O filme Titanic foi campão de bilheteria em muitos lugares do mundo, só se falava no Titanic, no quanto espetacular o filme era, os efeitos especiais bla bla bla. Naquela época eu morava em Viçosa no sul de Minas. E lá como em muitas outras cidades do interior, o cinema tinha virado igreja da ‘Assembléia de Deus’. Sem cinema e muito menos sem dinheiro, só fui ver o tal famoso filme quando foi lançado em DVD, na verdade vídeo cassete, muito tempo depois. Esta é a parte numero um da historia de hoje.
A parte número dois, tem a ver com a minha sensibilidade, ou melhor, insensibilidade. Na minha adolescência eu era longe de ser uma ‘manteiga derretida’, chorar pra mim só em caso de funeral e olhe lá. Tentava sempre regular minhas emoções o máximo possível. Quando o cachorro lá de casa morreu (ele tinha nove anos), minhas irmãs mais velhas choraram pra caramba. E eu lá, sendo forte me segurando, tentando ser bem lógica. Já que o cachorro estava doente, e a gente sabia que não ia ter jeito. Não tinha motivo para chorar. Chorar por namorado então era completamente proibido, eu podia ficar com raiva, quem sabe até triste, mas chorar de jeito nenhum. Então vocês podem imaginar qual era a minha opinião sobre chorar em filmes.
Era um domingo chato em Viçosa, e eu e minha prima Bela não tínhamos nada pra fazer. Dinheiro na época não era uma coisa que andava sobrando muito. Resolvemos então ir ao cinema da universidade ver que filme estava passando. Cinema é um nome carinhoso dado a sala de exposição de filmes da universidade. Administrado por estudantes o ‘Cinema Carcará’ era a atração do domingo principalmente para os alunos que moravam na universidade. Uma sala grande com telão quase caseiro, o vídeo usado era um VHS alugado, almofadas espalhadas pelo chão, e pronto, era só encontrar um cantinho, deitar e se divertir. Dependendo do filme a sala ficava lotada, todo mundo sentadinho no chão um do lado do outro, era só espremer que sempre cabia mais um. Assisti muitos filmes graças ao Cinema Carcará.
Liz nunca tinha se emocionada tanto, sentiu um alivio de poder chorar tudo que tinha direito. Hoje em dia continua controlando um pouco o lado emocional, mas se dar permissão pra chorar em algumas ocasiões. Outro dia chorou assistindo animal planet.
3 comentários:
Eu até hoje não entendo a razão desse filme ser tão emocionante pras pessoas, e já assisti algumas vezes. Não chorei, não nada. Não vi a graça.
Hahahahahaha! Adooorei teu post Liz, oh Jack, oh Jack, hahahahahaha! Muito bom mesmo! Eu era mais chorona, chorei no Titanic, chorei quando o pai do Rei Leão morreu, chorei quando o Lobo bonitão de Dança com Lobos morreu, chorei quando o ciclope se afogou na areia movediça na Lenda, e quando o menino encontra os pais no Imperio do Sol (puxa que Matusalém isso, heim?). Faz muito tempo que isso não acontece, uma pena, pois eu acho natural, saudável e nada vergonhoso. Agora chorar no Animal Planet é o ápice da catarse, heim? Um beijão pra você!
Hahahaha!
Bem, da primeira vez que eu vi Titanic, eu... dormi! haushau
Mas na segunda, qdo vi tudo, eu tbm não aguentei e tive que chorar!
Adorei o texto, parabéns! =)
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