Tem vida nova no pedaço, uma música tocando nas rádios australianas que está entre as top 10 das últimas semanas.
Pra ser sincera, a princípio ela não me fascinou. Achei estranha, não soava bem nos meus ouvidos.
Após repetidas exposições a obra prima durante meus 1000 Km semanais de percurso casa-trabalho na direção (pois a minha rádio preferida insistiu em me convencer que a música era das boas), começamos a nos aproximar mais e estamos tendo um relacionamento. Não sei ainda ao certo se é dos bons ou dos ruins. Ele está se desenvolvendo ainda, algo bem no início como quando se sabe que está interessado em um certo alguém mas não se tem certeza de onde vai chegar e nem se queremos mesmo ter um compromisso sério. É aquela fase de admiração mas sem perder a razão, sem pensar na mesma coisa 24hs por dia.
O que afinal fazia com que aqueles sons mexessem comigo e me fizessem rejeitar e/ou apreciar “those three words”?
Parece relação de amor e ódio, não é? Isso não te lembra alguma coisa?
Não demorei muito a sacar o motivo.
Quem me conhece tempo suficiente , daquela época que não nos cobrimos com máscaras e expomos nossos sentimentos cruamente na adolescência, sabe que naquele período eu era feita manteiga pura.
Piegas mesmo. A pessoa mais sonhadora que já conheci. Acreditava no amor fundamental, puro e verdadeiro, nos chocolates, foundee, flores, viagens românticas, família feliz, marido atencioso, dedicação semi-integral (porque integral sufoca e sufocar não pooooooooode!). Que o diga meus ex-namorados de então.
Uns 15 anos mais tarde e hoje me encontro em um lugar bem diferente da minha vida, talvez porque o foco tenha saido de mim mesma e se transportado para a pequena pessoa que habita minha casa e enche meu coração.
O amadurecimento muda a gente e em muitas coisas para melhor. Passei a ver a vida de uma maneira mais realista e em consequência achei meu príncipe encantado (isso é contraditório, eu sei, mas era o que eu achava, ao menos quando o conheci – muitos risos!), me permiti ser mais feliz e chorar muuuuuito menos por amor. A criança aqui era a própria Foz do Iguaçu em dia de enchente. Pra chorar não precisava nada (ainda sou mole mas longe do que eu era).
O foco da minha vida era o amor. Não só o amor pelo sexo oposto, mas o amor em seu significado universal e completo … as vezes eu tinha a sensação que ao nascer, minha mãe tinha decidido injetar o poema de Carlos Drummond de Andrade na minha mente e feito esta minha função na Terra: “Que pode uma criatura senão, entre criaturas, amar?”
Me afastei bastante dessa pergunta por muito tempo e agora percebi que foi isso que a música me colocou em contato (por isso a dubia reação a mesma). Foi um canal de comunicação com o que se perdeu na aridez dos tempos e obrigou-se a acomodar as exigências da vida, das responsabilidades e diluindo sua essência em um copo d’agua, que secou com tempo.
Se eu gostava? Acho que não, ninguém gosta de sofrer e se expor de maneira assim tão visceral. Mas sinto saudades de algumas de suas nuances. Sinto falta da intensidade. Da intensidade da entrega, da crença no futuro e dos infindáveis sonhos cor de rosa. Vou tentar coletar o melhor dos dois mundos. Bem, ao menos tentar. Não é que experiência serve mesmo de alguma coisa?
Se por ventura tiveres o interesse em conhecer a causa dessa reação, o clipe está aqui: http://www.youtube.com/watch?v=di0DqJyQutk&feature=channel
Quem sabe não comeces com um tanto de desprezo e, como eu, aprenda a crescer com a relação?
Lil escreve aqui esporadicamente e hoje não tem certeza se é melhor ser uma mulher forte e independente ou uma adolescente amorosa e romântica. Oh dúvida cruel…
2 comentários:
ué, será que essas são nossas perguntas, meninas/mulheres de 30...bom texto, ótimas perguntas, dúvida boa... bom também estar por perto!
Juliana Barreto
Nao te conheco ha 15 anos...mas ainda te acho bem parecida, com aquela que hj te parece um pouco distante...pq sera?! E adoro! Um beijo bem gde!
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