Esse post eu não tive idéia de escrever. É tema sugerido por uma amiga. Achei interessante e hoje passei parte do dia pensando em como eu já fui diferente do que sou hoje. Então acho que esse post vai ser gostoso de escrever, lembrando de várias das muitas fases da minha vida.
Dez anos atrás eu tinha 19 anos. Estava voltando da Letônia, pronta pra destrancar a faculdade. Tinha acabado de passar por um ano em que amadureci muito mais do que um ano normal. Estava com a cabeça e o coração abertos pro mundo. E estava também cheia de dúvidas acadêmicas. Pra quem não conhece minha história, comecei meu curso (bacharelado em Física) de forma meio acidental (a amiga que sugeriu adora essa parte da minha biografia) e ficava pensando se queria mesmo destrancar e continuar aquilo. Resolvi destrancar e ver no que dava. Voltei pra minha vida de Viçosa, onde morava com meus tios, e aos poucos fui me readaptando. Como sempre, era muito azarada no amor, mas tinha uma capacidade enorme de me apaixonar em 5 minutos. E desapaixonar em 3 (risos). Queria ter 11 filhos, todos rapazes, e já tinha escolhido os nomes de todos.
Cinco anos atrás eu já era Física. Estava fazendo mestrado no INPE, dividindo apartamento com uma pessoa que marcaria minha vida. Foi uma pessoa que, embora não saiba, me ensinou muito. Me ensinou o que não quero ser, porque ser daquele jeito faz sofrer e traz sofrimento pros outros. O que me ajudou a superar isso foi de certa forma um curso de filosofia. Sim, cinco anos atrás eu comecei a estudar filosofia – um tema do qual tinha verdadeiro pavor e hoje é uma das minhas maiores paixões. Acho que muito do que eu sou hoje foi moldado por este curso e pelas pessoas que lá conheci. Ainda não tinha tido nenhum relacionamento sério, e ficava muito chateada com isso. Parecia que faltava alguma coisa na minha vida. Ficava pensando se não conseguiria nunca achar uma pessoa legal pra passar a vida, ter o casal de filhos que eu, mais realista, queria ter. Já não caía em qualquer papinho, então era mais difícil me apaixonar.
Dois anos atrás eu estava no doutorado, e finalmente tinha um namorado sério. Nesta época eu já sabia que as coisas estavam se deteriorando no relacionamento, mas queria muito que aquilo consertasse e funcionasse. Pela primeira vez me vi deixando meu lado mimado pra lá pra tentar consertar o que eu nem sabia onde estava errado. Eu queria manter aquele relacionamento, mesmo pra ter aquela pessoa do meu lado, mesmo que eu já tivesse pavor da simples idéia de ter filhos. Se errei ou acertei eu nunca vou saber. Sei que fiz meu melhor e tempos depois acabou não funcionando. Esta também foi a época que apareceu a oportunidade de ir pra Portugal e eu agarrei com unhas e dentes. Foi a melhor oportunidade da minha vida.
Um ano atrás eu estava em Portugal. Solteira. Foi quando fui convidada pra uma viagem que também me marcou. Foram alguns dias que me fizeram olhar pra pessoa que eu tinha sido durante uns anos, englobando os descritos aqui. Foi como se eu me revisse inteira, e fizesse a nova Sisa entender um pouco da Sisa de antes. Coincidência ou não, com a cabeça cheia disso (longe de casa, recém saída de um relacionamento que achei que fosse pra sempre, oportunidade de rever minha vida), foi a época que surgiu o blog. Nesta época eu voltei à Letônia depois de mais de nove anos da minha partida. Foi como viver um epílogo de uma história que parecia ter acabado de vez. Foi uma das maiores emoções da minha vida. Eu não sabia, mas estava cada vez mais próxima do que hoje considero um dos grandes (senão o grande) divisores de águas da minha vida: fui arrebatada por uma paixão que chegou de mansinho e tomou conta de tudo na minha vida.
Ontem eu tive um dia interessante. Saí do INPE, fui tratar de um assunto que eu estava enrolando fazia tempo (coitada da minha mãe, que foi a vítima da enrolação) e depois dei um passo inesperado no sentido de decidir coisas da minha vida. Voltei em uma esfiharia que eu adorava aqui em SJC e comi algumas, me deliciando. Perdi um ônibus porque o motorista não me esperou correr mais 20 metros, e assim fiquei mais 40 minutos no ponto, depois de 22h e morrendo de sono. Reparei que estou com mania de ficar de conversa com gente que está também esperando ônibus. E reparei que tenho me sentido livre. Não me perguntem como assim “livre”. Não sei explicar. Terminei o dia de conversa no MSN com novas amigas, muito especiais no meu atual momento e na minha vida como um todo. Atualmente, aquela minha paixão me fez reconsiderar o pavor de ter filho. Embora não seja meu sonho, já consigo pensar na possiblidade.
Hoje acordei me achando muito gatinha, não sei porquê. Cheguei à conclusão que sou realmente chata pra comer. O novo restaurante do INPE é super bom, mas no meio de tanta comida eu almocei praticamente berinjela e milho. O dia foi chatinho. Passei boa parte dele imprimindo uns artigos cuja versão impressa foi deixada pra trás em Portugal ainda não acabei de imprimir e já me pareceu que eu gastei umas 15 árvores, mesmo imprimindo frente e verso. Perdi a paciência com os ônibus que demoram demais nessa cidade, e também com um velho bêbado que estava descaradamente se entortando pra olhar minha bunda. De noite fui comer pizza com um casal de amigos que eu amo.
Amanhã vou acabar de imprimir meus artigos e adiantar o arquivo de bibliografia da pré-tese. Quero tentar arrumar tempo pra ir falar com meu Mestre de filosofia, pra voltar pro curso. E também a professora de alemão. E agilizar as coisas da minha vida, que ando sentindo que depois de muito tempo, está chegando nos eixos.
Dez anos atrás eu tinha 19 anos. Estava voltando da Letônia, pronta pra destrancar a faculdade. Tinha acabado de passar por um ano em que amadureci muito mais do que um ano normal. Estava com a cabeça e o coração abertos pro mundo. E estava também cheia de dúvidas acadêmicas. Pra quem não conhece minha história, comecei meu curso (bacharelado em Física) de forma meio acidental (a amiga que sugeriu adora essa parte da minha biografia) e ficava pensando se queria mesmo destrancar e continuar aquilo. Resolvi destrancar e ver no que dava. Voltei pra minha vida de Viçosa, onde morava com meus tios, e aos poucos fui me readaptando. Como sempre, era muito azarada no amor, mas tinha uma capacidade enorme de me apaixonar em 5 minutos. E desapaixonar em 3 (risos). Queria ter 11 filhos, todos rapazes, e já tinha escolhido os nomes de todos.
Cinco anos atrás eu já era Física. Estava fazendo mestrado no INPE, dividindo apartamento com uma pessoa que marcaria minha vida. Foi uma pessoa que, embora não saiba, me ensinou muito. Me ensinou o que não quero ser, porque ser daquele jeito faz sofrer e traz sofrimento pros outros. O que me ajudou a superar isso foi de certa forma um curso de filosofia. Sim, cinco anos atrás eu comecei a estudar filosofia – um tema do qual tinha verdadeiro pavor e hoje é uma das minhas maiores paixões. Acho que muito do que eu sou hoje foi moldado por este curso e pelas pessoas que lá conheci. Ainda não tinha tido nenhum relacionamento sério, e ficava muito chateada com isso. Parecia que faltava alguma coisa na minha vida. Ficava pensando se não conseguiria nunca achar uma pessoa legal pra passar a vida, ter o casal de filhos que eu, mais realista, queria ter. Já não caía em qualquer papinho, então era mais difícil me apaixonar.
Dois anos atrás eu estava no doutorado, e finalmente tinha um namorado sério. Nesta época eu já sabia que as coisas estavam se deteriorando no relacionamento, mas queria muito que aquilo consertasse e funcionasse. Pela primeira vez me vi deixando meu lado mimado pra lá pra tentar consertar o que eu nem sabia onde estava errado. Eu queria manter aquele relacionamento, mesmo pra ter aquela pessoa do meu lado, mesmo que eu já tivesse pavor da simples idéia de ter filhos. Se errei ou acertei eu nunca vou saber. Sei que fiz meu melhor e tempos depois acabou não funcionando. Esta também foi a época que apareceu a oportunidade de ir pra Portugal e eu agarrei com unhas e dentes. Foi a melhor oportunidade da minha vida.
Um ano atrás eu estava em Portugal. Solteira. Foi quando fui convidada pra uma viagem que também me marcou. Foram alguns dias que me fizeram olhar pra pessoa que eu tinha sido durante uns anos, englobando os descritos aqui. Foi como se eu me revisse inteira, e fizesse a nova Sisa entender um pouco da Sisa de antes. Coincidência ou não, com a cabeça cheia disso (longe de casa, recém saída de um relacionamento que achei que fosse pra sempre, oportunidade de rever minha vida), foi a época que surgiu o blog. Nesta época eu voltei à Letônia depois de mais de nove anos da minha partida. Foi como viver um epílogo de uma história que parecia ter acabado de vez. Foi uma das maiores emoções da minha vida. Eu não sabia, mas estava cada vez mais próxima do que hoje considero um dos grandes (senão o grande) divisores de águas da minha vida: fui arrebatada por uma paixão que chegou de mansinho e tomou conta de tudo na minha vida.
Ontem eu tive um dia interessante. Saí do INPE, fui tratar de um assunto que eu estava enrolando fazia tempo (coitada da minha mãe, que foi a vítima da enrolação) e depois dei um passo inesperado no sentido de decidir coisas da minha vida. Voltei em uma esfiharia que eu adorava aqui em SJC e comi algumas, me deliciando. Perdi um ônibus porque o motorista não me esperou correr mais 20 metros, e assim fiquei mais 40 minutos no ponto, depois de 22h e morrendo de sono. Reparei que estou com mania de ficar de conversa com gente que está também esperando ônibus. E reparei que tenho me sentido livre. Não me perguntem como assim “livre”. Não sei explicar. Terminei o dia de conversa no MSN com novas amigas, muito especiais no meu atual momento e na minha vida como um todo. Atualmente, aquela minha paixão me fez reconsiderar o pavor de ter filho. Embora não seja meu sonho, já consigo pensar na possiblidade.
Hoje acordei me achando muito gatinha, não sei porquê. Cheguei à conclusão que sou realmente chata pra comer. O novo restaurante do INPE é super bom, mas no meio de tanta comida eu almocei praticamente berinjela e milho. O dia foi chatinho. Passei boa parte dele imprimindo uns artigos cuja versão impressa foi deixada pra trás em Portugal ainda não acabei de imprimir e já me pareceu que eu gastei umas 15 árvores, mesmo imprimindo frente e verso. Perdi a paciência com os ônibus que demoram demais nessa cidade, e também com um velho bêbado que estava descaradamente se entortando pra olhar minha bunda. De noite fui comer pizza com um casal de amigos que eu amo.
Amanhã vou acabar de imprimir meus artigos e adiantar o arquivo de bibliografia da pré-tese. Quero tentar arrumar tempo pra ir falar com meu Mestre de filosofia, pra voltar pro curso. E também a professora de alemão. E agilizar as coisas da minha vida, que ando sentindo que depois de muito tempo, está chegando nos eixos.
Sisa viu a vida passando como um filminho enquanto lembrava as coisas pra escrever neste post.
6 comentários:
Sisa tem um filme lindo de vida.
Aqui garotinha.... me mata de curiosidade, não... começou falando da forma acidental como foi parar no curso de Física e não contou!!!!
Escreve outro post aí , vai!!!!
Bjo!!!
Oi Sisa!
Apesar de não estarmos conversando muito, fico feliz (de coração) que sua vida esteja entrando nos eixos, nos SEUS eixos! Porque não adianta ninguém falar, é a gente que tem que perceber as melhorias.
Nessas horas, com estes filminhos "balanço de vida", é que fica nítido como quando uma porta se fecha, definitivamente uma janela se abre!
Beijo grande!
oLÁ!
Sei que ando bem sumida. Tô com saudades!!! Outro dia Nandinha viu as fotos do churrasco e falou "Sisa, Sisa". Amei o texto, aliás curto muito o seu jeito solto de falar, parece que está conversando com a gente. Fico feliz, nada melhor do que as coisas, enfim, se arranjando na vida da gente. Muitos beijos, Vanessa.
Adorei o texto, parece que tava ouvindo tu me contar essas coisas todas! Acho que eh legal fazer um "balanço" da vida de vez em quando. E quando o saldo é positivo, então, muuuito melhor!
Beijos!
Eu já falei para você escrever um livro!?!?!
Postar um comentário