Anastácia acordou, como sempre, às seis da manhã. Olhou no relógio com esperanças de ainda lhe restarem alguns minutos para que pudesse dormir mais um pouco. No entanto, após constatar o fato de que eram realmente seis, ela se levantou. Foi ao banheiro, ainda sonhando, tropeçou num dos gatos, pegou o leite, sentou a mesa. Tomou café, e teve a impressão de ter comido mais do que tinha vontade, sentiu uma moleza devido ao que havia acabado de comer e se lembrou novamente de sua vontade de dormir mais um pouco. Não podia, havia trabalho a se fazer, contas a serem pagas, desejos para serem consumidos, em fim, tinha que ganhar a vida. Escovou os dentes e vislumbrou uma espinha em seu queixo – ótimo, perfeito, nada melhor do que isso para começar a segunda-feira!! Espremeu, piorou. Sentou-se no computador, deu uma olhadela para os artigos aguardando por serem traduzidos e sentiu uma preguiça descomunal. O fim de semana tinha acabado de dar-lhe adeus e já ansiava pela chegada do próximo. Anastácia estava cansada, começou a trabalhar.
Terá sido tão de repente assim? Desaceleramos muito com a proximidade dos 40. Aprendemos a caminhar apreciando o caminho ao invés de correr loucamente para chegar sabe-se lá onde. Descobrimos que todas queremos chegar lá, e que o lá de cada uma é diferente. Aprendemos a olhar de dentro para fora. Muita coisa aconteceu nesta década. Crianças nasceram, animais de estimação se foram, relações se fortaleceram, outras, desvaneceram. Aprendemos muito. Principalmente que dividir só nos faz melhores.
segunda-feira, 26 de janeiro de 2009
Cotidiano
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2 comentários:
Parece que a rotina da Anastácia se parece com muitas de nós.
Pelo menos a minha.
Com concordo com Emercury. Penso, também, que às vezes, nos tornamos escravos do cotidiano devido as pressões que ele exerce.
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