"Quantas mentiras nos contaram; foram tantas, que a gente bem cedo começa acreditar, ainda por cima, se achar culpada por ser burra, incompetente e sem condições de fazer da vida uma sucessão de vitórias e felicidade.
Uma das mentiras: que nós, mulheres, podemos conciliar perfeitamente as funções de mãe, esposa, companheira e amante, e ainda por cima ter uma carreira profissional brilhante. É muito simples: não podemos. Quando você se dedica de corpo e alma a seu filho recém-nascido, que na hora certa de mamar dorme e que à noite, quando devia estar dormindo, chora com fome. Não consegue estar bem sexy quando o marido chega, para cumprir um dos papéis considerados obrigatórios na trajetória de uma mulher moderna: a de amante. Aliás, nem a de companheira; quem vai conseguir trocar uma idéia sobre a poluição da Baía de Guanabara se saiu do trabalho e passou no supermercado rapidinho para comprar uma massa e um molho já pronto para resolver o jantar, e ainda por cima está deprimida porque não teve tempo de fazer uma escova? Mas as revistas femininas estão aí, querendo convencer as mulheres - e os maridos - de que um peixinho com ervas no forno com uma batatinha cozida al dente, acompanhado por uma salada e um vinhozinho branco é facílimo de fazer - sem esquecer as flores e as velas acesas, claro, e com isso o casamento continuar tendo aquele toque de glamour fun-da-men-tal para que dure por muitos e muitos anos. Ah, quanta mentira! Outra grande, diz respeito à mulher que trabalha; não à que faz de conta que trabalha, mas à que trabalha mesmo. No começo, ela até tenta se vestir no capricho, usar sapato de salto e estar sempre maquiada; mas cedo se vão as ilusões. Entre em qualquer local de trabalho pelas 4 da tarde e vai ver um bando de mulheres maltratadas, com o cabelo horrendo, a cara lavada, e sem um pingo do glamour - aquele - das executivas da Madison. Dizem que o trabalho enobrece, o que pode até ser verdade. Mas ele também envelhece, destrói e enruga a pele, e quando se percebe a guerra já está perdida. Não adianta: uma mulher glamourosa e pronta a fazer todos os charmes - aqueles que enlouquecem os homens - precisa, fundamentalmente, de duas coisas: tempo e dinheiro. Tempo para hidratar os cabelos, lembrar de tomar seus 37 radicais livres, tempo para ir à hidroginástica, para ter uma massagista tailandesa um acupunturista que a relaxe; tempo para fazer musculação, alongamento, comprar uma sandália nova para o verão, fazer as unhas, depilação; e dinheiro para tudo isso e ainda para pagar uma excelente empregada - o que também custa dinheiro. É muito interessante a imagem da mulher que depois do expediente vai ao toalete - um toalete cuja luz é insuportavelmente branca e fria, retoca a maquiagem, coloca os brincos, põe a meia preta que está na bolsa desde de manhã e vai, alegremente, para uma happy hour. Aliás, se as empresas trocassem a iluminação de seus elevadores e de seus banheiros por lâmpadas âmbar, os índices de produtividade iriam ao infinito; não há auto-estima feminina que resista quando elas se olham nos espelhos desses recintos. Felizes são as mulheres que têm cinco minutos - só cinco - para decidir a roupa que vão usar no trabalho; na luta contra o relógio o uniforme termina sendo preto ou bege, para que tudo combine sem que um só minuto seja perdido.
Mas tem as outras, com filhos já crescidos: essas, quando chegam em casa, têm que conversar com as crianças, perguntar como foi o dia na escola, procurar entender por que elas estão agressivas, por que o rendimento escolar está baixo. E ainda tem as outras que, com ou sem filhos, ainda têm um namorado que apronta, e sem o qual elas acham que não conseguem viver (segundo um conhecedor da alma humana, só existem três coisas sem as quais não se pode viver: ar, água e pão). Convenhamos que é difícil ser uma mulher de verdade; impossível, eu diria." Autor desconhecido
Acredito que hoje posso dispensar outros comentários...
Ana Isabel, uma mulher descobrindo a vida, continuo aqui toda quinta-feira!
5 comentários:
Sem entrar no mérito de feminismo versus machismo, acho também que se exige demais das mulheres hoje em dia. Talvez nem a Mulher Maravilha desse conta do recado rsrs!
Para mim, Bel, a melhor saída é não ligar para todas as exigências do mercado e somente para aquelas que realmente importam para mim. Desta forma me sinto bem! (tudo bem, fico irritada com as super tudo, sempre lindas, com muito dinheiro para usufruir tudo que há a nosso favor por aí ... mas só às vezes...)
Beijos!
Pois e... Durante um tempo eu me enganei que dava pra ser tudo, mesmo sem ter a parte de esposa + mae... Agora tento simplesmente fazer o maximo, sem esquecer do meu tempinho sagrado pra espichar o cabelo!!!
Fora a parte mãe, que não faz parte dos meus planos, eu sempre achei que dar conta de tudo o mais era mais que possível, era obrigação. Eu achava que não conseguir ser isso tudo faria de mim uma fraude, uma incompetente. Ultimamente isto está passando, embora ainda tenha muitas recaídas. Tenho esperança de conseguir passar por cima disso. Poruqe cheguei à conclusão que ser mulher maravilha não está com nada. Quero mesmo é ser sempre mulher gato!
Ahahahah... E dos homens o que é que se exige? Parte da grana no final do mês e bom desempenho na cama, de preferência com você... rs. E até pra esse bom desempenho existe uma pilulazinha azul que nem é tão cara... Sem dúvida, exige-se muito mais das mulheres e isso nem é de hoje!
Abraços!
Simone Maia
Ana,
Ia comentar aqui, mas o comentário foi ficando grande, grande, grande... virou um post. Se quiser, acesse lá pra ler.
http://zdezebra.blogspot.com/2007/09/uma-mulher-de-verdade.html
Abraço.
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