Talvez, caros leitores e leitoras, vocês não se recordem mais exatamente a respeito do que seja gentileza. É uma palavra quase do português arcaico e só não o é devido ao fato de alguns saudosistas, assim como eu, persistirem em utilizá-la.
Trata-se de um substantivo feminino que segundo o Aurélio significa 1. Qualidade ou caráter de gentil. 2. Amabilidade, delicadeza. (2004).
Gentil, palavra derivada de gentileza, seria relativo ao indivíduo nobre, generoso, delicado, gracioso, amável, cortês. Quem é gentil é porque usa de gentilezas! É um adjetivo, logo é uma característica, uma qualidade - rara, muito rara, por sinal.
Podia, a tal da gentileza, ser observada em cenas do cotidiano, como aquela em que se ajudava a velhinha ou alguém que portasse uma necessidade especial a atravessar a rua. Podia também ser observada no casal que passava de mãos dadas, o rapaz sempre atencioso a admirar a sua amada e não Sheilas e Carlas que passassem rebolantes. Ceder um lugar na fila ou um assento no ônibus eram atitudes comuns de extrema generosidade. Mas isso foi há muito tempo atrás...
O que se vê hoje em dia? As pessoas circulam, cada qual com seus botões, não se olham, não se tocam. Cada ser, um mundo em particular. As parafernálias eletrônicas (nem sei se podem mais ser assim chamadas, já que tornaram-se mimos tão delicados e quase imperceptíveis!), como celulares, Mps e Ipods, ajudam as pessoas a não se sentirem tão sozinhas e trazem também um pouco de cor e brilho às almas mais infelizes. É tão custoso assim dar um bom dia para o colega que também segue para o trabalho? É tão difícil e árduo assim dar um sorriso?
Homem gentil é algo mais raro ainda, - mesmo porque chama-se cavalheiro, adjetivo que provém de cavalheirismo, palavra tão velha quanto o rascunho da bíblia, segundo alguns. Mas não posso reclamar: tenho em casa um desses espécimes quase extintos. Sim, meu marido é cavalheiro. Sempre foi e apesar do nosso sufoco cotidiano (casa+bebê+contas+trabalho+estudo+queixas+compromissos...) pergunta como foi meu dia, se preciso de alguma coisa, abre a porta do carro, diz bom dia, boa tarde, boa noite, me liga, entende que trabalho tanto quanto ele e está sempre presente com relação à nossa filha, senta-se na mesa para as refeições e tantas outras coisas que fazem com que eu o admire cada vez mais!
Observo ainda que muitas vezes as pessoas param uma conversa, um bate papo gostoso mesmo, para atenderem uma ligação ou lerem uma mensagem. É claro que há situações em que isso é imprescindível e até agradecemos à tecnologia por isso. Mas será que ler uma mensagem de horóscopo é urgente?! Deixar para retornar uma ligação mais tarde pode ser um ato de extremo cuidado e gentileza com aquele amigo que está ao vivo e a cores em sua frente, esperando para te dar um abraço e não um oi virtual.
Em sala de aula, não posso deixar de falar, tem me dado aflição a insistência de certos alunos com relação ao uso de celulares e companhia. Não é nem mais uma questão de gentileza, é uma questão de boa educação. Alguns parecem andróides, zumbis. Estão de corpo presente, mas a mente está longe, desligada do mundo, ligada em outras coisas. Tenho pensado em dar umas cambalhotas em sala de aula, quem sabe ?!
Por outro lado, algo que eu observo com uma gravidade tão grande quanto a falta de gentileza é o fato das pessoas não saberem receber atitudes de gentileza de alguns poucos. Olham com desconfiança, acham que em algum momento o outro vai querer tirar uma vantagenzinha, um proveito, afinal, “ Por que está me dando o lugar para sentar?! Ah, já sei, tá querendo aparecer para os outros passageiros, não é?!”
É necessário baixar a guarda e aceitar de bom grado a oferta do outro. Apesar de raras, há pessoas gentis e delicadas que ainda não foram contaminadas pelo stress e o corre-corre do dia a dia. Essas atitudes têm que ser valorizadas, pois como diz minha mãe, no auge de seus sessenta anos de experiência, prática docente e sabedoria: “a palavra convence, mas o exemplo arrasta”.
Vanessa considera-se uma pessoa gentil, mas sabe que pode ser mais. Um gesto afetuoso, atitudes de carinho, tornam menos árduas as tarefas rotineiras e mais colorido o dia a dia!
Ah, aproveita para agradecer à equipe do programa FEMININA da TV ALTEROSA, especialmente à repórter ALINE, pela simpatia e carinho durante a entrevista realizada com as DREPENTE 30: LAETICIA, SÍLVIA, ANGÉLICA, TÂNIA e “YO”! Valeu mesmo! Um abraço!
Trata-se de um substantivo feminino que segundo o Aurélio significa 1. Qualidade ou caráter de gentil. 2. Amabilidade, delicadeza. (2004).
Gentil, palavra derivada de gentileza, seria relativo ao indivíduo nobre, generoso, delicado, gracioso, amável, cortês. Quem é gentil é porque usa de gentilezas! É um adjetivo, logo é uma característica, uma qualidade - rara, muito rara, por sinal.
Podia, a tal da gentileza, ser observada em cenas do cotidiano, como aquela em que se ajudava a velhinha ou alguém que portasse uma necessidade especial a atravessar a rua. Podia também ser observada no casal que passava de mãos dadas, o rapaz sempre atencioso a admirar a sua amada e não Sheilas e Carlas que passassem rebolantes. Ceder um lugar na fila ou um assento no ônibus eram atitudes comuns de extrema generosidade. Mas isso foi há muito tempo atrás...
O que se vê hoje em dia? As pessoas circulam, cada qual com seus botões, não se olham, não se tocam. Cada ser, um mundo em particular. As parafernálias eletrônicas (nem sei se podem mais ser assim chamadas, já que tornaram-se mimos tão delicados e quase imperceptíveis!), como celulares, Mps e Ipods, ajudam as pessoas a não se sentirem tão sozinhas e trazem também um pouco de cor e brilho às almas mais infelizes. É tão custoso assim dar um bom dia para o colega que também segue para o trabalho? É tão difícil e árduo assim dar um sorriso?
Homem gentil é algo mais raro ainda, - mesmo porque chama-se cavalheiro, adjetivo que provém de cavalheirismo, palavra tão velha quanto o rascunho da bíblia, segundo alguns. Mas não posso reclamar: tenho em casa um desses espécimes quase extintos. Sim, meu marido é cavalheiro. Sempre foi e apesar do nosso sufoco cotidiano (casa+bebê+contas+trabalho+estudo+queixas+compromissos...) pergunta como foi meu dia, se preciso de alguma coisa, abre a porta do carro, diz bom dia, boa tarde, boa noite, me liga, entende que trabalho tanto quanto ele e está sempre presente com relação à nossa filha, senta-se na mesa para as refeições e tantas outras coisas que fazem com que eu o admire cada vez mais!
Observo ainda que muitas vezes as pessoas param uma conversa, um bate papo gostoso mesmo, para atenderem uma ligação ou lerem uma mensagem. É claro que há situações em que isso é imprescindível e até agradecemos à tecnologia por isso. Mas será que ler uma mensagem de horóscopo é urgente?! Deixar para retornar uma ligação mais tarde pode ser um ato de extremo cuidado e gentileza com aquele amigo que está ao vivo e a cores em sua frente, esperando para te dar um abraço e não um oi virtual.
Em sala de aula, não posso deixar de falar, tem me dado aflição a insistência de certos alunos com relação ao uso de celulares e companhia. Não é nem mais uma questão de gentileza, é uma questão de boa educação. Alguns parecem andróides, zumbis. Estão de corpo presente, mas a mente está longe, desligada do mundo, ligada em outras coisas. Tenho pensado em dar umas cambalhotas em sala de aula, quem sabe ?!
Por outro lado, algo que eu observo com uma gravidade tão grande quanto a falta de gentileza é o fato das pessoas não saberem receber atitudes de gentileza de alguns poucos. Olham com desconfiança, acham que em algum momento o outro vai querer tirar uma vantagenzinha, um proveito, afinal, “ Por que está me dando o lugar para sentar?! Ah, já sei, tá querendo aparecer para os outros passageiros, não é?!”
É necessário baixar a guarda e aceitar de bom grado a oferta do outro. Apesar de raras, há pessoas gentis e delicadas que ainda não foram contaminadas pelo stress e o corre-corre do dia a dia. Essas atitudes têm que ser valorizadas, pois como diz minha mãe, no auge de seus sessenta anos de experiência, prática docente e sabedoria: “a palavra convence, mas o exemplo arrasta”.
Vanessa considera-se uma pessoa gentil, mas sabe que pode ser mais. Um gesto afetuoso, atitudes de carinho, tornam menos árduas as tarefas rotineiras e mais colorido o dia a dia!
Ah, aproveita para agradecer à equipe do programa FEMININA da TV ALTEROSA, especialmente à repórter ALINE, pela simpatia e carinho durante a entrevista realizada com as DREPENTE 30: LAETICIA, SÍLVIA, ANGÉLICA, TÂNIA e “YO”! Valeu mesmo! Um abraço!
5 comentários:
Amei o texto, Vanessa!
Você tem toda razão no que diz e no que reclama. Sempre prefiro pensar que a unanimidade é burra ou equivocada. Se a maioria é estúpida, egoísta ou indiferente fica claro que está equivocada. A minoria, como diz sua mãe, deve servir de exemplo, ainda que pareça inútil, ainda que pareça que ninguém o irá usar.
Há de se ter convicção no que faz, no próprio modo de agir e em seus princípios. Se somos pessoas gentis, o somos naturalmente e não para impressionar ninguém, como você disse. Portanto, ainda podendo usar sua profissão como exemplo, o que importa é não se deixar contaminar, é dar o exemplo naturalmente. Uma minoria há de entender o recado e/ou se identificar com ele.
Beijocas e bom final de semana a todas vocês!!!!!!
Vanessa,
É tão bom ler seus textos. E agora posso lembrar-me direitinho de vc cada vez que os leio.
Eu acredito que Gentileza gera Gentileza, mesmo que demore. Devemos praticar incansavelmente.
Outro dia, no ponto do ônibus, uma moça passou com a blusa de frio pendurada na bolsa. A blusa caiu. O ponto estava lotado. Ninguém abriu a boca pra avisá-la. Achei mais eficiente pegar a blusa e correr atrás dela. Foi o que fiz.
Realmente as pessoas estranham a gentileza. O mundo está egoísta. Por que alguém seria gentil? Faz bem pra mim e tenho certeza que fez bem a ela, mesmo que eu não tenha ouvido isso.
Outro caso foi no ônibus. Costumo dormir de pé quando estou no ônibus. Infelizmente é algo que não controlo. Essa semana isso aconteceu e tinha um rapaz sentado na minha direção lendo. O fofo levantou e eu sentei. Ele não se dirigiu a mim, nem desceu. ????? Sentei e dormi. Quando ia descer, lá estava ele de pé lendo. Ele levantou para eu sentar (é o que eu acho) , não me disse nada, mas fiquei comovida.
Vou continuar praticando a gentileza também e comemorando sempre que presenciar outros praticando.
Adorei conhecer vc, Tânia e me aproximar de Silvia, que já conhecia. Espero que esses encontros sejam mais frequentes.
Bjos
Eu também tento ser gentil. E reconheço e agradeço cada gentileza que recebo. Mas devo admitir que às vezes cansa. A senhora que cobra o almoço aqui na UBI é uma grossa incapaz mesmo de responder ao "Boa tarde" e "Obrigada" que não só eu, mas muitas pessoas lhe dizem todo dia. Ela não se dá nem o luxo de rosnar alguma coisa em resposta. Olha de cima até embaixo e lança seu olhar de desprezo. Alguns dias estou meio atravessada e quando recebo o olhar 43 logo no "bom dia", rosno praticamente gritando o "Obrigada", não por gentileza, mas porque minha mãe me ensinou. Sim, eu sei que isso também não é legal.
Eu acredito muito na gentileza. E acredito também que é uma das formas fáceis de fazer a coisa certa. Não custa e é extremamente gratificante =)
A impressão que eu tenho é que, à medida que a população do mundo aumenta, as pessoas ficam mais sozinhas... Estranho, não é? Sempre atribuí isso à correria, à competitividade, à falta de educação; mas nunca tinha pensado na falta de gentileza... Explica muita coisa também!
Beijos.
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