quarta-feira, 26 de agosto de 2009

O mistério dos outros

Que incrível coisa é essa que rege nossa proximidade com os outros?

Podes ver que aqueles que estão hoje ao nosso lado, bem pertinho, ao alcance de um e-mail, telefonema, ou mesmo pensamento, ou tomaram este lugar imediatamente após pousarmos neles nossos olhos, ou ficaram perambulando ao nosso redor um tempão, até sentirmos aquele tchum, que se transforma em um ímã (pensando bem, isso é um tanto lógico, santa esperteza, pois que outra opção haveria?).

O lance é que tem um quê de mistério nisso aí, que governa também o porquê as pessoas permanecem na nossa vida. Parece que alguns ímãs perdem logo a força, a pessoa passa, deixa boas lembranças (ou não), aprendizagens, e se vai, segue seu caminho. Talvez nem fosse bem um ímã, fosse apenas uma Tenaz meio vagabunda (borbéque*, no novo dialeto que aprendo aqui), que cumpre seu papel, mas logo seca e quebra. Outras pessoas não. Foram chegando devagarzinho, deixaram sua marca a ferro e fogo e não vão embora, ficam grudadas, imantadas, unidas em nosso coração, mesmo quando o tempo e as distâncias insistem na separação. São aquelas de quem mandamos ou recebemos notícias, e encontramos de vez em nunca, e ainda assim, sempre estiveram ali, grudadas na gente, fazendo parte da nossa marca registrada, como se nunca tivéssemos nos separado.

Tenho tido a chance, em função de um momento especial da minha vida, de ter um alô de muitos destes alguéns, que hoje estão distantes, mas continuam grudadinhos em mim. Também tenho tido a chance, muito grata, de ver chegando mais perto novas pessoas, novas em folha, ou novas porque a vida tem nos aproximado.

Parece que é assim que nosso ímã se renova, nosso potencial de continuar grudadinho com aqueles que permanecem aumenta, e nossa compreensão de deixar quebrar sem dor o que não tem ímã finalmente chega.
O que mais me deixa abismada, por fim, é chegar à conclusão de que, ao contrário do que sempre pensei, de que “as coisas acontecem do jeito que tem que acontecer”, quando se refere a pessoas, nossos ímãs são ativados apenas quando NÓS é que estamos preparados para tê-las em nossas vidas, e não o contrário.

*borbéque – que eu não sei se é assim que se escreve, é uma marca “genérica” de bicicleta. Por aqui virou gíria que significa que “não é uma Caloi”.

Gisele Lins já escreve aqui às quartas-feiras. Nesta super envolvida e grata pelos ímãs que permanecem e pelos que chegam na sua vida.

3 comentários:

Unknown disse...

Que lindo Gi.
que você descubra cada vez mais imãs na sua vida.

ps: borbéque? nunca ouvi falar...
Bjo!

Lila disse...

E nao importando a distancia, nossa sintonia prossegue a mesma.
Meu texto dessa semana (que ja estava escrito) trata de alguma forma do mesmo assunto, no entanto com opinioes diferentes.
Eta sensor bom esse nosso que capta o pensamento da outra a milhas e milhas de distancia.
Amor,
Lila

andreia disse...

Gi!

Eu sou imantada meio leve, alumas vezes fico longe, outras, próximas.
Mas meu sentimento por ti é sempre o mesmo!
Sabe aquelas pessoas que brilham?
Vc é uma delas, com certeza.
Assim como o sol, o grande ima do nosso sistema planetário. (bem, acho q é isso, ando um tanto quanto atrapalhada...).
Brilha, estrela!

bjs

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...