domingo, 14 de outubro de 2007

Quando o Amor Vacila

Eu sei que atrás deste
Universo de aparências
Das diferenças todas
A esperança é preservada
Nas xícaras sujas de ontem
O café de cada manhã é servido
Mas existe uma palavra
Que eu não suporto ouvir
E dela não me conformo
Eu acredito em tudo,
Mas eu quero você agora
Eu te amo pelas tuas faltas,
Pelo teu corpo marcado, pelas tuas cicatrizes
Pelas tuas loucuras todas, minha vida
Eu amo as tuas mãos
Mesmo que por causa delas
Eu não saiba o que fazer das minhas
Amo teu jogo triste
As tuas roupas sujas é aqui
Em casa que eu lavo
Eu amo a tua alegria
Mesmo e fora de si
Eu te amo pela tua essência
Até pelo que você podia ter sido
Se a maré das circunstâncias
Não tivesse te banhado nas águas do equívoco
Eu te amo nas horas infernais
E na vida sem tempo quando sozinha
Eu bordo mais uma toalha de fim de semana
Eu te amo pelas crianças e futuras rugas
Eu te amo pelas tuas ilusões perdidas
E pelos teus sonhos inúteis
Amo teu sistema de vida e morte
Eu te amo pelo que se repete
E que nunca é igual
Eu te amo pelas tuas entradas,
Saídas e bandeiras
Eu te amo desde os teus pés
Até o que te escapa
Eu te amo de alma para alma
E mais que as palavras
Ainda que seja através delas
Que eu me defenda quando digo que te amo
Mais que o silêncio dos momentos
Difíceis quando o próprio amor vacila


Autor Desconhecido
Extraído do Programa de Espetáculo do Drama - Luz da Noite - 1973
E do Disco Maricotinha ao Vivo - 2002
(Discos de Maria Bethânia)

2 comentários:

Paula disse...

Acho que alguém por aí anda fazendo a leitura de mim... Tenho sentido tanto isso nos últimos tempos e não sabia como exprimir. Agora não preciso mais!
Em tempo, preencheu com maestria o vazio que havia aqui e também em meu coração.

Angel disse...

Quando imaginamos que já vimos tudo que se pode escrever sobre amor, aparece algo que ainda acrescenta mais e mais magia ao sentimento. Lindo texto.

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