domingo, 18 de janeiro de 2009

Culto, Crença, Religião, Fé

Nossos preconceitos muitas vezes não nos permitem ver o que há de bom nos outros. Embora eu não seja adepta da idéia de que sempre existe algo bom, mesmo em acontecimentos ruins, acredito que, pelo menos de vez em quando, precisamos rever nossos conceitos. 

Fui recentemente a uma cerimônia de casamento de culto evangélico. Adianto que a cerimônia foi maravilhosa. Acontece que muitas pessoas têm resistência à cerimônias de casamento, e ainda mais a cultos evangélicos. Eu mesma sou um pouco assim. Mas era o casamento de um amigo, e seria absurdo deixar de ir por questão de crença. Fui. O casamento foi longo, com cerca de duas horas de duração, e muita fala do Pastor. Mas, em nenhum momento, senti que o tempo demorou a passar. Pelo contrário, pareceu mais rápido do que ocorreu. Não houve discurso apelativo, nem tentativa de converter ninguém, nem preconceituoso. O discurso foi sim religioso, mas sem caráter exclusivo de determinada crença. Foi bonito por isso mesmo. 

Ao fim do casamento, descobri que algumas pessoas, amigas do casal, não compareceram ao casamento, e que deveria ser pelo fato de ser cerimônia evangélica. Ora, mas que amizade é essa? Confesso que não entendo como, vivendo em um país em que convivem geralmente tão bem várias religiões, há pessoas que não respeitam a crença alheia, e ainda tentam fazer desse lugar um Oriente Médio. Até onde aprendi, toda religião tem problemas, pois ela é constituída por homens, e homens erram, inclusive ao interpretar documentos sagrados. Como todas as pessoas, tenho meus preconceitos, e são muitos, mas tento não me excluir do mundo, nem ferir outras pessoas por causa deles. Mesmo que a cerimônia não tivesse sido bela, ainda assim eu a assistiria por consideração e amizade, e porque penso que as crenças não podem afastar as pessoas. Elas deveriam uni-las, independente da religião. 

Não podemos nos separar em grupinhos, cada um achando que tem razão e que os outros são errados, e acreditando viver de acordo com os mandamentos de Deus. Isso é o absurdo. Embora eu não defenda uma determinada religião, e encontre coisas boas em muitas delas, respeito quem segue sua crença, desde que não prejudique outras. Vivemos num país com liberdade de crença. Então, precisamos aproveitar essa liberdade, e aprender com ela que liberdade é respeito! 

Tania tem mais preconceitos do que deveria, mas não permite que seus preconceitos guiem sua vida completamente a ponto de esquecer a importância de suas amizades.

Um comentário:

Rosi disse...

Tânia
Sou espírita, mas já fui em casamentos evangélicos e foram emociantes, em um deles até chorei de emoção.
Texto verdadeiro, apoiado, lindo. Parabéns.

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