Terá sido tão de repente assim? Desaceleramos muito com a proximidade dos 40. Aprendemos a caminhar apreciando o caminho ao invés de correr loucamente para chegar sabe-se lá onde. Descobrimos que todas queremos chegar lá, e que o lá de cada uma é diferente. Aprendemos a olhar de dentro para fora. Muita coisa aconteceu nesta década. Crianças nasceram, animais de estimação se foram, relações se fortaleceram, outras, desvaneceram. Aprendemos muito. Principalmente que dividir só nos faz melhores.
terça-feira, 30 de dezembro de 2008
Muitos Sonhos e Todos os Anos Novos
segunda-feira, 29 de dezembro de 2008
Nosso quebra-cabeças
sábado, 27 de dezembro de 2008
Votos de novo ano
quinta-feira, 25 de dezembro de 2008
Inexplicável
quarta-feira, 24 de dezembro de 2008
Ups, matei o Papai-Noel.
Segui com o evento da avenida principal. Eu precisava ir ao banco, e pronto. Porém, esqueci que já tinha começado a temporada de horrores (vulgo os dias anteriores ao Natal, onde as lojas da avenida principal da cidade onde eu moro ficam abertas até mais tarde). A mesma rua aonde, em 345 dias do ano, chegando-se às dezoito horas e um minuto não se consegue nem comprar pão, que dirá um presentinho, ou cartãozinho. Mesma rua onde domingo à tarde se escuta aquele barulho fantasmagórico de vento em cidade fantasma, com bolas de palha rolando. Dobro a esquina desavisada, ainda arfando da surra que dei no papai-noel, quando entro num turbilhão: uma manada de gente sendo conduzida pelas ruas em blocos, a passadas de mesma velocidade, com uma sacola alheia na costela e levando cotoveladas na nuca a todo instante. Ninguém entra nas lojas, ninguém compra nada, ninguém está lá pela conveniência ou para resolver problemas. O povo vai de bonito, pra “ver gente”, de quem foge o ano inteiro (ai Caco Antibes, que saudades de você). Na minha cabeça: Kung Fu Panda incorpora no meu ser (só que com música do 007 ao fundo): AAAIIIIÀÀÀÀAAAAA, enquanto salto três metros acima do chão emito um grito supersônico, que aos meus ouvidos soa como “saaaaaaiiiiaaaaaam da frente”, com a voz distorcida como de quem engoliu hélio. No entanto, pelo fato de, imediatamente antes disso, eu ter explodido um cápsula do gás “tome seu próprio veneno” que estava esquecida no meu bolso as pessoas escutam meu grito como sendo o créu na velocidade 5.000 e são imediatamente contagiadas pela dança, requebrando as buzanfas até que elas saltam fora, enquanto eu saltito imperceptivelmente pelas cabeças assobiando. Na prática: Afe Maria, viu?
Saindo da muvuca parei no parque, pra tomar uma cerveja com os amigos antes de ir para casa, um pouco cansada de saltar cabeças, mas mais animadinha. Blém, blém, blém. Há não, o papai-noel do inferno conseguiu se libertar? Não, era o palco do coral sendo armado. O que? Coral? Há, legal, vai, me lembra minha quarta série. Seria bem legal, se ao invés de cantar lindamente no gogó os cantores não estivessem plugados em caixas de som num volume para marcianos ouvirem. Coral assim, tipo gospel americano sabe? Com aquelas negonas com uma voz maravilhosa, mas que derrubariam um jato, quando ao microfone, se passassem jatos pela minha cidade? Pois é, assim tentávamos conversar, copo na mão, testas franzidas, gritando a plenos pulmões para ouvirmos uns aos outros, e tendo que ler lábios para adivinhar o que outro tentava contar. Ele tinha ligado para a telefônica e quando mandava aquela gravaçãozinha, que adivinha o que você deseja “tomar naquele lugar”, ela respondia: mudança de endereço para Bauru? Botucatu? Jaú? Quiá, quiá, quiá. Na minha cabeça: eu esqueço do estresse e proponho um brinde, gritando a plenos pulmões e morrendo de rir: à morte do Papai-Noel, à morte do Papai-Noel. Na prática: é isso mesmo que acontece, com a diferença de que, bem na hora do assassinato o som gospel ultrassônico faz uma pausa e sobra uma doida gritando “morte ao Papai-Noel” no meio da praça. Depois, criancinhas ao redor chorando de medo dela.
Gisele Lins decretou morte ao natal este ano, já que de-tes-ta esta data. Na noite de hoje estará apenas bem feliz junto à sua família e amigos, em sua terra natal, matando saudades com um jantar delicioso e esperando ansiosa pelo Ano Novo, um dos dias que mais adora do ano.
terça-feira, 23 de dezembro de 2008
As mulheres e o Amor
É Amor quando no primeiro beijo com ele você ouve sininhos ou pensa que o mundo pode acabar ali!?
É Amor quando você percebe que ele é quase tudo que você sonhou!? Quase, porque tudo é o Gianecchini!
É Amor quando você sente saudades antes de ele ir embora!?
É Amor quando você percebe que vocês teriam a mesma atitude em mais de 2.975 situações!?
É Amor quando você tem certeza de que o melhor programa do final de semana é dormir nos braços dele!?
Quando você aceita o pedido de casamento dele sem titubear, é Amor?
Por que o Amor acaba? Era Amor, se acabou? Era ilusão?
Por que você acha que nunca mais vai amar assim? É a dor do Amor que se foi?
Amar! Quão complicado é entender isso!
Confesso que não tenho todas as respostas para colocá-las de ponta cabeça ao final do texto.
Pelo que já vivi, é possível amar a vida inteira. Uma pessoa ou dez durante toda vida. E esse é o barato! Se o amor de ontem acabou. Amanhã, daqui a seis meses, seis anos, outro virá se permitirmos. E amaremos melhor, não cometendo os mesmos erros, administrando melhor os impulsos antes incontroláveis. E teremos mais chances, agindo pela experiência adquirida, desse amor durar, durar e durar.
É possível agir racionalmente amando? Sim, acredito eu. Porque evoluímos. Porque amamos melhor a cada dia. Porque sabemos mais do Amor do que há 15 anos.
Angel pensa que as mulheres vivem mais intensamente o Amor. Encara o fato simplesmente, sem pensar em vantagem ou desvantagem. E sabe que além de intensidade, o Amor pode ser vivido com inteligência.
segunda-feira, 22 de dezembro de 2008
Cena Natalina
Manhã de Sábado, estrada, trânsito, sacolas, pessoas, luzes, enfeites. Olhava através da janela fechada, aguardando que o sinal mudasse de cor, em nada pensava, apenas observava o movimento. Ao longe algo chamou sua atenção – seria um homem de bicicleta? De motocicleta? Ou os dois? Não soube dizer ao certo. A imagem se aproximava, até que pode distinguir uma bicicleta de motocicleta. Sim, um homem transportava o presente de sua filha, uma bibicleta pequenina, cor de rosa, na garupa de sua moto. Amarrada, temerosa, presente em todos os sentidos. O tão esperado presente natalino, a caminho de casa estava.
Vendo a bicicleta, pela primeira vez, numa motocicleta, vi tambem o rosto da menina, do pai, da cena de Natal. Tive a certeza de que quando se gosta de alguém fazemos verdadeiras peripécias. E somos felizes por termos feito-as. Que essas cenas se repitam mais vezes. Um feliz Natal a todos.
sábado, 20 de dezembro de 2008
O universo - Parte II
Bom, pela minha ausência na última semana, quem desconfiou que o universo ganhou de mim, acertou!
Venho mentalizando muito sobre ter calma, paciência, bom humor, tolerância....
Mas tudo tem seu limite!
Não é porque é finais de ano que as pessoas automaticamente ganham o direito de serem estúpidas, idiotas, falsas e pouco disponíveis.
Seja na fila do xérox, no trânsito, na loja: as pessoas mal educadas estão por toda a parte!
Mas não se preocupem, estou contra-atacando toda essa sabotagem. Quanto mais as pessoas se estressam, mais eu relaxo. Quanto mais o tempo tenta me atropelar, mais eu o vejo em câmera lenta, tentando saborear cada segundo, que passa pra todo mundo, mas pra mim é único.
Está dando certo, se não estivesse eu estaria internada e sedada, ditando meu texto por mímicas para um intérprete.
Admito que ainda não esteja cem por cento. Tenho sido uma péssima amiga, não abracei todas bem forte para desejar um ótimo Natal e um 2009 iluminado. Não respondi o e-mail da Fer ainda, mas farei. Não deu tempo para ver a Vivi, estou com saudades! Mas o almoço com o Val compensou um pouco minha ausência. Quanto ao meu papel de mãe, nem se fala, nunca em casa, horários doidos, sempre cansada.... Ainda bem que amor de mãe e filha agüenta tudo isso!
Continuo contra-atacando, e conto com pessoas especiais que me ajudam nisso, com seu bom humor, sua tolerância e imensa paciência.
Renata espera que o próximo texto, escrito diretamente da praia, reflita os efeitos de dias de sol e descanso! E deseja um Natal iluminado, cheio de paz e magia, de renascimento e renovação!
P.S.: Lorenzo é o sobrinho mais lindo que alguém pode ter! Ele fala castelhano em língua de bebê e é liiindo!
sexta-feira, 19 de dezembro de 2008
A Inveja é Uma Merda II
quinta-feira, 18 de dezembro de 2008
Oração
terça-feira, 16 de dezembro de 2008
O que é dispensável na TV
segunda-feira, 15 de dezembro de 2008
Quanto vale o tempo?
O seu tempo, seu trabalho, seu lazer. É comum essas três infames categorias serem complicadamente confundidas, deturpadas e até mal-interpretadas. O tempo por vezes pode ser cruel, pois corre rápido demais, usualmente, quando nos divetimos. Contudo, caminha vagarosamente, quando no trabalho. E, invariavelmente, temos a obrigação de permanecer no segundo por horas consecutivas, diariamente. Enquanto no primeiro, o temos quando o podemos e sempre tem-se a impressão de que nunca foi o suficiente. Mas tentamos constantemente, todos os fins de semana e feriados, esquecer as amarguras da semana, os incovenientes da labuta. No entanto, assustadoramente nem sempre o conseguimos.
Como disse acima, ocorrem inertpretações mal-formuladas, pensamentos antagônicos e, ainda, repressivos. Seria uma pergunta retórica questionar qual das duas situações as pessoas preferem. Acredito que pelo menos a maioria de nós diria que é o lazer, mas é tambem sabido que alguns preferem o trabalho, apesar de não conseguir compreender os motivos exatos para tal escolha, aceita-se. E por essas e outras, assim como temos o inadiável cartão de ponto, registrando nossas horas dedicadas aos nossos empregos, alguns de nós parecem acreditar que tambem deveriam existir cartões de ponto registrando nossas horas de lazer e diversão. Se nunca ouviram falar nisso, areditem existe. Tambem acho muito estranho, aliás inexplicável, inteligível e inintendível, se é que isso existe. Bom de qualquer forma escuto isso com certa frequência e ainda não o compreendo, na verdade espero que nunca compreender como alguém pode querer contar as horas em que se diverte, as horas em que nos sentimos relamente vivos; e ao mesmo tempo ser totalmente aceitável pessoas trabalharem como escravas semana após semana e estarem tão cansadas ao ponto de não quererem mais fazer nada além de trabalhar. Se isso faz algum sentido, ainda não alcancei.
Fato é que deixo aqui meu pronuncimamento de indignação por aqueles que gostariam que EU contasse meus finais de semana com meus amigos e minha cervejinha como contam minhas horas no trabalho. E por mais que eu repita que quando a gente se diverte os relógios deveriam ser abolidos, me parece que não sou ouvida e se o sou, falo então em outra língua, ou pior, será que aqueles a quem me dirijo sabem o que é estar feliz e bem ao ponto de litelmente perderem a hora? Talvez e infelizmente, não.
A todos aqueles que acreditam que gente nasce pra ser feliz e não pra se matar de trabalhar.
sexta-feira, 12 de dezembro de 2008
Gente Complicada
quinta-feira, 11 de dezembro de 2008
Sorte
quarta-feira, 10 de dezembro de 2008
Da relatividade
terça-feira, 9 de dezembro de 2008
Lá vem a bonança...
Ansiei muito esse momento. A última prova na faculdade. O último dia. Não foi emocionante. Foi um grande alívio. Sim, eu sentirei falta de algumas pessoas e também de estudar, mas não agora (especialmente de estudar). Meu sentimento não mudou, adoro estudar, apenas vivi uma experiência cansativa, desgastante e preciso “dar um tempo”.
Parece que nesses últimos quatro meses estive fora do mundo, só pensando em estudar, construir meu TCC e terminar essa etapa decentemente, como eu sempre planejei. E foi isso, ainda que com algumas insatisfações.
Sinto-me mais leve, mais feliz, mais Angel. Lá vem a bonança, pensei. E tenho de me preparar para ela, renovar energias. Nada melhor que me aproximar da natureza. Lá fui eu para o Parque Ecológico da Pampulha, aqui pertinho de casa, uns 45 minutos de caminhada. E que maravilha foi pisar na grama e ouvir o barulho dos pássaros. Sentei-me à beira do lago, e, ao som de Celtic Woman, deixei meus pensamentos livres e leves como o movimento da água logo à minha frente.
Assim que as idéias voltaram a mim, avistei duas árvores de natal, enormes e bem diferentes. De longe, pareciam de material reciclável. Fui conferir, claro! Para minha surpresa, eram mesmo duas árvores de natal, uma delas feita com garrafas pet azuis e brancas e outra feita
Voltei para casa mais feliz do que saí. É impressionante como o mato me atrai cada dia mais, mesmo que esse mato esteja bem próximo à nossa loucura urbana de todo dia. Sinto-me melhor preparada agora para aproveitar cada momento de minha bonança e dividi-la com os que me rodeiam, inclusive vocês balzacas queridas, e vocês leitores tão especiais.
Avisto dias mais coloridos. Avisto-me mais receptiva, praticando paciência e tolerância. Mais perto da essência de anjo que carrego no nome.
Angel quer fazer as pazes com o vento, a relva, a chuva. Quer viver mais seu lado Angel. Quer evoluir um tantinho todo dia e aprender a viver suas etapas sem sair do mundo.
segunda-feira, 8 de dezembro de 2008
O Dom da escolha
No entanto nem sempre isso acontecia com seus amigos, mas com pessoas que ela ainda estava por conhecer e, aí sim, Anastácia tinha vontade de sumir, entrar chão adentro e só reaparecer na próxima semana. É, e nesse fim de semana não havia de ser diferente, mais uma vez o dom se pronunciou, e lá se foram Anastácia seu mais recente amigo.
Pra iniciar a noite, o mapa da festa estava errado, como sempre acontece, após algumas voltas e retornos, em fim chegaram; ambos esfomiados, aguardando ansiosamente o churrasco. A música ía do funk ao pagode, a vontade de desaparecer já estava passando pela mente de Anastácia e pra completar o programa, a carne, salgada e crua, ao mesmo tempo. Se alguém já viu algo parecido, por favor que se manifeste imediatamente. Se entreolharam, tiveram vontade de rir, afinal, é o melhor a se fazer em tais situações. No final das contas comeram farofa, vinagrete e arroz, definitivamente, sem carne. Foram embora com aquele desejo de churrasco e Anastácia pra já deixar as coisas claras avisou – me desculpe mas preciso te falar, eu tenho o dom, eu sou o Mestre Yoda dos programas de índio.
Para todos aqueles que de vez em quando ou de quendo em quando se sentem um verdadeiro Mestre Yoda.
domingo, 7 de dezembro de 2008
O dia que a máscara caiu
O filme Titanic foi campão de bilheteria em muitos lugares do mundo, só se falava no Titanic, no quanto espetacular o filme era, os efeitos especiais bla bla bla. Naquela época eu morava em Viçosa no sul de Minas. E lá como em muitas outras cidades do interior, o cinema tinha virado igreja da ‘Assembléia de Deus’. Sem cinema e muito menos sem dinheiro, só fui ver o tal famoso filme quando foi lançado em DVD, na verdade vídeo cassete, muito tempo depois. Esta é a parte numero um da historia de hoje.
A parte número dois, tem a ver com a minha sensibilidade, ou melhor, insensibilidade. Na minha adolescência eu era longe de ser uma ‘manteiga derretida’, chorar pra mim só em caso de funeral e olhe lá. Tentava sempre regular minhas emoções o máximo possível. Quando o cachorro lá de casa morreu (ele tinha nove anos), minhas irmãs mais velhas choraram pra caramba. E eu lá, sendo forte me segurando, tentando ser bem lógica. Já que o cachorro estava doente, e a gente sabia que não ia ter jeito. Não tinha motivo para chorar. Chorar por namorado então era completamente proibido, eu podia ficar com raiva, quem sabe até triste, mas chorar de jeito nenhum. Então vocês podem imaginar qual era a minha opinião sobre chorar em filmes.
Era um domingo chato em Viçosa, e eu e minha prima Bela não tínhamos nada pra fazer. Dinheiro na época não era uma coisa que andava sobrando muito. Resolvemos então ir ao cinema da universidade ver que filme estava passando. Cinema é um nome carinhoso dado a sala de exposição de filmes da universidade. Administrado por estudantes o ‘Cinema Carcará’ era a atração do domingo principalmente para os alunos que moravam na universidade. Uma sala grande com telão quase caseiro, o vídeo usado era um VHS alugado, almofadas espalhadas pelo chão, e pronto, era só encontrar um cantinho, deitar e se divertir. Dependendo do filme a sala ficava lotada, todo mundo sentadinho no chão um do lado do outro, era só espremer que sempre cabia mais um. Assisti muitos filmes graças ao Cinema Carcará.
Liz nunca tinha se emocionada tanto, sentiu um alivio de poder chorar tudo que tinha direito. Hoje em dia continua controlando um pouco o lado emocional, mas se dar permissão pra chorar em algumas ocasiões. Outro dia chorou assistindo animal planet.
sábado, 6 de dezembro de 2008
O universo
Dizem que o universo conspira a favor de quem é do bem. Mentira mais deslavada!
Sou uma pessoa tri do bem! Separo o lixo, ligo o pisca antes de dobrar, digo por favor, com licença e obrigada. Procuro ser paciente e atenciosa até com quem não merece tanto assim. Sou o mais responsável possível, procuro não deixar as pessoas na mão. Tenho uma forte tendência de ajudar os outros, por isso sou professora e bióloga, minhas duas contribuições para o mundo, além de uma filha maravilhosa. Faço exercícios. Estudo e leio bastante. Gosto de animais e de crianças. Não bebo quando dirijo. E procuro desenvolver hábitos que façam bem a mim e aos outros. Sou, sim, uma pessoa tri do bem.
E o Universo??? Bom, nesta semana, alguém no universo está me tirando! Incansavelmente! Nada grave aconteceu, ainda. Mas em uma semana de TPM com engarrafamentos diários é o inferno na Terra! Fui comprar um pinheirinho de Natal, super no espírito natalino (adoro Natal)! Os poucos que ainda restavam estavam aos pedaços! Para que mexer e desmanchar o pinheirinho? Só para eu não comprar! Certo! Depois achei um que queria há um tempo, branco, lindo! Com o preço 100% a mais do que estava uma semana atrás! Comprei um verde, mesmo! Não vou perder o bom humor!
A coisa foi se desenrolando com amigo-secreto, comida fria, loja fechada, faltou luz, caiu a internet, acabou o papel higiênico...Para vocês terem noção do tamanha da tragédia, até uma “serenata” de três piás sentados em uma calçada recebi. A música não podia ser melhor: “como uma deusaaaaaaa...” É pra matar!
Bom, alguém continua me tirando, mas não vai acabar com o meu bom humor!
Renata espera que essa semana seja mais leve, ainda mais com a chegada do Lorenzo!
sexta-feira, 5 de dezembro de 2008
Telecine
Cheguei em casa morta de cansada. O trabalho havia sido duro, muita tensão, muita fofoca, muito olho gordo e eu precisava dar uma relaxada. Desabei no sofá antes mesmo da Laila ser capaz de abanar o rabo duas vezes e liguei a TV. Telecine light porque a novela ainda não tinha começado. Fiquei assistindo uma comedinha romântica na qual, após vários desencontros, tudo acabava bem. Peguei o filme pela metade, mas comédia romântica é comédia romântica, né? Dá pra pegar do meio pro fim.
Antes do happy end, o celular tocou: era trabalho, mas trabalho que poderia com certeza esperar até o dia seguinte. Comentei que estava assistindo a uma comedinha romântica e ouvi: ah, não tem problema então, porque nestes filmes Meg Ryan todo mundo sofre, mas tudo acaba bem.
Desliguei o celular e fiquei pensando na vida enquanto assistia minha comédia. Engraçado como nas comédias os desencontros da vida sempre ficam esclarecidos no final, né? Nos filmes de aventura também. O mocinho se dá bem, o mauzinho se dá mal, tudo acaba bem. Uma maravilha de maniqueísmo. Quem dera a vida fosse assim. Nos filmes todo mundo que se estrepa fez por merecer, aí a gente fica feliz quando esta galera se dá mal.
Mas, e nós? Aliás, e eu? Porque eu já me estrepei algumas vezes nestes trinta e um anos, mas sinceramente, não vejo o que possa ter feito pra merecer me ferrar tanto! Evidentemente eu não me julgo a Madre Teresa de Calcutá, mas é muita desproporção. Será que querer uma vida melhor, mais confortável – coisa que eu, pobre mortal só conseguirei com trabalho, estudo e muita, muita sorte – é um pecado assim tão grande a ponto de eu merecer levar cano de uma sócia e perder até a crença na Justiça dos homens? Será que minha confiança, minha boa fé, me tornaram tão boba a ponto de eu merecer ser passada pra trás?
Fico buscando estas respostas e obviamente nunca as encontrarei. Mas tenho muita resistência em acreditar que agir como eu gostaria que agissem comigo, que seguir aquele roteiro clássico “estudo-trabalho-sucessoprofissional-respeito-lealdade-amor-família”, que acreditar nas pessoas não me tornam merecedora de, no mínimo, poder manter alguns dos meus sonhos, das minhas ilusões. Fiquei pensando nos inúmeros desencontros pelos quais passei e me lembrando de que, não, nem sempre as coisas acabaram bem, nem sempre houve um happy end. E não adiantam palavras de consolo que dizem que nada acontece por acaso, que há um motivo pra tudo acontecer, que nós apenas não somos capazes de compreender. Quando as coisas não saem como nós planejamos, a despeito de todos os nossos esforços, de termos feito tudo direitinho, como manda o figurino, não há palavras que consolem. Não há sequer abraços que consolem. Há somente uma sensação de vazio, de perda de tempo, de perda de sonhos e ilusões. É claro que esta sensação passa. Pode demorar mais ou menos tempo, mas passa. Mas isto não faz o sentimento sumir. Não tira a frustração. Desliguei a TV e fui tomar um banho. Definitivamente, a vida não é uma comédia romântica.
Laeticia tomou pau na última prova da USP e não sabe se vai tentar de novo e tem certeza que sua vida anda muito mais pra Telecine Cult do que pra Telecine Light.
quinta-feira, 4 de dezembro de 2008
Unstoppable
Primeira, Edward era um vampiro.
Segunda, havia uma parte dele – e eu não sabia que poder essa parte teria – que tinha sede do meu sangue.
E terceira, eu estava incondicionalmente e irrevogavelmente apaixonada por ele”.
E aqui estamos nós.
A culpa é minha. Eu devia saber que eu também me apaixonaria no momento em que abrisse a primeira página. Já aconteceu outras vezes. Poucas, eu admito. Mas não sou principiante nem inocente.
Nesse caso especificamente, minha relação com eles é muito antiga, e um tanto quanto inexplicável. É verdade, eu sempre quis ser um deles. Admito. Sempre sonhei em achar um vampiro para me transformar. Acho que pode ter a ver com o fato de que toda boa história de vampiro tem como pano de fundo a paixão entre um vampiro e um mortal. E o fascínio que esse relacionamento exerce sobre mim é algo além do que eu posso descrever.
Crepúsculo (Twilight – Stephanie Meyer, 2005) não é diferente. Edward e Bella se amam como se não houvesse amanhã. E é impossível parar de ler.
O que acontece de diferente é que Edward Cullen é irritantemente perfeito. Inclusive – e principalmente – pelo fato de ser um vampiro. Pálido como um cadáver. Frio como o vento de inverno na madrugada. Lindo como nada. Nada pode ser comparável à beleza de Edward. Nem Louis. Nem Lestat. Nenhum deles.
E Edward é bom. Mas com uma bondade diferente da de Louis, descrita fantasticamente por Anne Rice. Bom porque ele provavelmente acredita que tem uma alma, e não quer perdê-la. Ele luta contra sua sede como um exército de um homem só luta uma guerra que sabe que é perdida.
O livro é leve e intenso ao mesmo tempo. E me acertou em cheio. A muitos anos eu não tinha uma leitura tão agradável. A muito tempo eu não tinha ânsias para chegar ao final da história. A muito tempo eu não me perdia assim.
Milena escreve aqui às quintas e está convicta de três coisas: primeira, o ator escolhido para representar Edward Cullen não é nem perto do que ela o imaginou quando o leu. Segunda, mesmo assim ela vai assistir ao filme. Terceira, ler é sem sombra de dúvidas, seu melhor vício.
quarta-feira, 3 de dezembro de 2008
Precisamos disto?
Tem alguma coisa errada. Só podemos ser muito manipuláveis, muito sem opinião, ou muito burros mesmo para permitir que os nossos meios de comunicação façam o que estão fazendo. Pelamordedeus!
Mais de duzentas pessoas morrem em atentado terrorista nos Estados Unidos. A madrasta paquita ciumete maluca e o pai (pai?) desnaturado jogam a menina da janela. O piá mimado que levou o fora da namorada encontra um jeito de chamar atenção, como sempre o fez, e acaba matando a menina. O mundo finalmente descobre que “crédito” não é moeda virtual e não pode existir sem reserva de dinheiro, garantia e fiador. Está instalada a maior crise financeira mundial de todos os tempos.
Sim, são atrocidades, sim é um horror, sim, é o cúmulo, mas tem cabimento o furdunço que faz nossa TV, rádio, jornais, Internet e afins? DUZENTOS americanos como se fosse toda a população do planeta dizimada! Sim, são muitos, mas e as crianças que morrem de fome na África todos os dias? E as vítimas de acidente de trânsito no Brasil, são quantas? E quantos padeceram sob as mãos do Tio Sam? E o que influencia na sua vida assistir à defenestração da pobre menina com simulação 3D em tempo real? E saber até a cor da cueca do chefe de polícia, atolado no caso com a pressão da mídia (e obviamente sem ter condições/ contingente de investigar o assassinato da filha da empregada da sua vizinha, que não é filha de advogado nem de rico, mas que foi jogada da janela a três bairros do seu)? E ver os milhões de sem noção que vão aos enterros televisionados ao vivo, como o da pobre adolescente assassinada, até com cartazes de “filma eu Galvão”, loucos para aparecerem na telinha e obviamente muito desocupados. E quanto à crise? Esqueça o peru de natal e se eu fosse você começava a cavar um buraco na sala para armazenar COMIDA porque o que vem por aí é tão terrível que nem dá para imaginar. Hipócritas, urubus da tristeza e desgraça alheia, assim como todos nós, quando às vezes caímos nestas armadilhas sem nem nos darmos conta. Precisamos disso?
Milhões de horas de comunicação de puro alarmismo e manipulação dos sentimentos das pessoas, que ao som de música de filme de terror lá ficam como zumbis, estateladas em frente à TV, rádio, jornal, Internet e afins, que por sua vez vendem milhões em propaganda nos intervalos a cada 15 segundos de programação, nas páginas centrais, iniciais, finais, laterais das revistas, nas barras de ferramentas auto-instaláveis, pop-ups insuportáveis, cabeçalhos que ocupam três quartos da página dos sites e blá, blá, blá, blá.
É a indústria (ou máfia) da mídia, que des-ensina valores e depois se alimenta de apontar horrores para quem se dispõe a assisti-los (e devemos ser muitos, pois o número de programas emburrecedores e divulgações de má qualidade cresce cada vez mais, não?). Onde o questionamento, a crítica ao absurdo? Onde a sugestão do que eu, você, a vizinha podemos fazer para melhorar este nosso mundo que é tão lindo, mas que anda tão pintado de podre? Onde a nobreza de se ignorar a manipulação, o que não vale a pena, justamente para não valorizar, não dar IBOPE ao que não presta? Onde o exemplo de coisas que deram certo, de iniciativas pequenas e belas, daqueles que ainda acreditam que tem jeito?
Os ligados, opinados, plugados, que me perdoem, mas eu tenho preferido ser alienada e mais feliz, tentando fazer a minha parte, no mínimo que seja, a me render ao mar de pânico que estão tentando nos vender.
Gisele Lins escreve aqui às quartas-feiras, enquanto o mundo não acabar e ela nem ficar sabendo. Escreveu este texto antes do desastre de Santa Catarina tomar as proporções que tomou e, felizmente neste caso, está aliviada pois tem a impressão que as pessoas estão dando mais atenção aos apelos de ajuda do que ao sensacionalismo barato (mesmo ele também estando à disposição) . Pede desculpas às exceções, que costumam passar despercebidas, quando deveriam ser as protagonistas .
terça-feira, 2 de dezembro de 2008
Saudade, troço esquisito...
Parece que ela mora no coração da gente. Por tempos, fica adormecida e quando acorda libera toda sua essência, tanto que chega a doer. É..., saudade é um troço esquisito.
Saudade incomoda, por vezes entristece e até paralisa. Ela acorda pra te lembrar de tudo e todos que não estão ao seu lado.
Há algumas semanas ela está com olhos bem abertos em mim, acordadinha. Contou-me muitas coisas e lembrou-me de outras tantas...
A novidade, pra mim, é que posso sentir saudade antes mesmo da situação de saudade acontecer. Confesso que foi inevitável, aconteceu mesmo. Sabia que um amigo passaria a percorrer outra estrada e ainda assim fiquei abalada semanas antes já sentindo a falta que certamente ele me fará.
Dói lembrar meus amigos que vivem em outros países. Lembrar dos sorrisos, dos conselhos, do carinho enorme que mantém a amizade mesmo com a distância física.
Saudade vem também da coesão da turma de Relações Públicas há treze, quatorze anos... o que não existe hoje na turma de Secretariado Executivo.
Paraliso na saudade de meu pai, de seu olhar, que era especial quando dirigido a mim. Do amor grande que exalava dele, de sua sede de leitura. E aí a saudade conta que estará sempre aqui... que algumas pessoas são, sim, insubstituíveis, inesquecíveis e que ela (a saudade) ficará enquanto amarmos pessoas e situações.
Saudade, troço esquisito que traz um nó na garganta, muitos suspiros, um quê de tristeza e até algumas lágrimas. Saudade... lembrar o que foi / é bom, lembrar quem queremos bem, certeza do amor real.
Angel está sentindo muito esse troço esquisito que é a saudade e certa de seus amores.
segunda-feira, 1 de dezembro de 2008
Assim como as estrelas
Soltou os cabelos, saiu do banheiro. Anastácia não queria mais falar sobre nada ou pelo menos sobre o que os incomodava, não. Preferiu olhar para o céu e buscar estrelas que já não estavam mais lá e pensar que talvez ela um dia permaneça assim, brilhando mesmo após o fim de sua existência; presente mesmo durante a ausência. Ficaram em silêncio por alguns minutos, queriam apenas permanecer juntos, mas não sabiam exatamente como, eram tantas as idéias, as dúvidas, os sonhos e apenas uma certeza, se gostavam. Resolveram então mudar de assunto, mas mesmo nas próximas palavras, e, principalmente, no silêncio, tudo permanecia no mesmo lugar, ainda que por alguns instantes, ainda que por alguns meses, assim como as estrelas no céu. O que não queriam falar, estava lá, reluzente, brilhante, os espiando. Anastácia pensou em voltar para casa e, ao mesmo tempo, não o queria, seus olhos molhavam, sua mente fervia em pensamentos. Naquela noite, as estrelas haviam sido um lugar para a tranquilizar, imagens que a faziam se sentir bem, um foco para a distrair da realidade, após alguns minutos Anastácia não conseguia enxergá-las mais, parecia que ía chover e percebeu o que já sabia – enquanto estivessem juntos eles brilhavam ainda que numa luzinha fraca – tudo ficaria bem.
Para as estrelas no céu que nos iluminam sempre, ainda que por detrás de nuvens densas.