Mãe é uma coisa que serve pra gente correr para agarrar as pernas dela quando é pequena e tem medo de alguma coisa. É também pra quem a gente corre quando quer saber se pode ir ao banheiro, ou se pode ir dormir sem guardar os brinquedos.
Mãe serve pra ser para sempre a mulher mais linda do mundo, e para nos introduzir no mundo vaidoso duplo X das maquiagens, sapatos, acessórios e coisas de mulherzinha.
Mãe serve para a gente dar graças a Deus que não puxou os dedos do pé do pai, ou a bunda das mulheres da família dele.
Mãe serve para gente começar a exercitar nossos futuros poderes de argumentação, negociação e chantagem emocional, mas também para começar a nos mostrar que nem tudo será como e quando queremos.
Mãe serve pra saber de cor nossa comida, nossa cor, nosso brinquedo preferido, e fazer questão de que tenhamos o máximo possível de cada um deles, ainda que para isso ela própria tenha que abrir mão de suas preferências durante muito, muito tempo.
Mãe serve pra ser fonte interminável de colo e cafuné e é a que melhor domina a língua enrolada dos que desabafam chorando que nem criança, mesmo já crescidos.
Mãe serve de exemplo, é o olhar e a atenção dela que vão moldar a forma como nos comportamos em público, como tratamos os outros, como entendemos o que é o respeito.
Mãe serve para fazer a melhor comida do mundo (mesmo quando ela vira uma gororoba), que vai ficando cada vez mais gostosa conforme o tempo que passamos longe de casa aumenta.
Mãe serve pra gente descobrir que saudade é uma dor física, como de duas mãos que tentam juntar nossas costelas na frente do peito, quando vamos para muito longe e por muito tempo.
Mãe serve pra ficar emocionada com as nossas conquistas, e é só quando vemos as lágrimas dela ou a sua voz embargada é que percebemos o quanto elas foram importantes.
Mãe serve para nos dizer que ainda é cedo, ou já é tarde, para escolhas difíceis que temos que fazer em qualquer momento de nossa vida.
Mãe serve para nos lembrar quem somos, quando estamos esquecendo. É lógico que o “quem somos” de nossa mãe muita vezes é apenas o que ela gostaria que fôssemos, mas ainda assim, suas palavras têm o incrível poder de nos tirar da inércia, da depressão, ou da ilusão.
Mãe serve pra gente escolher tudo o que quer que seja igual ou diferente dela quando crescer, e depois, quando cresce, ter quase tudo igual e ainda dar risada.
Mãe serve para percebermos que já crescemos, quando um dia, em uma situação qualquer, ela disser que não sabe o que nos dizer.
Mãe serve pra gente também querer ser mãe, mesmo quando todas as evidências do mundo nos levam a achar que é uma péssima idéia e mesmo quando a gente se apavora com isso.
6 comentários:
Que lindo e emocionante! Será que estou vivendo um período seletivamente sensível ou a distância é que faz isso com a gente? Saudade! BJS!
Carol
Maravilhoso!!!
Namastê.
Quisera todas as pessoas poderem ter essa experiencia. A troca do ser mae e ter mae e divina.
Parabens Juju, super mae...
Bjo
Olá! É a primeira vez que vejo o blog de vcs! e estou adorando!
Hj tive a triste notícia de uma mãe de uma amiga q veio a falecer, e por acaso encontrei o texto e enviei a ela.. Pois assim como ela perdeu a mãe, ela tb é uma mãe, de um lindo garotinho que completou 1 ano em 2009!
Parabéns a vcs!!
nossa... LINDO!
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