segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Talvez a gente se encontre novamente

Sempre que Anastácia recebia um email seu sentia um misto de ansiedade, alegria, saudade, remorso e até culpa; instintivamente corria pro banheiro alguns minutos depois, pois também sentia dor de barriga. Por mais que ela gostasse de receber notícias suas, a incomodava a certeza da espera, a certeza do talvez. Nunca havia desejado tanto um não como resposta do que um talvez, e não sabia o que fazer com ele. Por vezes pensava em não responder mais, sumir, desaparecer, virar purpurina, mas outra parte sua dizia que sentiria mais falta ainda e até mais mal. Seria concretizar algo que já acabou, e aí é que pairava o talvez, será? O fato de se comunicarem ainda é que fazia o talvez existir e a fazia ter esperança de o ver novamente, mesmo que daqui a muito tempo, mesmo que ela tivesse que odiar a incerteza do talvez pra sempre.

Anastácia sempre se incomodou com a dúvida, para ela é preferível uma resposta negativa à dúvida; mas dessa vez não havia escapatória. Apenas tinha a certeza de que não podia ficar parada na lembrança, e muito menos viver esperando. Anastácia sabia que eles nunca se esqueceriam e isso já a fazia se sentir um pouco melhor.

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