quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Dai-me força para aceitar o que não pode ser mudado





“Senhor, dai-me força para mudar o que pode ser mudado...
Resignação para aceitar o que não pode ser mudado...
E sabedoria para distinguir uma coisa da outra”.
O problema é justamente esse: encontrar a sábia diferença entre o que pode ser aceito e o que é inaceitável.
Muitas pessoas entram neste dilema. Todos nós conhecemos alguém a la Madre Teresa que aceita qualquer condição e tratamento, seja de quem for, do chefe, do marido desleixado, do filho mal-educado, da vizinha intrometida, da sogra indiscreta, da amiga invejosa, do padeiro sem respeito. Assistismos às suas atitudes e não conseguimos compreender como a Madre Teresa aguenta tanto desaforo na vida, e ainda com um sorriso no rosto, sem reclamar. Ela crê que as pessoas são como são e que devêmos aceitá-las dessa maneira, sem tentar modificá-las. A tal Madre acha que nós somente mudamos a nós mesmos e que a maior reforma é a íntima.
Por outro lado há também a Maria Zangada, aquela que a tolerância é zero. Não suporta nem um suspiro mal dado ao seu lado e lá vai ela a soltar seus cachorros. Essa pensa que tudo deve ser mudado e que tudo é inaceitável. Me ofereceu um café-da-tarde? Ai que horror, é uma pão-dura, por que não convidou para o jantar? Vem me visitar no domingo? Não sabe que é o dia do descanso? Que amiga incoveniente ... a lista não se finda, reclama do sol, da chuva, do calor, do frio, da neve, da praia, da serra e nem as moscas escapam de sua língua ferrenha...
Mas e agora, o que eu faço?
Percebo que ser resiliente demais leva as pessoas ao nosso redor a nos desrespeitar, a não saber o limite de onde parar, de como proceder conosco. Como uma amiga minha já disse: "As pessoas te tratam da maneira que permites tratá-la". Já se fores instransigente demais, tornas-te indesejável, negativa e excessivamente intolerante.
A sabedoria está no meio termo, todos sabemos disso, mas como eu acho esse fulano?
Tenho praticado a resiliência de maneira cada vez mais ativa e mais consciente. Praticando a dita reforma íntima que tantos falam, tentando me tornar uma pessoa melhor. O problema é que estou achando que ando aceitando demais pois os sinais de abuso no comportamento das pessoas que me cercam está comecando a aparecer. Triste isso do ser humano abusar da paciência alheia. Ninguém abusa de um Saraiva pois tem receio de suas explosões. Vamos lá abusar da Madre pois esta não diz um ai. Muito feio!
Acho que terei que repetir a reza por mais umas 10 novenas até que eu encontre a sabedoria para distinguir o que devo aceitar e o que vale a pena lutar para ser mudado.Ó pai!
Lil escreve aqui esporadicamente e na ânsia por se tornar alguém melhor, descobriu que tornou as pessoas a sua volta piores.

6 comentários:

Polly Etienne disse...

Eu tenho pânico de cair nessa de ser resiliente demais e ser cozida igual o carangueijo que tá lá na água morna e nem sente que a temperatura está aumentando até que ele morre e vira jantar.

Tudo tem limite e se eu perco minha individualidade, autenticidade e vontade própria corro o risco de nem saber mais quem sou, o que valorizo, o que me dá bem estar.

Eu acho que tanto o saraiva quanto a madre tem seus ganhos...

Muita força pra vc!!!
bjs

Gisele Lins disse...

O negócio parece que é só rezando pra nós, nega! Hahahaha! Calma, calma, inferno astral em vias de finalizar. O meu já era, thanks God!
Um beijão e força na peruca aí!

Gisele Lins disse...

Adendo... Não consigo te ver resiliente demais. Talvez estejas apenas te dando o tempo necessário para decidir com mais sabedoria como agir. Isso é bom! Beijos!

Thaysa Ramos disse...

Nao consigo parar de rir...rsssssss...um dia chegas la! Xerosssssss

Cristiane disse...

E SOU MEIO MADRE E POR ISSO SOFRI MUITA HUMILHAÇÃO POR PARTE DO MARIDO, ACHO QUE É MELHOR TER UM POUCO DE SARAIVA DENTRO DE NÓS KKKK

Anônimo disse...

Eu tenho esse grande problema... a capacidade de não saber dizer não. Vivo um relacionamento de 6 anos, que há dois anos e meses, me permito ser uma amante, como papel de esposa. Tanto no cuidado e presença, quanto no sofrimento. Não sei mais o que fazer. Pois já tentei de tudo, para ser valorizada... ele não me deixa, nem me assume de uma vez por todas. Hoje não sei o que fazer...pois sempre nos entendemos mito bem somos amigos, ele me ajuda em casa, sei de tudo que se passa. Mas a namorada não sou eu, mas sim uma garota 8 anos mais nova que eu. tenho 32. Amo esse homem. mas não sei mais o que fazer...

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