Terá sido tão de repente assim? Desaceleramos muito com a proximidade dos 40. Aprendemos a caminhar apreciando o caminho ao invés de correr loucamente para chegar sabe-se lá onde. Descobrimos que todas queremos chegar lá, e que o lá de cada uma é diferente. Aprendemos a olhar de dentro para fora. Muita coisa aconteceu nesta década. Crianças nasceram, animais de estimação se foram, relações se fortaleceram, outras, desvaneceram. Aprendemos muito. Principalmente que dividir só nos faz melhores.
quinta-feira, 29 de janeiro de 2009
Música do dia
terça-feira, 27 de janeiro de 2009
Tensão Pré Janeiro
Janeiro é um mês danado! Quanta conta para pagar!? É assombroso! Mal começa dezembro, mês de festa e alegria (pelo menos para uma boa parte da população) e o medo do janeiro vem junto. Podemos chamar de tensão pré janeiro – TPJ. É moda!
Quem de vocês guarda um tantinho do 13º salário para as despesas inevitáveis de janeiro? Não vale mentir... É fato que pouca gente opta por reservar parte do 13º ou juntar uma graninha durante o ano para não cair na areia movediça do janeiro. IPTU, IPVA, DPVAT, ZFJKDJC, MNREINA, enfim, são tantas siglas e $$$$$$ que a maioria prefere nem saber o que significa essa tralha toda.
A situação se agrava quando se trabalha em uma empresa camarada, como eu, e o 13º e o salário de dezembro adiantam para que as pessoas fiquem mais felizes no natal. Felizes e nem sempre inteligentes. Tem gente que torra tudo comprando presente para a família toda, amigos, etc e esquece que aquela grana tem de durar 40 dias ou mais. Heeeeinn!? Quarenta dias? Sim, nesse caso a próxima graninha só sai no final de janeiro ou início de fevereiro, vai saber...
Aprendi a poupar com a minha mãe. Ainda não pago todos esses Isssss da vida (hei de pagar em breve), mas sei perfeitamente o que fazer para pagá-los e ainda ter fôlego para respirar
Lá se vai janeiro levando consigo muita tensão. Para muitos a situação $ só se normaliza em março e olhe lá!
Angel defende o planejamento financeiro familiar. Esse hábito pode evitar atoleiros financeiros, pitis grandiosos e divórcios.
segunda-feira, 26 de janeiro de 2009
Cotidiano
Anastácia acordou, como sempre, às seis da manhã. Olhou no relógio com esperanças de ainda lhe restarem alguns minutos para que pudesse dormir mais um pouco. No entanto, após constatar o fato de que eram realmente seis, ela se levantou. Foi ao banheiro, ainda sonhando, tropeçou num dos gatos, pegou o leite, sentou a mesa. Tomou café, e teve a impressão de ter comido mais do que tinha vontade, sentiu uma moleza devido ao que havia acabado de comer e se lembrou novamente de sua vontade de dormir mais um pouco. Não podia, havia trabalho a se fazer, contas a serem pagas, desejos para serem consumidos, em fim, tinha que ganhar a vida. Escovou os dentes e vislumbrou uma espinha em seu queixo – ótimo, perfeito, nada melhor do que isso para começar a segunda-feira!! Espremeu, piorou. Sentou-se no computador, deu uma olhadela para os artigos aguardando por serem traduzidos e sentiu uma preguiça descomunal. O fim de semana tinha acabado de dar-lhe adeus e já ansiava pela chegada do próximo. Anastácia estava cansada, começou a trabalhar.
sábado, 24 de janeiro de 2009
Desisto
Quem viu no meu e-mail essa palavra nas últimas semanas a fio pode ter tido a impressão errada. Realmente desisti, mas isso não é ruim, não! Explicarei:
Sempre tive algumas tendências que acabam facilitando que eu me irrite com certas coisas, me decepcione com outras. Como tentar ser sempre o mais responsável possível, evitar deixar os outros na mão. Um exemplo disso é este próprio blog; só encarei ser fixa quando me senti em condições e dificilmente “furo”, só mesmo em casos extremos. Sou assim em todos os aspectos da minha vida.
Mas acontece que acabo esperando que os outros também pensem assim. E, obviamente (e que bom), as pessoas são diferentes.
Então, desisti.
Desisti de me irritar com atrasos. Com irresponsabilidade. Com pessoas que deixam seu trabalho para os outros e levam a glória para si. Com descaso. Com desrespeito.
Desisti.
Não que eu tenha passado a concordar com tudo isso, mas achei melhor investir minha energia em formas de ser cada vez melhor e de evitar depender destas pessoas para qualquer coisa. E quando isso for impossível, desisti de me irritar. Não tenho mais energia pra isso.
Desisto.
Enquanto Renata tenta essa nova forma de levar a vida, o tempo passa. No próximo sábado ela já vai ter feito 20 pela última vez. Que sabe tudo isso seja efeito da maturidade? Será?
sexta-feira, 23 de janeiro de 2009
O dia em que o mundo (quase) parou
quinta-feira, 22 de janeiro de 2009
Padrões
Andei notando que nos últimos anos, o meu padrão para algumas coisas começou a mudar, e mudar muito. Será que é normal?
FESTA: na época em que eu era estudante o meu conceito de festa era muito diferente do meu conceito de hoje. Naquela época, três pessoas e uma garrafa de pinga barata eram sinônimos de festa. Hoje em dia não, de maneira nenhuma, a bebida parou já faz alguns anos de entrar no meu critério de festa. Festa pra mim é comida, comida boa, comida bem feita. Bons amigos. A bebida vem em ‘terceiro plano’. Pode ser vinho, um coquetel. Dependendo até uma cervejinha. Bom, mas se tiver que escolher entre beber ou ir de carro. Vou sempre escolher ir de carro. Antigamente eu sempre ia escolher beber, preferia ir a pé, pegar um ônibus do que ir de carro e não beber (beber e dirigir NUNCA foram uma opção), porque festa pra mim era beber. Agora a minha escolha é quase sempre o conforto do meu carro. Ir pra casa quando eu bem entender. Sem ter que esperar nada nem ninguém. E como bônus não tenho ressaca no outro dia. Que maravilha!
DORMIR: Meu padrão de dormir também mudou muito. Dormir agora é na minha cama e somente na minha cama. Nada de sofá, colchonete, dividir cama com amiga. Faço tudo possível pra sempre voltar para casa. Nada melhor do que acordar na casa da gente, depois de uma noite de festança.
FÉRIAS: Passei a categorizar férias de duas maneiras, férias-visita e férias-férias. Férias-visita é quando a gente viaja pra visitar alguém, um parente, um amigo. Hoje em dia pra mim esse tipo de férias tem que durar somente alguns dias. Um fim de semana prolongado, por exemplo, daí você viaja somente para curtir aquela pessoa. Perfeito. Agora férias-férias é quando a gente viaja somente para relaxar,não preocupar com nada nem ninguém, de preferência num hotel ou casa alugada. Come fora quase todo dia. Afinal cozinhar nas férias de jeito nenhum.
NOITE: Sair na noite, digo na ‘balada’ não é mais uma opção para essa aquariana de quase 30 anos. Depois de várias tentativas frustradas ao longo dos últimos anos, acabei abolindo as noitadas. Hoje prefiro um programa light, restaurante, cinema, café, um barzinho. Ao então na verdade só fazer um programa bem legal durante o dia, esquiar (no inverno), fazer uma caminhada na floresta (na natureza), andar de bicicleta, piquenique, piscina/lagoa (dependendo da época do ano). Então depois de ter gasto bem durante o dia aí só pedir uma pizza e assistir um filme.
Liz está prestes a fazer 30 anos e anda ficando preocupada, a memória não é mais a mesma e o seu nível de caretice andou aumentando exponencialmente nos últimos anos. Será que está começando a caducar?
quarta-feira, 21 de janeiro de 2009
Direitos e Deveres de uma Mulher de 30
Uma Mulher de 30 tem o dever de:
Dizer o que pensa, não importando as circunstâncias.
Andar apenas com quem tem vontade e não ver/ convidar/ fazer sala/ sair com ninguém por obrigação.
Cuidar do corpo, usar anti-rugas, salto alto e maquiagem, mas não ficar escrava de nada disso (assim como a Mulher de 40, 50, 60, 70, 80, 90...).
Não se importar com o que os outros pensam ou falam de si.
Saber do que gosta.
Fazer o que gosta, e mudar tudo, começar de novo, revolucionar sua vida se ainda não faz o que gosta.
Saber dizer não com classe e ênfase.
Saber fazer cafuné, massagem e pelo menos um quitute culinário.
Ter um pretinho básico que emagreça uns 3 quilinhos.
Uma Mulher de 30 tem o direito a:
Sorrir, apenas, quando não quiser responder a uma pergunta.
Andar descabelada com a segurança de quem acabou de sair do melhor salão da cidade.
Fazer manicure toda semana.
Recusar o que não quer, agradecendo, mas sem ter que dar explicações.
Usar uma roupa velha, que nem combina com a ocasião e deixar uma mulher de 20 admirada de sua classe.
Dirigir mal, sem se importar.
Resolver que quer aprender a tocar piano ou a fazer sites na Internet, e fazê-lo.
Achar vantagens em estar em casa, com uma garrafa de vinho e uma amiga ao invés de numa balada.
Escolher a cor do seu cabelo, quando tirar férias e quando (e se) quer ter filhos.
Agarrar o ficante, namorado, namorido ou marido quando bem entende, sem ter que se preocupar com o que ele vai pensar, e sabendo que ele vai adorar.
Pechinchar ou pagar uma fortuna por qualquer coisa, em qualquer lugar, dependendo de seu humor.
Arrasar numa lingerie ousadíssima sem dar a mínima para a celulite.
Passar o domingo inteiro de pijama lendo.
Querer viver outros 30 sendo exatamente como tem vivido, agora com a vantagem de saber exatamente quem ela é.
Gisele Lins escreve aqui às quartas. Hoje com zero de inferno astral (ufa!).
terça-feira, 20 de janeiro de 2009
Minha menina
Ela parece um tantinho comigo sim. É linda! Não sou tão linda quanto ela. As crianças, além da beleza natural, têm a beleza infantil, a pureza. A minha menina está crescendo, evoluindo, me surpreendendo a cada dia.
Dia desses estávamos deitadas e eu a admirar a beleza dela. Não resisti e disse “Bebe, sabia que você é linda!?”. E então veio a resposta que toda tia gostaria de ouvir “É porque eu tenho o cabelo cheio de cachinhos igual ao seu titia...” Ah, parem e digam pra mim se isso não é motivo para um sorrisão regado de algumas lágrimas de orgulho e felicidade!?
A melhor dos últimos meses foi que ela cochichou sobre um tal Breno. “Quem é esse Bebe?” “É um menino da minha escola titia, ele gosta de mim.” “E você, gosta dele?” “Gosto!” Falou bem baixinho para o pai não ouvir, pode!? A minha menina, que nem completou cinco anos, já falando em meninos, paquera, esse amor infantil que é lindo...
Valha-me Deus, como o tempo voa!
Outro dia mesmo a vi sair da barriga da mãe, chorando com toda vontade. E agora...
É como eu sempre digo, quem precisa de filhos se tem por perto sobrinhos lindos e pouco santinhos? Criança santa é enfadonha, irreal. Bom mesmo são os naturalmente “encapetados”, birrentos, arteiros e felizes, principalmente aos olhos das tias.
Angel orgulha-se de sua menina e vê alguma coisa de si mesma nela, além dos cachinhos: uma meiguice (que é mais visível nas crianças), uma carência, o olhar.
segunda-feira, 19 de janeiro de 2009
Minha irmã, meu São Francisco de Assis
Quando criança já era assim, presença constante dos animais. Em nossa casa sempre tivemos vários, por vezes inúmeros e diversos. Minha irmã e meu pai sempre foram os mais apegados, os mais cuidadosos, enquanto eu, gostava mesmo era de fazer experimentos. Lembro-me de minha irmã no jardim com os braços abertos e olhos fechados, não sei ao certo se cantava alguma música conhecida ou se era alguma espécie de cântico em língua por ela mesma inventada, fato é que o intuito era encantar passarinhos, sim. No entanto e para ela infelizmente, essa técnica só funciona mesmo em filme. Mas ela nunca se deu por vencida e tenta, teimosamente, ensinar gato a não comer passarinho, galinha a não comer as verduras e a cachorro enterrar suas necessidades fisiológicas. É, ela sempre foi assim, quando nosso cágado (um tipo de tartaruga que gosta de ficar na água) transbordou da piscininha e se perdeu pelo jardim adentro, ela chorou, quando os coelhos procriaram tanto ao ponto de deixar todos enlouquecidos e foram distribuídos entre amigos e vizinhos, ela também chorou, quando nossos infinitos gatos pegavam passarinhos, também, e até hoje ela é assim. O mais engraçado é que ela atraí animais perdidos e abandonados, outro dia foi a vez de um filhote de andorinha. Ao ir na rua comprar pão, me volta com o pão, claro, e um minúsculo filhote de andorinha, segundo ela, estava caído na calçada. Bom como já é de se esperar, temos gaiolas vazias em casa, no caso desses incidentes acontecerem, usualmente cuidamos do pobre pássaro e depois o libertamos saudável e feliz. Mas esse coitado, talvez por ser tão pequenino, talvez devido a queda, não resistiu e no dia seguinte estava lá, duro, caído, no chão da gaiola. Ela veio chorando ao meu encontro, o passarinho morreu. Ela sempre foi assim, e sempre será, meu São Francisco de Assis.
Acontecido na semana passada, me fez pensar nesse conto. Ao mesmo tempo que me sinto feliz por existirem pessoas assim, gostaria que minha irmã sofresse menos com as leis naturais da natureza.
domingo, 18 de janeiro de 2009
Culto, Crença, Religião, Fé
Nossos preconceitos muitas vezes não nos permitem ver o que há de bom nos outros. Embora eu não seja adepta da idéia de que sempre existe algo bom, mesmo em acontecimentos ruins, acredito que, pelo menos de vez em quando, precisamos rever nossos conceitos.
Fui recentemente a uma cerimônia de casamento de culto evangélico. Adianto que a cerimônia foi maravilhosa. Acontece que muitas pessoas têm resistência à cerimônias de casamento, e ainda mais a cultos evangélicos. Eu mesma sou um pouco assim. Mas era o casamento de um amigo, e seria absurdo deixar de ir por questão de crença. Fui. O casamento foi longo, com cerca de duas horas de duração, e muita fala do Pastor. Mas, em nenhum momento, senti que o tempo demorou a passar. Pelo contrário, pareceu mais rápido do que ocorreu. Não houve discurso apelativo, nem tentativa de converter ninguém, nem preconceituoso. O discurso foi sim religioso, mas sem caráter exclusivo de determinada crença. Foi bonito por isso mesmo.
Ao fim do casamento, descobri que algumas pessoas, amigas do casal, não compareceram ao casamento, e que deveria ser pelo fato de ser cerimônia evangélica. Ora, mas que amizade é essa? Confesso que não entendo como, vivendo em um país em que convivem geralmente tão bem várias religiões, há pessoas que não respeitam a crença alheia, e ainda tentam fazer desse lugar um Oriente Médio. Até onde aprendi, toda religião tem problemas, pois ela é constituída por homens, e homens erram, inclusive ao interpretar documentos sagrados. Como todas as pessoas, tenho meus preconceitos, e são muitos, mas tento não me excluir do mundo, nem ferir outras pessoas por causa deles. Mesmo que a cerimônia não tivesse sido bela, ainda assim eu a assistiria por consideração e amizade, e porque penso que as crenças não podem afastar as pessoas. Elas deveriam uni-las, independente da religião.
Não podemos nos separar em grupinhos, cada um achando que tem razão e que os outros são errados, e acreditando viver de acordo com os mandamentos de Deus. Isso é o absurdo. Embora eu não defenda uma determinada religião, e encontre coisas boas em muitas delas, respeito quem segue sua crença, desde que não prejudique outras. Vivemos num país com liberdade de crença. Então, precisamos aproveitar essa liberdade, e aprender com ela que liberdade é respeito!
Tania tem mais preconceitos do que deveria, mas não permite que seus preconceitos guiem sua vida completamente a ponto de esquecer a importância de suas amizades.
sábado, 17 de janeiro de 2009
Cabeça nas nuvens
Sabe aquela sensação de andar com a cabeça nas nuvens? Adoro!
Não como metáfora pra estar distraída, esquecida. Disso eu não gosto. Mas falo mesmo de manter a cabeça nas nuvens! De observar, de curtir cada tom, cada movimento, cada raio de sol que passa por entre elas. De chegar ao ponto de se sentir mais feliz e até de respirar melhor ao ver uma nuvem rosada pelo pôr-do-sol.
Vou listar algumas vantagens e ver se ganho mais adeptos, porque a minha filha já se rendeu:
- você sempre terá uma postura legal, porque você deve deixar a cabeça ligeiramente erguida para acompanhar as nuvens;
- sua criatividade vai aumentar escandalosamente, para poder descrever os movimentos e as cores e as pequenas mudanças que acontecem nelas;
- você nunca mais vai achar um dia ruim, porque mesmo nos mais nublados ou chuvosos, elas estão emoldurando o céu só pra gente poder observar;
- você vai descobrir que existem muitos mais tons de rosa, vermelho e laranja do que você já havia imaginado;
Bom, virando adepto ou não, garanto que você nunca mais vai abrir uma janela ou sair na rua do mesmo jeito, sem dar ao menos uma olhadinha pro céu. E quanto mais olhar, mais vai se admirar do balé colorido que as nuvens apresentam praticamente todos os dias, salvo raras exceções. E vai ter certeza de que milagres existem!
Renata consegue, em meio às suas não férias de muito trabalho, ter momentos de grande prazer observando as nuvens, ainda mais quando o faz com alguém querido. Espera que vocês tentem. E gostem também!
sexta-feira, 16 de janeiro de 2009
TUDO é made in China
Sou consumista. Quem não é?! A novidade é que basicamente tudo o que consumo hoje em dia é made in China.
As xícaras do café são made in China; a decoração de Natal, da árvore aos apetrechos mimosos, é made in China; a sombrinha desses tempos chuvosos é made in China; as luzinhas de Natal são made in China; muitos presentes dados, presentes recebidos; o forro da mesa, os enfeites da estante, anjinhos, porta-retratos, enfeites de cabelo e demais miudezas infantis...tudo é made in China! Uma febre!!!
Se você ainda não se deu conta dessa invasão, experimente passar a ler as etiquetas. Aquela tal de “produzido na zona franca de Manaus” já era. A moda agora você já sabe: made in China!
Tudo quanto é empresa foi para lá! Bons negócios? O que se ouve é que a mão de obra made in China é mais em conta, que se trabalha mais por menos. Bom, não vou me aprofundar nesses aspectos econômico-trabalhistas, prefiro ficar com os produtos que nos chegam, mesmo porque eles estão sempre de passagem.
Só no mês de dezembro precisei comprar três sombrinhas. Todas quebraram. As lindas e coloridas xicrinhas sempre perdem as alças. Minha vizinha sempre compra pisca-pisca a mais, pois um nunca dá para enfeitar a janela o mês de dezembro inteiro. Tic-tacs para os cabelos da Maria Fernanda compro aos montes, não apenas porque ela perde muitos, mas principalmente porque eles quebram ou se soltam facilmente.
Não se trata apenas de lamúrias de dona de casa, mas reclamação de uma pessoa física consumista (como já confessei ser) e que gosta de coisas baratas sim, mas de qualidade. Paciência...
Bom, do jeito que a coisa anda , aliás, corre, a economia chinesa avança. Uma grande potência, sem dúvida! Fico pensando aqui com os meus botões ( a maioria deles mad...) se o próximo presidente do mundo vai ser made in China...
Vanessa, aqui, esporadicamente.
quinta-feira, 15 de janeiro de 2009
Poesia
quarta-feira, 14 de janeiro de 2009
Inferno Astral
segunda-feira, 12 de janeiro de 2009
Brincadeira do tempo
Anastácia acordou com a sensação de não saber exatamente onde estava, em qual cama, qual quarto, qual casa, tudo lhe pareceu ao mesmo tempo semelhante e diferente. Teve a impressão de estar perdida no tempo, de um salto se levantou, pois tinha a certeza de estar atrasada, já era segunda de manhã, trabalho, banho, café da manhã, tudo, atrasado. A pressa foi tanta que tropeçou no chinelo, trombou no armário, vestiu a meia do lado contrário, não comeu e saiu. Se sentiu como o Chapeleiro Maluco, o coelho de Alice no País das Maravilhas, ou seria do Mágico de Oz? Não tinha tempo para pensar sobre isso, mas sabia que era um coelho atrasado. Entrou no carro, prendeu a saia na porta, deu partida na ignição, no painel viu o relógio, conferiu, olhou de relance, não entendeu, achou que estava tendo mais uma alucinação, olhou novamente e concluiu, não se sabe se aliviada ou se fula da vida, era domingo, dia 31 de janeiro de um ano qualquer.
Acontece com todos, aconteceu comigo, não sei se dormi demais ou de menos, mas dessa vez estava atrasada mesmo.
sexta-feira, 9 de janeiro de 2009
Adivinhações e Promessas de Ano Novo
Primeiro dia do ano, alto verão, muito sol, férias e eu na Bahia. Que mais poderia eu almejar? Comida, bebida e boa companhia. Tem também. E assim fomos nós para um restaurante chiquetésimo da Praia do Morro usufruir da generosidade da vida.
Devidamente acomodados num ambiente lindo e fresquinho de ar condicionado (invenção dos deuses, fala sério!!), pedimos nossos belisquetes e alquinhos (álcooiszinhos fica feio, né?) e pusemo-nos a praticar o mais agradável dos esportes: falar da vida alheia. É claro que falando assim pode ficar parecendo que somos pessoas ruins, de mau coração, reles fofoqueiros. Mas que atire a primeira pedra aquele que nunca se pegou observando as pessoas e criando verdadeiras epopéias imaginárias. Basta um estimulozinho e pronto.
Foi bem fácil começar o jogo de suposições. A Juma Marruá estava sentadinha numa mesa bem em frente à nossa. Quero dizer, sentadinha à mesa. E olhem que o varão que acompanhava a moçoila não era de se jogar fora. Alguém se lembrou que a Juma Marruá é uma das vítimas preferidas daqueles e*cro*os do Pânico e que ela havia, segundo uma revista destas que traz informações sem as quais não poderíamos seguir vivendo em paz, dado uma resposta curta e grossa naqueles sem o que fazer. Bastou um único pedido de autógrafo pra começarmos a especular quão chato deve ser você estar afim de jantar num lugar tranqüilo e namorar um pouquinho, mas ter que passar a noite dando autógrafo pra fã. Até porque, convenhamos, qual a finalidade prática de um autógrafo? Concluí que deve ser encher o saco do coitado, no caso, coitada: a Juma Marruá, que comeu igual pato e foi embora rapidinho.
Papo vai, papo vem, estávamos lá, bebericando nossas caipis/chopes e eis que adentra o recinto um casal, digamos, exótico. Um cinqüentão (quase sessentinha) de shorts de jogar tênis, camisa pólo listrada e cara de quem tinha muitos euros na conta bancária que, temos certeza, sequer se abalou com a crise financeira mundial. Naquele bolso, sim, tínhamos certeza, a crise estava sendo só uma marolinha!! Já não podíamos dizer o mesmo da acompanhante do sessentinha: a moça não parecia que ia ficar só na marolinha. Devia ter no máximo uns vinte anos e era bem bonita a rapariga. Mas via-se de longe que não havia freqüentado a Socila: que maquiagem é esta, minha filha?!! Alguém se esqueceu de contar pra moça que a gente estava na praia. E aí a coitadinha gastou um quilo de base e pó facial pra ficar com uma cara de porcelana que não tem nada a ver com mar, areia, sol, sal e suor.
Logo de cara o sujeito fez uma grosseria sem tamanho: passou a mão no celular e disparou a ligar. Infelizmente havia um blindex impedindo que meus ouvidos de cachorro interceptassem o diálogo. Devia ser trabalho, pela cara de tédio da mocinha. Chegaram nossas casquinhas de siri e pusemo-nos a divagar sobre quão frustrante é pedir uma casquinha de siri em Minas quando, D REPENTE – momento merchandising – surge o garçon, visivelmente contrariado, e deixa sobre a mesa do casal exótico UMA PORÇÃO DE BATATINHAS FRITAS!!! Epa, epa, epa! Tem gente que não sabe pedir, viu? Com tanto camarão e peixe aqui, vai comer batata frita lá na zona, disse alguém.
Estava explicado o óbvio! O serviço que já tínhamos certeza que a rapariga prestaria não incluía bate papo. E lá ficou o sessentinha grudado no celular enquanto a mocinha devorava batatas fritas como quem come camarão empanado e olhava em volta com cara de tédio. E nós fazíamos uma ginástica mental imaginativa para adivinhar o que significaria aquele cenário (se bem que tava mais pra massagem relaxante mental do que pra ginástica).
“Acho o cúmulo da indelicadeza duas pessoas sentadas numa mesa e uma delas grudar assim no celular!!” “Mas ali não há vínculo de afinidade, só prestação de serviços.” “Certamente bate papo não está incluído no pacote.” “Ah, mas mesmo assim, puta ou não, ela está sendo vítima de uma senhora falta de educação deste cara.” “Gente, mas como que vocês sabem que ela é garota de programa?” “É garota de programa sim! Olha lá pra você ver!”
Todos olharam e viram quando chegou o filé com fritas da menina. Como é que pode alguém comer DUAS PORÇÕES DE BATATA FRITA tendo tanto camarão disponível, meu Deus? “E se ela for alérgica?” “Pobre é foda, tem alergia de camarão; mas chuchu, angu e vagem com ovo desce que é uma beleza!!” “Que alergia que nada, rapaz! Isto é desculpa porca de quem não tem bolso pra comer camarão!”
Continuamos neste papo altamente instrutivo (a orelha da menina devia estar pegando fogo) quando, D REPENTE – mais um momento merchandising – a marafona de porta aberta (sim, já havíamos decidido a profissão da pobre coitada) chama o garçon, pede a conta, PAGA e diz pro sessentinha: olha, fulano, até sem vergonhice tem limite!! Cansei de pagar suas contas e não merecer sequer educação da sua parte! Você fica aí, pendurado nesse telefone, eu aqui, comendo batata frita pra ver se pelo menos uma aberração destas chama a sua atenção e você não desprega a orelha dessa porcaria!! Cansei!! Qualquer hora vai ter gente achando que a puta aqui sou eu!!!
Laeticia incluiu na lista de promessas de ano novo parar – pelo menos tentar – parar com suas adivinhações de meia tigela.
quinta-feira, 8 de janeiro de 2009
O que não pode faltar no natal na família Oliveira
Muitas mulheres. Muitas mesmo. E todas falando ao mesmo tempo, sem exceções. É o resultado obtido quando se coloca juntas, um uma mesma cozinha 4 gerações de mulheres com o dom da comunicação. E sim, todas ficam na cozinha. Se espremendo enquanto provam a comida que ainda está sendo feita. Contando histórias do tempo do onça. Bebendo e rindo muito.
Homens na sala assistindo TV. O volume fica no máximo, claro, e mesmo assim eles não conseguem ouvir n-a-d-a. O som das mulheres na cozinha se sobrepõe muitas e muitas vezes mais. Ocasionalmente um deles se arrisca a ir até o santuário da gastronomia. Apenas para se arrepender imediata e amargamente.
Creme de milho. Farofa doce com muita, muita pimenta. Farofa salgada com muita, muita pimenta. Porco assado. Frango assado. Salada de folhas praticamente intocada. Salada de maionese.
Sobre essa última é necessário abrir um parênteses, porque eu tenho certeza de que a família inteira sentiu profundamente a falta de um tio que não está mais entre nós durante o preparo da salada de maionese. Foi o primeiro natal da minha vida onde não separamos uma porção sem maionese para ele. Não fisicamente, de qualquer forma, já que nosso pensamento certamente guardou uma porção.
Ainda tem mais, é claro. Amigo secreto, troca de presentes, almoço no dia seguinte, já que a ceia é feita para alimentar umas 5 famílias do tamanho da nossa, e a sensação do dever cumprido. Afinal, só é Natal uma vez por ano, não é?
Milena escreve aqui às quintas. Todos os anos passa o natal na casa da avó, como num dejàvu, que se torna cada vez mais prazeroso.