Dia 15 de outubro é dia do professor. É um dia de parabenizar os professores,
mas também de pensar sobre suas vantagens, seus sacrifícios, suas motivações... Pensa-se nas professoras que já tivemos naquelas que marcaram pelo positivo e também pelo negativo.
Não me lembro de sempre querer ter sido professora, como muitas de minhas colegas. Lembro, claro, como boa filha de professora, de ter crescido em meio a livros, matrizes e giz. Lembro de festa junina de escola desde antes de freqüentar uma. Lembro de excursão para o zoológico ou para a capital, quando era pequena e todos os alunos da minha mãe eram tão grandes, embora estivessem na terceira ou quarta série.
Lembro de já saber ler muitas coisas ao entrar na primeira série. E lembro de já ali ter percebido a diferença, inclusive nos lugares onde sentavam, entre os alunos “bons” e os alunos “ruins”.
Lembro de ter tido uma professora que me parecia amar a profissão, que vibrava a cada letra lida e acertada. Lembro de ter tido várias professoras que achavam que o único problema da escola eram os alunos.
Por óbvia influência materna e certa facilidade em ajudar colegas a entender os conteúdos, acabei fazendo magistério no ensino médio. Por três anos tive aulas demais e conteúdos de menos (o que só percebi no vestibular!). Passei horas confeccionando joguinhos que podem ser comprados por R$ 1,99 em muitos lugares. Andei muito de ônibus com bambolês feitos em casa, flanelógrafos, cartazes gigantes, jogos, sucatas, muita tralha mesmo.
Tive professoras de todos os tipos: das mais entusiasmadas às mais decepcionadas. Das que achavam que a teoria era tudo àquelas que achavam que nada supera a prática. Das amadas às detestadas. Com elas aprendi como queria ser e também como não queria.
Ao final dos três anos, chegou a hora do temido estágio. Fui para uma escola estadual bem bacana, e peguei uma terceira série. Foi muito bom ver que as crianças aprendiam, apesar da minha inexperiência e da insegurança. E cada vez que algum deles dizia: ah, entendi! Eu sentia uma alegria tão gostosa que resolvi ser professora!
Fazem 10 anos e depois disso tive várias experiências diferentes: ensino médio noturno, alfabetização, inglês, biologia, articulação pedagógica, assessoria pedagógica, biblioteca... Nesse tempo e nessas funções, em várias escolas e Secretaria de Educação, vi muitas coisas que me deixaram desanimada, impotente, com vontade mesmo de desistir. Preconceito, agressões de alunos, de pais e de professores, dificuldades imensas de aprendizagem de relacionamento, de auto-estima.
Mas o sentimento de ver que um aluno, criança ou adolescente vê em mim uma referência, pede conselhos, e tem um brilho no olho quando aprende uma coisa nova, é uma sensação boa demais! E ainda pretendo mudar o mundo, um pouquinho por vez!
Renata parabeniza todos os profissionais da educação e estima que todos tirem um tempo para lembrar da razão de terem abraçado essa profissão e se fortaleçam!
3 comentários:
Olá. Vim parar aqui através da Sisa, que já escreveu neste blog, né! =)
Então, adorei o seu texto, acho que por eu ser professora tb. Eu tenho o maior orgulho de ser uma. Apesar dos problemas.
Me formei em Letras, e fiquei os meus primeiros dois anos de profissão como eventual numa escola do Estado. Lidava só com crianças de 5ª série até adolescentes do Ensino Médio. Mas nesse ano estou tendo uma experiência diferente. Ingressei na Prefeitura e peguei aulas de inglês para crianças de 1º ao 5º ano. Amei!! E comecei a pensar que deveria ter cursado Pedagogia. Mas enfim, quem sabe logo, logo eu não faço minha 2ª facul.
Os problemas de uma profissão dessa são muitos. Vão desde a remuneração até a indisciplina. Mas mesmo assim a sensação de dividir algo que vc sabe e vibrar com o aprendizado do outro não tem igual.
Feliz Dia dos Professores para vc!!! É bom ver que nem todo professor vive reclamando da profissão maravilhosa que tem.
Abraços.
Rê eu admiro muito a tua profisão e, mais ainda, a tua postura como professora! Um beijão pra ti e feliz dia do professor, que eu acho que é todo dia!
Oi Rê!
Já te disse que morro de inveja da sua coragem!?
Sim, hoje, para abraçar a profissão de professor, é preciso coragem.
É a coragem que eu queria ter...ensinar deve ser fantástico. Por enquanto, meu medo ainda é maior.
Parabéns por ter escolhido a educação e por executar bem o seu papel!
beijos!
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