segunda-feira, 16 de junho de 2008

Dentro de mim

Fiquei olhando o papel por bastante tempo, tive a sensação de que minha mente estava assim como ele, branco, vazio e, talvez, até oco. É, às vezes, ficamos assim, como uma folha em branco., como um caderno novo, ou quem sabe, velho, mas nunca antes utilizado.

Estou vivendo uma vida diferente, fora do meu comum, provavelmente incomum para muitos de nós, fora de minha realidade; e às vezes me sinto estranha. Estranho a mim mesma, as paisagens, as pessoas, as sensações, me sinto como outra pessoa, por vezes próxima a mim e por outras bem distante, às vezes me sinto uma completa estranha para mim mesma, vivendo uma vida fora de mim, numa realidade que não é a minha.

Não me sinto triste, talvez melancólica, fazer planos com prazo de validade, viver sua vida com data de partida, mudar sua rotina e se adaptar a outra com a mente no futuro e também no passado. Nunca podemos realmente prever nossas reações, pensamos diferente, agimos diferente, talvez eu esteja mais perto de mim, vivendo num mundo sonhado por muito tempo.

É às vezes me sinto triste, pois meus amigos não estão aqui compartilhando comigo, na verdade até estão, em pensamento, em lembranças, na memória, mas nem sempre é o suficiente. Me sinto triste, por que vivo num lugar completamente diferente, por que ainda não alcancei a verdadeira realidade deste lugar e talvez eu já saiba que nunca irei realmente alcançar, mas nunca se sabe.


Silvia está assim, muito feliz e isso a assusta, às vezes triste pois sabe que a partida é eminente, e, ao mesmo tempo, essa mesma partida também a faz feliz, pois encotrará os seus de novo. Como vocês podem perceber, dentro de mim, está assim, uma mistura de tudo, de beleza, de saudade, de culturas, línguas, pessoas, comidas. De tudo um pouco e ao mesmo tempo.



2 comentários:

Anônimo disse...

Menina!!!! Que turbilhão de emoções!!!!

Mas viver esse turbilhão e saber distinguir o que é bom do que é ruim é a melhor parte!!!

Sisa disse...

Silvia, aproveite muito aí o tempo que te resta, porque você tá fazendo muita falta aqui e sinceramente estou odiando Nova Lima sem vc! (Falei isso com sua mãe outro dia no telefone e ela riu...) Beijo!

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