Soltou os cabelos, saiu do banheiro. Anastácia não queria mais falar sobre nada ou pelo menos sobre o que os incomodava, não. Preferiu olhar para o céu e buscar estrelas que já não estavam mais lá e pensar que talvez ela um dia permaneça assim, brilhando mesmo após o fim de sua existência; presente mesmo durante a ausência. Ficaram em silêncio por alguns minutos, queriam apenas permanecer juntos, mas não sabiam exatamente como, eram tantas as idéias, as dúvidas, os sonhos e apenas uma certeza, se gostavam. Resolveram então mudar de assunto, mas mesmo nas próximas palavras, e, principalmente, no silêncio, tudo permanecia no mesmo lugar, ainda que por alguns instantes, ainda que por alguns meses, assim como as estrelas no céu. O que não queriam falar, estava lá, reluzente, brilhante, os espiando. Anastácia pensou em voltar para casa e, ao mesmo tempo, não o queria, seus olhos molhavam, sua mente fervia em pensamentos. Naquela noite, as estrelas haviam sido um lugar para a tranquilizar, imagens que a faziam se sentir bem, um foco para a distrair da realidade, após alguns minutos Anastácia não conseguia enxergá-las mais, parecia que ía chover e percebeu o que já sabia – enquanto estivessem juntos eles brilhavam ainda que numa luzinha fraca – tudo ficaria bem.
Para as estrelas no céu que nos iluminam sempre, ainda que por detrás de nuvens densas.
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