segunda-feira, 20 de agosto de 2007

As duas faces da mesma moeda

Mary era uma moça carinhosa, e no mínimo romântica, era daquelas moças que acreditam em quase tudo o que dizem, incluindo elefante azul voando. Mary não perdia a esperança nunca, mesmo quando a situação se mostrava cada vez mais caótica. Pequenas coisas a faziam chorar, final infeliz de filme era, no mínimo, um ultraje, afinal íamos ao cinema para esquecer das mazelas da vida e não para sermos lembrados delas. Mary gostava de saber e também de perguntar, sabia que o mundo era um ovo e mesmo assim queria viajá-lo por inteiro; sabia que o homem da sua vida não estava na esquina, mas talvez estaria naquele olhar de lado, onde não se enxerga direito. Mary era assim, intensa, não tinha medo de ser feliz e muito menos infeliz; mergulhava com força, mesmo que doesse, pois ainda assim via beleza na dor, e afinal estava viva; para ela estar viva já era o bem supremo, o resto, assim como a vida, passaria, e, portanto, não deveria ser desperdiçado com trivialidades.

Mary era amiga de Anastácia. Apesar de suas drásticas diferenças se davam bem. No entanto, Anastácia era pessimista e Mary não; uma não tinha mais fé nas pessoas e a outra nunca a perdia. Mary gostava de MPB e Anastácia de música clássica, Mary tocava, ou pelo menos achava que sim, pandeiro e violão, Anastácia, por sua vez, tocou um ‘bife’ quando era criança no piano. No entanto as duas eram amigas, e por vezes eram quase inimigas, mas sabiam que uma completava a outra, e que sem esta companhia seria impossível viver.

Mary e Anastácia eram assim, duas faces de uma mesma moeda; suas opiniões, suas paixões, eram por vezes parecidas, mas as interpretações completamente diferentes, mas na verdade, isso não importava muito; por que elas eram, afinal, amigas, e gostavam de trocar as diferenças, por que enfim eram assim que cresciam e se tornavam às mulheres que eram; corajosas e excessivas, por vezes tristes e melancólicas, mas invariavelmente fortes e esperançosas, nessa vida elas sabiam que nada as deteriam.


Silvia é um misto de pessoas, por que as ama, invariavelmente da dor que possam ter causado, afinal a vida só vale a pena com elas.

5 comentários:

Paula disse...

Oi Silvia!
Segunda-feira virou sagrado para mim; assim que ligo o micro quero ler sobre Anastácia! Mas você conseguiu me deixar mega fã, porque a Mary é para a Anastácia aquilo que todos nós precisamos ter para crescer: confronto, diferença, intensidade e um amor e ódio necessários. Eu não sou muito assim, mas sei que preciso olhar mais o meu outro lado da moeda...
Adorei de novo!
Beijos.

PS: desculpe-me pela gafe da semana passada...

Anônimo disse...

A saga de Anastácia e Mary me faz lembrar um tanto da nossa própria sina.
A dualidade é uma experiência fantástica, não é?
Muito bom!

Advokete disse...

Acho que eu me identifico mais com a Mary que com a Anastácia. Ou será mais com a Anastácia do que com a MAry? Acho que vai depender mesmo do dia!

Sisa disse...

A parte do cinema "pra divertir e nao pra passar nrevoso", como eu digo, e minha cara. Romantica que acredita em tudo... e minha cara. Isso de saber que o homem da minha vida nao esta na esquina, tambem e minha cara, embora todos os dias eu durma com a confortante espreanca que ele vai fazer igual carteiro - e aparecer na minha porta. Beijos!

Professora Vanessa disse...

Oi, Sílvia!
Achei o seu texto o feminino em pessoa(s?). Ser mulher é ser uma mistura de Mary e Anastácia, não é meninas?! Sou geminiana e acho isso duas vezes!
Um abraço,Vanessa.

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