Querida, no discurso de uma mulher para outra, pode querer dizer muita coisa, menos que uma é querida da outra! Assim, se for uma pessoa querendo um favor, o “oi, querida”, vira “oi, preciso que resolva algo para mim”. Se forem velhas conhecidas, que nunca foram amigas, “oi, querida”, significa “oi, nossa, como você envelheceu”, ou “oi, nossa, como você engordou”, e por aí vai com o querida sempre no sentido depreciativo.
Pode ainda ser pior; quando o “oi, querida” é falado pela mulher que perdeu o namorado para a outra. Aí é quase uma declaração de guerra: “oi, sua vaca, cretina, vagabunda...”, e segue a enorme lista de insultos cada vez mais horrorosos!
Já quando o querida é dito por um homem, quase sempre é sincero. E aí pode também ser simplesmente uma saudação carinhosa. Também pode haver interesse, mas aí é um interesse explícito, como um “oi, querida” querendo dizer “Vamos sair mais tarde?”. Pelo menos não destila veneno. E é até lisonjeiro. Enfim, o querida dito pelo homem não sofre divisão silábico, nem é distorcido. Pode querer dizer de amizade a desejo, mas é sempre QUERIDA mesmo!
Que saudades de quando era possível confiar plenamente no querida dito por uma mulher, uma colega, uma simples conhecida... Agora, temos que usar o complexo dicionário Mulher-Português, para sabermos o que devemos dizer, como devemos dizer, e como devemos interpretar nossas próprias conversas.
O Ministério da Saúde Mental adverte: Tania é louca, e não é vacinada! Leia seus textos com moderação!