Venho mantendo uma certa fama de pão-dura que adquiri há algum tempo.É difícil conservar certos hábitos numa sociedade de consumo, e, confesso, é muito bom ter essa fama.
Parece loucura? Pode ser. Mas as pessoas pensam duas vezes antes de me pedir dinheiro emprestado. Só isso já é vantagem! Outra vantagem é que, quando compro alguma coisa, a propaganda de meus amigos e colegas é a seguinte: “até a Tânia comprou”. Sinal de que é bom e barato. Afinal, só compro algo mais caro quando percebo que o mais barato vai estragar logo e que terei que comprar o mesmo tipo de produto novamente, em pouco tempo, para repor o estragado. É quando o barato sai caro!
Mas há problemas em ser avarenta. O primeiro deles é que não gosto de gastar nem vocabulário. Por isso demorei tanto para começar a escrever! Quando lecionava História, escrevia muito no quadro. Parece que estava gastando? Não, estava tentando aproveitar o máximo do tempo com os alunos. Aí também falava demais. Isso não era gastar, pois ali eu estava me sentindo útil, conversando bastante, ajudando pessoas e aprendendo com elas. Estava economizando dinheiro da terapia!
Até para realizar um sonho antigo, de ter um animalzinho de estimação, economizei. Adotei uma cadelinha vira-lata em um site que recolhe cães nas ruas, os trata e coloca para adoção. Aproveitando a economia com a propaganda, o site é
Outro dia me encheram a paciência porque não tenho microondas, nem máquina de lavar. Não tenho necessidade disso. Estou feliz com meu tanquinho, que bate muito bem as roupas, e também com o fogão, que tem um forno ótimo e serve muito bem para mim! Gosto de pouca coisa em casa. O apartamento já é pequeno; se encher demais, parece menor! Com menos coisas, ele parece mais espaçoso do que é! Também não tenho empregada, nem faxineira. As tarefas de casa são divididas, e são só três aqui: a cachorra, meu marido e eu.
Tudo bem que passo dos limites de vez em quando, como quando limpo a vasilha de margarina com o pão para não desperdiçar; ou quando aperto a bisnaga do creme dental até as últimas conseqüências, mas isso é valorizar o suor do trabalho, e evitar desperdícios. Afinal, posso ser louca, mas não jogo dinheiro fora! Até para comprar uma televisão nova, demorou anos! A que tinha ficou mais de uma década com o mesmo defeito: ela só ligava depois de muitos minutos “esquentando”. É que ela funcionou normal as duas vezes em que a levei à assistência técnica. Aí resolvi que só iria trocá-la quando queimasse. Ela não queimava nem deixando ligada durante tempestades de raios. Devia ser para eu não gastar! No ano passado ela começou a apresentar problemas no som, e ficou difícil entender o que era falado nela. Aí resolvi comprar outra. Mas pesquisei muito para comprar uma no menor preço. Agora está tudo bem!
Bom, escrevi demais, e gastei meu único neurônio, além de gastar esse montão de palavras aí de cima! Fico por aqui. Até a próxima!
Tânia é pão-dura, louca, e não toma remédio para não gastar dinheiro! Adora ler, ver filmes e escutar música. Adora animais, menos baratas, mesmo sendo “baratas”!
9 comentários:
Tânia,
Acho que é bom ser pão duro para algumas coisas, ainda mais quando as coisas vêm a custo de muito suor!Eu não tenho muito o seu perfil, mas sou equilibrada por meu marido que é muito pracido com vc!rs
Muito bom o texto!
bjs
Quem é econômica e evita o consumismo ainda por cima está poupando o meio ambiente: no final das contas produz menos lixo e consome menos energia. Isso é filosofia de vida!
Só podia ser a Tânia mesmo!!!
Muito bacana o texto, as atitudes, essa questão do meio ambiente á algo realmente relevante, como a Aline falou, mas eu te digo que eu sou o seu oposto, Tânia. E não vejo vantagem nenhuma nisso!
Beijos!
Oi Tânia!
Achei muito bacana a sua filosofia de vida: ter aquilo que realmente precisa. Eu sou um meio termo entre você (o sucesso financeiro evidente) e um consumista compulsivo (o fracasso financeiro evidente), então, adquiro tudo que preciso com equilíbrio, mas também sou pega com um "Por que comprei isso?".
Só não economize nas palavras, você escreve muito bem!
Bjs.
Realmente você é peça rara, especialmente entre nós, mulheres. Nossa fama de gastadeiras é muito injusta, às vezes. Sempre existem exceções e acredito que, conforme nosso custo de vida vai aumentando e nossa qualidade de vida vai diminuindo, a equação perfeita é mesmo o equilíbrio: só gastar a mais quando for estritamente necessário. Continue dando o exemplo!
Abraço
Eu nao sou exatamente gastadeira, mas nao abro mao de certas coisas. Maquina de lavar por exemplo. Eu gosto de nao gastar tempo enxaguando roupa... Prezo conforto, acho que meu tempo vale mais que dinheiro em certas ocasioes. Mas conhecendo a Tania, so pude rir lendo o texto dela!
Beijos!
Tânia, você me ganhou disparado!!! Olha que entre meus amigos a fama de pão-dura é minha, mas, com certeza, concordo muito com você que tem lá suas vantagens (tirando a aus~encia da máquina de lavar roupa).
Um abraço!
Hahaha!
Bem que eu queria ser assim e ser feliz viu...
mas confesso que agora, morando longe dos grandes centros, qualquer Pão-de-açúcar me deslumbra!!!
Tania,
Concordo com você mas confesso.... O microondas se tornou um marco em minha vida. Vivi 28 anos sem ele e meus pais ainda vivem, só que descobri que ele economiza tempo, vasilhames, água.... Num contexto em que mal posso curtir a minha casa, que meu tempo livre é raridade, isso faz muita diferença... Não anima experimentar?
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