quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

Gente sem noção

Acredito que depois do trabalho, só um edifício residencial consegue ser o maior reduto de gente sem noção. Moro no 5º andar de um prédio de 7 andares, no ap exatamente em cima de mim, mora uma família com crianças que andam de patinete dentro do apartamento e onde o homem da casa toca bateria, no andar de baixo moram mulheres em uma rep´s.

Outro dia, eu e meu marido estávamos almoçando quando o interfone tocou, uma mulher muito brava se identificou como uma das moradoras da rep’s e começou a falar para o meu marido: “Olha, eu já estou de saco cheio, ando cansada precisando dormir, vocês metem demais, quase todo dia é muito barulho, ontem a noite foi a gota d’água, pra quê fazer tanto barulho? Não agüento mais!” Meu marido começou a rir e respondeu:”Deve estar havendo algum engano, eu até gosto de fazer isso aí que a sra falou só que sem barulho, mas ontem a noite não éramos nós, porque eu extraí um dente do ciso e passei a noite a custo de analgésicos”. A mulher deve ter ficado com vergonha e desligou o interfone.

Eu fiquei muito brava, queria ir ao ap dela brigar, porque imagina se ela espalhasse essa história, as pessoas quando me encontrassem no elevador iriam afastar as criancinhas de mim, me olhariam como se eu fosse uma pervertida e pensariam: ”sua metedora!” Meu marido nem deu bola, pois afinal o máximo que pensariam dele era:”esse cara é um garanhão com uma cama bem barulhenta e uma mulher bem feliz!”

Ficamos intrigados do que poderia ser o tal barulho que a mulher se referia e nos lembramos que na noite que ela citou, nós também ouvimos bastante barulho no andar de cima, mas era o cara tocando a bateria que fazia TUM-TUM- TUMTUMTUM-TUM..., que parecia uma cama batendo na parede...

Depois de alguns dias, quando minha raiva estava quase passando, eu e meu marido deitamos para dormir e começou o mesmo barulho, quando já estávamos quase descendo pra falar com a síndica, tocou a companhia, era a mulher da rep’s de camisola e roupão de seda, ela foi entrando insinuando que nós estávamos fazendo o tal barulho, quando meu marido a chamou para ir até o quarto, lá estava eu, vestindo um pijama super comportado, deitada na cama sozinha e aquele barulhão no andar de cima! A mulher não sabia onde enfiava a cara!

Bom, resumindo, ela conversou com a síndica, que conversou com os moradores do andar de cima e o barulho até que reduziu, mas de vez em quando ainda decide atrapalhar o nosso sono. Quanto à vizinha, ela não olha mais na nossa cara.


Débora está cansada de morar em apartamento e de gente sem noção, não vê a hora de se mudar para uma casa onde não tem que dividir seu teto e as paredes, com outras pessoas que não são da sua família.



3 comentários:

Gisele Lins disse...

Hahahaha, muito bom, Débora, muito engraçado esse teu texto! Pude ver a cara de tacho da mulher, hahahaha!
Um beijão pra ti!

Paula disse...

Eu sei exatamente o que você está sentindo, Débora! Eu também não vejo a hora de mudar para uma casinha!
Costumo dizer que, em apartamento, sua privacidade é compartilhada do primeiro ao último andar, principalmente por quem não tem o que fazer!
Mas a cara da mulher deve ter sido hilária!
Adorei o texto!

Sisa disse...

Eu ri demais lendo esse texto! Fico imaginando a Débora no elevador acuada e todo mundo olhando pra ela com cara de "sua metedora!" hahahaha...

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