quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Parênteses - carta aos leitores

Psiu.

Ei!

É, tu mesmo! Eu sei que por aqui não se costuma falar com “o outro lado”, mas desta vez foi irresistível.

Explico. Estou de férias. Pela segunda vez oficialmente na vida. Gostoso. Quase poucas coisas para resolver, bem poucas outras para pensar, bastante para curtir. Vim visitar minha terra de origem, minha família e amigos queridos de muito tempo, para os quais tenho tão poucas oportunidades para sentar e colocar conversa fora. No meio da confusão de sentimentos de que nada aqui mudou, mas tudo está tão diferente, sobre os quais era minha intenção escrever hoje, uma grata surpresa aconteceu e se repetiu duas, três vezes. Aí ficou irresistível falar sobre isso aqui.

A surpresa é o tanto de leitores fiéis que o blog possui! Leitores tímidos, na verdade, que raramente se manifestam com comentários, mas que são muitos, e são muito fiéis.

Não é evidente para todos os leitores, mas em um espaço virtual como o nosso tudo é muito democrático. Nós nos comunicamos (pelo menos tentamos) com freqüência e as decisões a respeito do blog são feitas com votações, enquetes e discussões. Às vezes, até mesmo, têm que rolar um barraco básico ou uns puxões de orelhas de quem estiver moderando porque se não a coisa não evolui. Há pouco nos conhecemos, mas o fato de estarmos há mais de um ano por aqui, convivendo virtualmente umas com as outras, trouxe uma sensação incrível de cumplicidade e intimidade entre a gente, que a meu ver só aumentou com nosso encontro em maio, onde muitas de nós (infelizmente ainda nem todas) puderam se conhecer pessoalmente.

Aos poucos o blog foi ficando conhecido, mas nas últimas semanas, “notícias” de pessoas que vieram nos dar um retorno tão positivo sobre a nossa proposta circularam entre nós. Uma de nós foi reconhecida pelo blog (ei, você não é uma das meninas do Drepente30?), por exemplo!

Este momento coincidiu com as minhas férias onde algumas pessoas aqui do sul, que eu nem sabia que conheciam o blog, mas que ficaram sabendo, porque algum amigo indicou para alguém, que indicou para alguém, comentaram a respeito do sucesso do blog, do quanto os textos são significativos para o momento de vida que um e outro está passando, do quanto nos expomos aqui, e do quanto estamos criando fãs.

Fãs? Caramba! Quando veio a Cecília com a tal idéia de um blog com o objetivo de mostrar para o mundo textos pelo prazer de fazer textos, que surgissem de mulheres que vivem mais ou menos em torno das mesmas situações, dividindo seus ângulos, suas visões, impressões, sentimentos ímpares de sua realidade, certamente não tínhamos tal pretensão. É claro que brincamos sobre o que faríamos na Ilha de Caras e usamos algumas vezes este argumento para estimular aquelas que, pela correria da vida, quiseram (ou mesmo tiveram que) desistir. Porém, após um ano com mais de trinta mil acessos, e após este tipo de retorno, onde percebemos que, mesmo sem querer, fizemos diferença na vida de pessoas que às vezes nem conhecemos, e conquistamos algumas pessoas que se dispõem a estar sempre por aqui e que curtem os nossos textos (nossos filhos), as nossas histórias, as nossas terapias silenciosas. Eu só posso concluir que isso é muito, muito, muito melhor que estar na Ilha de Caras.

Abro hoje, então, estes parênteses, na minha terapia literária pública semanal para agradecer primeiro à idéia maravilhosa da Sisa, segundo a companhia das balzacas que por aqui se encontram (às que foram agregadas com o tempo, às que foram e voltaram e mesmo àquelas que não puderam voltar por enquanto, mas que eu sei que nos acompanham) e por fim, mas muito importante, àqueles que se dispuseram a, mesmo timidamente, estar sempre aqui conosco. A presença constante de vocês é a mais grata das surpresas que este blog vira e mexe dá a nós, as balzacas que vos escrevem.


Gisele Lins pede licença às balzacas para falar em nome de todas sem consulta prévia (desculpem meninas, mas o impulso de responder o quanto antes este montão de carinho que temos recebido pelo país afora nas últimas semanas foi enorme). Escreve aqui às quartas-feiras.

4 comentários:

Anônimo disse...

Gisele, que delícia!!! Faço minhas as suas palavras! Gosto muito de ser umas das mulheres de 30 que escrevem aqui. Já fui fixa e agora como esporádica o encanto é o mesmo! As palavras de carinho que recebemos, os comentários, a minha família que lê o blog e não comenta aqui, mas me liga falando sobre o que escrevemos! Isso aqui com certeza é mehlor que qualquer terapia ou mesmo que a Ilha de Caras hehehehe!!!!

Anônimo disse...

Nossa seu texto foi mutio bom.

Com certeza os textos de vcs servem como liçao pra muitos e muitas, pra mim, cada texto é um momento de reflexão, paro, penso, as vezes choro, as vezes rio, dou gargalhada até, fico chocada.

Realmente a Sisa teve uma ideia muito boa de criar esse blog, que ta dando muito certo. Se depender de mim, esses trinta mil acessos vão dobrar, todos os dias entro, mas só as vezes comento!! Tá muito bom o blog de vcs!Parece que conheço vcs a muitos e muitos anos de tanto que eu acompanho!

PArabnes!!

Júlia

Angel disse...

Fiquei arrepiada com sei texto Gi!

Gratifica-me muito fazer parte desse grupo de mulheres tão inteligentes e divertidas (incluindo quem já passou por aqui... e pode voltar).

Também ouço comentários interessantíssimos sobre o nosso trabalho.

AMO MUUUUUITO TUDO ISSO!

bjos!

Lila disse...

E se depender de mim a forca da palavra continuara a se espalhar para que outros se beneficiem dos textos de qualidade, pois nesta pessoa aqui tens tua fa numero 1, incondicional...
Amo-te!
Mana Lila

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