Tenho o hábito – quer dizer, acho que tinha... faz tempo que não me lembro de fazer isso - de escrever e não mandar coisas que seriam importantes para esclarecer, consertar ou botar um ponto final em relacionamentos, digamos assim, totalmente conturbados e talvez um pouco perturbados, principalmente perto do fim.
Outro dia eu estava pensando sobre isso... postar aqui neste humilde blog aquelas cartas lindas (lindas sim, porque nessas horas a gente consegue escrever coisas tão fortes, cheias de verdade e coragem, emoção) talvez com algumas modificações, talvez criando uma historinha em cima da questão, mas enfim, dividir tudo aquilo com vocês. Infelizmente não achei tais cartas, nem nos meus arquivos eletrônicos, nem nos pedaços de papel na minha gaveta, nem nos meus antigos cadernos. Acho que pra não ficar me torturando por não ter mandado quando achava que devia, joguei tudo fora...
Durante muito tempo me torturou o "por que não mandei?".
Mas se vivi muitas das coisas que vivi, foi exatamente porque nem sempre mandei essas cartas (tá, algumas deveriam ter sido mandadas, mas com certeza estas que não foram mandadas e deveriam ter sido, em algum momento suas verdades foram ditas).
Eu me recusava a admitir que as coisas não são tão radicais, que a segunda chance para os relacionamentos existe.
Hoje admito e enxergo claramente que às vezes os problemas eram tão pequenos e essas cartas e-mails e bilhetinhos sempre tão cheios de verdade, de tristezas e de mágoas, algumas até desnecessárias pra’queles momentos, que fica muito forte o caráter de ponto final sem direito a talvez. E o momento entre o escrever e o ler é suficiente para que você pense que pode estar jogando tudo fora... "Será que quero isso mesmo? É nunca mais ou é só tentar consertar? É... se tem conserto, essas palavras estão meio fortes, vão terminar tudo de uma vez, sem uma tentativa, e isso eu não quero..."
Não sei se estou certa, mas me sinto muito melhor e muito mais preparada para lidar com problemas do relacionamento com essa postura do que com aquele radicalismo de qualquer probleminha um pouco maior ser o fim.
Penso que tudo que é saudável tem o meio termo, e não posso, eu mesma, me machucar nem por ser permissiva demais, e perdoar o imperdoável (ainda acredito que existam mancadas sem perdão) e nem por ser radical e podando por pouco (não perdoando o perdoável).
Glícia tem vivido momentos de reflexão e jura que consegue aplicar toda essa sabedoria apesar de toda a sua impulsividade (hahaha).
Outro dia eu estava pensando sobre isso... postar aqui neste humilde blog aquelas cartas lindas (lindas sim, porque nessas horas a gente consegue escrever coisas tão fortes, cheias de verdade e coragem, emoção) talvez com algumas modificações, talvez criando uma historinha em cima da questão, mas enfim, dividir tudo aquilo com vocês. Infelizmente não achei tais cartas, nem nos meus arquivos eletrônicos, nem nos pedaços de papel na minha gaveta, nem nos meus antigos cadernos. Acho que pra não ficar me torturando por não ter mandado quando achava que devia, joguei tudo fora...
Durante muito tempo me torturou o "por que não mandei?".
Mas se vivi muitas das coisas que vivi, foi exatamente porque nem sempre mandei essas cartas (tá, algumas deveriam ter sido mandadas, mas com certeza estas que não foram mandadas e deveriam ter sido, em algum momento suas verdades foram ditas).
Eu me recusava a admitir que as coisas não são tão radicais, que a segunda chance para os relacionamentos existe.
Hoje admito e enxergo claramente que às vezes os problemas eram tão pequenos e essas cartas e-mails e bilhetinhos sempre tão cheios de verdade, de tristezas e de mágoas, algumas até desnecessárias pra’queles momentos, que fica muito forte o caráter de ponto final sem direito a talvez. E o momento entre o escrever e o ler é suficiente para que você pense que pode estar jogando tudo fora... "Será que quero isso mesmo? É nunca mais ou é só tentar consertar? É... se tem conserto, essas palavras estão meio fortes, vão terminar tudo de uma vez, sem uma tentativa, e isso eu não quero..."
Não sei se estou certa, mas me sinto muito melhor e muito mais preparada para lidar com problemas do relacionamento com essa postura do que com aquele radicalismo de qualquer probleminha um pouco maior ser o fim.
Penso que tudo que é saudável tem o meio termo, e não posso, eu mesma, me machucar nem por ser permissiva demais, e perdoar o imperdoável (ainda acredito que existam mancadas sem perdão) e nem por ser radical e podando por pouco (não perdoando o perdoável).
Glícia tem vivido momentos de reflexão e jura que consegue aplicar toda essa sabedoria apesar de toda a sua impulsividade (hahaha).
7 comentários:
É assim mesmo, Glícia, com o tempo a gente perde um pouco de todo aquele radicalismo, muitas vezes desnecessário. Entre outras coisas, amadurecer também é aprender a não "matar formiga com canhão" rs.
Bjs.
Oi, Glícia!
Eu tb tenho esta mania...
Muito cedo descobri que me expresso muito melhor com palavras escritas do que faladas.
Só que eu mando as cartas, mando mesmo e nem sempre uam carta radical significou um ponto final. Nestas horas "o que tiver que ser será" fala mais alto!
Só tem uma coisa que eu faço questão de manter: sempre escrevo um rascunho da carta primeiro. Pra poder dar uma amenizada quando fizer a versão final e pra guardar pre eu ler no futuro.
É muito bom saber que outras pessoas tem este tipo de relação doida com as palavras, hehehe!
Muito legal o texto, um beijão!
Adorei o texto. Acho que isso tudo é amadurecimento mesmo. Certa vez, até comentei com um ex-namorado que disse que "adorava minhas chatices" que essa Marina chata não existia mais, que a idade me fez outra pessoa, bem mais tranquila, bem mais tolerante, que consegue parar para analisar tudo bem melhor e ponderar, inclusive sobre meus próprios erros. Não sei como ele me aguentava...hehehehe.
Abraços.
Eu tenho poucas coisas que gostaria de dizer (e disse) escritas. A palavra falada marca, mas acaba que vc esquece ou releva. Mas a palavra escrita a gente guarda, lê e relê talvez nunca esqueça. A parte boa é que nem tudo que a gente escreve é "verdade dita na cara" e isso é bom de lembrar, ler e reler e não esquecer. Pr amim isso nem sempre faz bem. Acho que sou visceral demais :-)
Glícia, eu também já tive meus momentos de "escrivinhação terapêutica" e, no final, foram só isso mesmo: uma terapia pra eu aceitar melhor os fatos. O importante mesmo é não deixar de dizer o que se pensa ou sente, de preferência no momento em que as coisas nos ferem, para que a situação não tome ares de tragédia. Lógico que alguns momentos são tensos e tendemos a nos exceder um pouco (ou muito, dependendo do caso), mas, como você mesma disse, o ponto de equilíbrio é fundamental para resolver qualquer coisa. Pensar antes de falar, só falar se realmente necessário e, principalmente, controlar os nervos (mesmo durante a TPM, rs) para não cometer nenhuma bobagem da qual possamos nos arrepender depois... Tá, ok, tudo bem... Eu bem sei que falar é mais fácil do que pôr em prática, mas... É nosso dever (e eterna sina) TENTAR.
Beijoca para todas as brilhantes blogueiras do De repente...
Nossa!
Eu tenho uma série de "emails que não enviarei à"...
alguns até enviei, outros estão guardados pra sempre...
mas todos cumpriram a sua função, que é organizar as coisas na minha cabeça!
Já escrevi e não mandei, já escrevi e mandei... Não sei o efeito pro outro lado. Pro meu foi leveza no coração...
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