sexta-feira, 2 de novembro de 2007

Senti sua falta

Eu senti sua falta não por estar mais sozinha do que nunca, mas por saber que você estava sozinho também. Não por não te falar como andavam meus dias, mas por não saber como iam os seus. Meus passos solitários por esta cidade que não me pertence não fizeram companhia aos seus passos solitários na cidade que não te pertence, mesmo que você pertença a ela há dois anos.

O frio dos meus dias ficou ainda mais frio sabendo que o calor dos seus dias te derretia. Esta cidade pequena é tão grande quanto a pequena capital onde você mora: todo lugar é grande quando se sente sozinho. Meu silêncio nunca teve a intenção de te punir pelo que você fez (ou não fez), era apenas a expressão da minha alma que anda assim, vazia de assunto. Não é questão de estar triste ou não, é questão de estar só, e minha saudade não foi por você não me fazer companhia, e sim por não me deixar fazer pra você. A distância que nos separou nos últimos dias foi maior que um oceano, até porque nossa proximidade normalmente é tão grande que um oceano não é tanta distância assim.

Senti novamente o gosto daquelas férias no bolo que comi, na coca cola que tomei, no seriado que assisti. Senti falta de você me xingando, rindo comigo e me zuando, mas o que mais me deixou triste foi seu silêncio, porque eu sei que seu silêncio raramente tem uma razão emocionalmente saudável. Senti falta das suas notícias porque queria como sempre te mandar tomar juízo e te ameaçar com várias encarnações de sofrimento, na tentativa de fazer você querer um coração mais leve.

Minha vida andou incompleta sem você. Mas quando a sombra começou a deixar meu coração, você já estava de volta, numa sincronia quase perfeita. E assim eu lembrei que na verdade nunca estive sozinha. Por mais que os “hallo” no msn tivessem sumido e meu telefone não tocasse mais, eu sei que você sempre esteve ali. Da mesma forma que apesar das paranóias, você sabia que eu também sempre estive do seu lado. Nós sabemos que cada um precisou de enfrentar um momento de solidão. E também sabemos que este momento já acabou, e nós sempre voltaremos para a vida do outro, porque embora muita gente ache que seu papel na minha vida é de Escudeiro, eu sei que o papel que você cumpre melhor é o de Fiel.

Bem vindo de volta ao lugar de onde você nunca saiu.


Sisa andou pensativa por uns dias. Se sentiu sozinha mas não estava. Nos últimos dias os “hallo” no seu msn voltaram a aparecer, e seu telefone tocou novamente, deixando-a feliz como a menina do livro “A menina e o pássaro encantado” de Rubem Alves.



7 comentários:

Paula disse...

Amei seu texto!
Amigos são assim mesmo, os verdadeiros, por mais que pareçam distante, saberão de verdade a hora de entrar em cena, ora como escudeiros ora como fiéis.
Amei, amei, amei!
Beijos.

Anônimo disse...

Temos que marcar logo a Bohrmia com o prato de comida de boteco no mercado central.
Te amo, Escudeira!

Angel disse...

Que bom que ele voltou!
Que a presença dele torne seus dias mais coloridos!

Amei do texto, muito intenso!

Bjos!

Professora Vanessa disse...

Lindo texto, Sisa! Fico feliz que tudo tenha se resolvido. � complicado porque ...
"H� dias que a gente se sente..."
Beijos!
Vanessa.

Anônimo disse...

Oi Sisa!

Fiquei súper feliz em saber que vc está bem!!! Que bom que vc pode contar com seus escudeiros!!! ( e comigo tb claro!). Espero que seja sempre assim, sinto sua falta, sempre to me lembrando de vc!!! Chega de melação...rs
Beijo!

Unknown disse...

Parabéns ... este texto é muito lindo me indentifiquei muito, mas não consigo ver um final feliz para minha historia, conheci um rapaz que ainda ama outra pessoa, fiquei mais de 1 mes conversando com ele e quando finalmente resolvi beija-lo, sinto ele meio frio desculpe-me o desabafo..

Ana disse...

Amei o txto. Me identifiquei totalmente ;)

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