quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Should I stay or should I go?

Adoro aquela propaganda, que mostra várias situações onde é preciso decidir alguma coisa e a pessoa em questão está empacada no momento do vou ou não vou, em analogia à trocar ou não de operadora de celular.

Se eu soubesse que seria assim não teria escolhido isso. Não teria feito aquilo. Não teria vindo. Pensamos isso mais do que gostaríamos, e às vezes o dizemos sem pensar. Pior ainda é quando se ouve isso de alguém, a respeito de algo que se refere a você.

De escolhas e paciência são feitos os alicerces da nossa vida. Uma em função do resultado da outra, e vice-versa. Desconfio que o grau de destrambelhamento de alguém está bastante relacionado à sua dificuldade de fazer escolhas e sua falta de paciência. Estou ferrada.

Acorda. Decide a roupa. Decide o caminho do trânsito. Decide a cara que vai chegar no trabalho. Decide por onde começar. Decide se analisa o projeto chato atrasado ou se estuda com culpa alguma coisa interessante. Decide se o projeto vale a pena ou não. Decide se vai se afetar ou não com alguma adversidade. Diante de uma injustiça decide espernear, e acabar não dando em nada, ou mediocremente calar e sentir-se oprimido. Decide o que come no almoço (alguns decidem se comem ou não). Decide o que faz no intervalo. Decide se fala ou não com o chefe. Decide se compra ou não o batom. Decide se fica ou não até mais tarde. Decida se procura ou não um novo emprego. Decide se toma ou não uma cerveja. Decide se faz ou não algo que desagrada para agradar alguém. Decide pelo nome ou apelido no convite. Decide por rosa ou orquídea. Decide se caminha ou se dorme um pouquinho no sofá. Decide se é sincero ou deixa estar. Decide se reponde ou não o e-mail. Decide se lava a louça ou deixa para amanhã. Decide se segue tentando dormir sem sono ou se levanta e dá atenção à população de pensamentos barulhentos da cachola. Não decide se quer ou não continuar na cama até acordar (uma pena). Acorda e decide a roupa. Decide. Decide. Decide. Saco.

Já pensou se existisse um botão de fast forward que nos mostrasse o resultado das nossas escolhas antes que as fizéssemos? E outro de rewind quando já escolhemos mas não curtimos muito o resultado? Certeza de que nossa vida seria uma página em branco, uma pena, também.

E como crer na providência divina depois de ouvir que, em momentos de crise e decisões, não é sábio pensar que se Deus fecha uma porta, abre uma janela, mas sim, que ele não nos diz o que fazer quando estamos num corredor.

Gisele Lins escreve aqui às quartas-feiras. Nesta queria muito comprar uma lobotomia temporária.

3 comentários:

Izabel M. M. disse...

eu entendo vc, sou a canceriana mais libriana na questão das escolhas... geralmente faço unidunitê até dar o resultado q eu queria desde o início...psicologia reversa deve ser isso

boa sorte com suas escolhas!

Unknown disse...

Decidir é realmente um dos grandes desafios. mas com o tempo, a gente aprende a ponderar. e aprende também que tem coisas que já vem decididas pra gente =)
bjo!

Lila disse...

Pensa menos e ouve mais tua intuicao, assim voce toma decisoes sem nem sentir que esta decidindo alguma coisa.
Te escuta mais e te estressa menos...
Precisamos de cafe na cozinha, urgente!!!!!!

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