Da pra fazer um balanço, entre a porcentagem ‘pecadal’ e a ‘bondadal’? Tipo um cara que foi um santo a vida toda e de repente faz uma cagada vai ter que ir pro inferno?

E esse negócio de poder se arrepender no último momento é muito injusto porque, por exemplo, as pessoas que morrem de câncer (ou qualquer outra doença) estão sendo beneficiadas em relação às pessoas que morrem de acidente. As pessoas que ficam doentes no hospital têm tempo de pensar em todas as cagadas que fizeram na vida e se arrepender, enquanto as pessoas que morrem de acidente não têm esse tempo.

E os espíritas e os budistas que vão e vêm o tempo todo. No início parece até fazer sentido, a gente morre, nasce de novo, morre, nasce de novo até a gente aprender a ser ‘gente’. Digamos chegar a um status de ser ‘superior’, que já aprendeu tudo. O espiritismo também cai naquele problema de logística dos católicos, como fazer a estatística do seu aprendizado e bondade? O mais engraçado de tudo, é que toda vez que a gente volta, a gente não lembra de nada da vida passada. Oxente, como assim? Como vou usar o meu aprendizado da vida passada se não me lembro de nada? E o pior, a gente vai e vem, vai e vem, e no final não tem aposentadoria. Aprende, desaprende. Aprende de novo, ajuda os seres inferiores. E assim vai infinitamente. Ai, que preguiça!

E os budistas além de tudo, acreditam que a gente também pode reencarnar como bicho. E então Liz, o que você aprendeu na sua vida como grilo? Ah sim, aprendi a fingir de morta para cobra não me pegar. Nossa, também aprendi uma ótima tática pra me camuflar nas árvores. Na verdade gostei mais da minha vida de gato de madame.
‘Liz não está aqui para ofender nenhuma religião, ela acredita que qualquer religião se resume a ter FÉ. Sempre foi muito lógica pra poder ter fé. Desde pequena perguntava pra sua mãe : se Deus fez o mundo, quem fez Deus? E quem fez aquele que fez Deus? E quem fez....’
Ps: * Liz também adora inventar palavras.

2 comentários:

Angel disse...

Oi Liz! Tudo bem!?

Gostei muito do seu texto. Realmente há muitas coisas questionáveis nas religiões. Tenho fé e me simpatizo com uma religião, embora não seja praticante.

o que mais me intriga nesse assunto é a Biblia. Muitas vezes já vi Biblias "revistas e ampliadas". Como assim? Ampliada por quem? Marcos? João? Ou Jesus soprou no ouvido de alguém "falta alguma coisa aí nesse livro...!" ???

O fato é que a briga é certa quando se questiona a crença alheia. Muitas religiões obrigam o uso de viseiras de aço em seus fiéis. Aí ja era!

E Deus no meio dessa confusão toda, tendo que atender por vários nomes e trabalhando 24 hours a day. Pour boy!

bjos!

Gisele Lins disse...

Liz adorei muito o texto, muito bom mesmo! Eu tenho minhas crenças mas também sou super questionadora, adorei as percentagens bondadais e pecadais, hahaha!
Um abração!

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