No ano passado, nesta mesma época, em 26/12, escrevi um post intitulado "Espírito Natalino (?)" (clique AQUI caso queira relembrar).
Como já era esperado, minha caixa de entrada particular ficou lotada de e-mails de pessoas queridas questionando o porquê de eu estar tão "amarga", afinal, minha visão do tão falado "Espírito de Natal" não estava adequada àquilo que era esperado por todos.
Bem, esse ano não será diferente, eu suponho.
...
Pude observar, ao longo desse ano, que as pessoas continuaram sendo boazinhas apenas nas duas semanas que antecede o Natal... Pude perceber que, como sempre, as pessoas, em geral, abstém-se durante o ano todo de fazer qualquer coisa em prol dos que necessitam (seja uma palavra de carinho, um gesto de amor, um sorriso, um abraço...), pois o "Espírito Natalino" só as acomete em dezembro...
Estamos todos sempre tão ocupados, tão atarefados, tão atrasados em nossos prazos, que não sobra tempo para olhar para o lado e perceber o quanto o outro pode estar precisando de nós.
E, sim, eu me incluo no rol dessas "pessoas ocupadas", embora eu tente, a todo custo, estar presente na vida daqueles que amo, seja por meio das redes sociais, sms, telefonemas, e até mesmo uma visitinha super rápida (essa última um pouco mais rara, eu diria).
E então, novamente eu percebo que quando o Natal se aproxima as pessoas simplesmente piram, afinal, é o "Espírito Natalino" que tocou os corações...
Affffff!
E aí as pessoas correm feito formigas ensandecidas, entrando e saindo de lojas dos mais variados tipos, em busca do "presente perfeito", aquele que supostamente demonstrará a quem o receber, o quanto quem presenteou se importa...
Pura hipocrisia!
Não é um presente comprado às pressas que vai demonstrar o quanto o outro é importante...
E, na minha opinião (e antes que atirem pedras e me considerem, novamente, uma grandesíssima amargurada, lembrem-se de que esta é apenas minha opinião, ok?), a coisa toda fica muito pior para quem é cristão.
Ora, suponho eu que quem é cristão, haveria que valorizar, nesse período natalino, não esse comércio ensandecido e sim o que a data simboliza em termos espirituais. Mas, infelizmente, não é o que ocorre. Mesmo para os cristãos, a figura central do Natal é, ainda, o opulento Papai Noel, com seu saco cheio de brinquedos.
Qual o sentido do Natal se sequer aqueles que são cristãos conseguem se livrar da hipocrisia natalina?
Aliás, no ano passado, em um dos comentários que meu post acerca do assunto recebeu, a leitora Carla conseguiu definir com maestria meu pensamento a respeito do tal "espírito natalino" que acomete as pessoas. Ela definiou o Natal como "a festa da hipocrisia com luzes piscantes" e, infelizmente, sou obrigada a concordar com ela.
(E, por favor, antes que você afirme que estou generalizando, que existem pessoas que não são assim e blá-blá-blá, saiba que é necessário que eu fale em âmbito geral, sim! Afinal, é completamente sem sentido eu citar casos particulares aqui no post, ok? Portanto, se o que estou escrevendo não se aplica a você, tanto melhor. Basta apenas que ignore minhas palavras ou, na melhor das hipóteses, que concorde com elas ou conteste-as, ok?)
Enfim, quando dou os votos de "Feliz Natal" a alguém, nas entrelinhas dos meus votos está o seguinte desejo:
Feliz Natal = "Desejo que você consiga vivenciar o amor e a compaixão que, suponho eu, deveriam ser o verdadeiro sentido do Natal, em todos os 365 dias do ano, e não apenas na quinzena que antecede os dias 24 e 25".
Déia escreve aos domingos e, como sempre, está farta de hipocrisias, sejam elas natalinas ou não...