domingo, 21 de setembro de 2008

De quem é essa casa?

-Existe uma razão da qual os homens hoje em dia ficam tanto tempo no banheiro, disse ele.

A gente achava que eles ficavam tanto tempo no banheiro batendo um barro, porque tinha muitas coisas interessantes nos exemplares velhos das revista Veja, pato Donald e Placar.

-O fato é que o banheiro é o único lugar da casa em que os homens podem ficar em paz hoje em dia, filosofou ele.
-Em paz?
-Sim, senão é só encheção de saco, reclamação e obrigação. Além do mais, o homen foi quase feito um estranho.

Eu estava no sofá sentada com minha amiga e o marido dela. A gente tava vendo TV, bebendo vinho e comendo asinhas de frango. A gente não tinha entendido nada. ‘Um estranho?’ Logo hoje que a gente estava tendo uma noite de sexta-feira tão gostosa em casa.

-O homem foi feito um estranho na sua propria casa. Não é mais a casa do homem, é a casa da mulher. As coisas dela, o gosto dela, a decoração dela.

-Você bem que podia tomar mais iniciativa então. Compre alguma coisa legal pra casa você também, eu disse.

-Comprar? Você perdeu a cabeca?! A gente tem tudo. Mas tem gente aqui que fica tão tensa quanto Kennedy na época da crise de Cuba se ela não comprar a vela de número 100. É melhor calar a boca...

Ela, a esposa dele e minha amiga, pensou que ele devia parar de reclamar. Por causa dela o apartamento deles estava um encanto. Eles tinham almofadas de Paris, copos de água com design finlandês, e aquelas cortinas horrorosas que pareciam um lençol pendurado, foram trocadas por outras de qualidade.

-Além do mais eu deixei você ficar com o aquário, ela lembrou e apontou para aquela coisa gigante que estava no canto da sala.

-A sua generosidade realmente não tem limites, respondeu ele cinicamente.

-Você devia se cadastrar no grupo da Karita (politica norueguesa que so pensa na igualdade entre homens e mulheres). Eles vão discutir o que o homem deve fazer pra participar mais em casa, eu sugeri.

-Grupo da Karita ‘my ass’. Eu vou lá fora.

Quando ele ‘vai lá fora’, significa que ele vai na garagem. Ele não foi para lá só porque ele agiu como um bebezinho mas sim porque ele quer ter uma pausa da vida a dois. Lá na garagem, dentro de um quartinho apertado ele conserta bicicletas velhas (apenas por diversão) e bebe coca cola. Bem longe do grupo da Karita e das velas cheirosas.


Qualquer semelhança com fatos reais NÃO é mera coincidência!! Liz se identificou tanto com o texto acima, afinal nunca entendeu porque seu marido precisava de 40 minutos para ir ao banheiro, que resolveu publicar um texto que não era de sua autoria e sim de Kari Hovde, a tradução, claro foi dela. O texto foi publicado no principal jornal de Trondheim o Adressa e o casal em questão são os cunhados da tradutora.

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