quarta-feira, 24 de outubro de 2007

Doenças da vida moderna

Dia desses recebi em e-mail de uma pessoa muito especial, intitulado “Como evitar a formação de células cancerosas”. Normalmente não leio estes e-mails, porque vira e mexe pesquiso nos sítios sobre diversos assuntos, inclusive as razões tão aleatórias de surgimento de um câncer (estas pesquisas são uma via de escape, uma maneira de exercitar minha mente de uma forma diferente da qual ela é exigida todo dia). No entanto, em se tratando da pessoa que enviou o e-mail, uma moça linda que, por volta dos 30 anos, teve câncer de mama, precisou inclusive fazer mastectomia e superou tudo, com muita perseverança e amor incondicional de sua mãe e de seu marido, resolvi ler o e-mail.

É um texto bastante esclarecedor: descreve os hábitos saudáveis que ajudam a evitar a formação de um câncer (veja bem, “ajudam”, ou seja, não há garantias, infelizmente). Entre tais hábitos, está uma alimentação balanceada, rica em grãos, frutas e carnes brancas e pobre em açúcar, sal, carnes vermelhas e cafeína. Isso todas nós, mulheres, por razões estéticas ou de saúde, já estamos carecas de saber!

O que mais me chamou a atenção foi um parágrafo escrito no final do texto, dizendo “Câncer é uma doença da mente, do corpo e do espírito. Um espírito pró-ativo e positivo ajudará o guerreiro do câncer a ser um sobrevivente. Raiva, inclemência e amargura põem o corpo em estresse. Aprenda a ter um espírito clemente e amoroso. Aprenda a relaxar e a desfrutar a vida”.

Eu parei e fiquei pensando, pensando, pensando. Cheguei a uma conclusão óbvia, porém difícil de se seguir: a receita para ao menos inibir a formação de um câncer, doença tão devastadora e impiedosa, é o equilíbrio. Equilíbrio entre corpo, mente e alma, “mens sana in corpore sano”, sabe? E tem que ser uma combinação harmoniosa entre eles. Não adianta cuidar do corpo com uma alimentação perfeita e aloprar com qualquer “assuntinho” banal ou ser uma máquina zen de mastigar baboseiras. Os excessos catalisam as ditas doenças da vida moderna, como estresse, depressão, câncer, que além de poderem coexistir, normalmente o fazem...

Acredito que olhar criticamente para a maneira como se vive pode elucidar os hábitos que ajudam a combater estes males modernos. Em tempos de correria como os de hoje, tornou-se quase utópica uma vida com princípios e sentimentos arraigados, girando em uma velocidade um pouco mais lenta e sem carregar um baú amargurado no lugar do coração. Ter prazer em olhar um pouco mais para o verde das folhas, o colorido das flores, em ouvir melhor o barulho das ondas, o cantar dos pássaros e em sentir o cheiro de chuva molhando a terra e o calor insubstituível da pessoa que está a seu lado acabou se tornando um luxo.

É aí que erramos e erramos feio! Estes pequenos hábitos por si só já valeriam a pena praticar, sem qualquer justificativa, simplesmente porque fazem bem. Imagine se eles ainda puderem ser um auxílio, uma proteção contra as conseqüências deste caos em que a vida moderna pode ser resumida. Vamos, tente! Não custa nada inserir pequenas mudanças no dia-a-dia (significativas em longo prazo) e só traz benefícios!

Até a próxima!


Paula admira pessoas que não se deixam abater e sabe que amar a vida é fundamental para vencer nesta selva de pedra em que vive. Escreve aqui toda quarta-feira.


8 comentários:

Anônimo disse...

Oi Paula,

Realmente as vezes acho que a vida moderna nos trás menos benefícios do que imaginamos...Se olharmos para trás, no tempo dos nossos avós e até pais, percebemos como eles sabiam ser mais felizes, com simplicidade, com naturalidade. Hoje, com tanta correria, nos esquecemos de pequenas coisas, que fariam uma grande diferença na nossa vida, se lembrassemos que elas estão bem ali, ao alcance de nossas mãos... é um belo texto para pararmos e refletirmos um pouco... Bjs.

Sisa disse...

Oi Paula,
Eu tenho a tendência de querer cuidar da cabeça e largar o corpo de lado. Vira e mexe reparo nisso, mas antes que consiga mudar meus hábitos já esqueci disso de novo. E infelizmente eu sou uma máquina de mastigar baboseira que alopra com qualquer assuntinho banal...

Andrea disse...

Oi, Paula

Olha eu aqui, dando um tempo nas férias, por causa da chuva que não pára... :(

Eu ouço sempre falar sobre esse negócio de que amargura, rancor, pessimismo diante da vida podem causar câncer. Não quero diminuir a importância de se ter sempre uma atitude positiva diante da vida, sem rancores, sem mágoas (que nada de bom trazem), mas acho meio cruel colocar as coisas assim, dessa maneira.

Acho que a pessoa que tem um câncer já sofre demais com a doença. Há muitos que a superam, mas há um número imenso também de pessoas que sofrem muito com ela e acabam sendo levadas por ela... E falar pra essas pessoas que a atitude delas diante da vida é que lhes causou uma doença tão dura e tão sofrida é muita crueldade. Você não acha?

Eu sei que não foi nada disso que você quis dizer, sei que quis apenas salientar que devemos buscar o equilíbrio, pra viver mais e melhor.

Mas, minha mãe, quando ainda era viva, teve que ouvir de algumas pessoas que a doença dela, no final das contas, era culpa dela própria, por ter guardado rancor do meu pai (de quem se separou quando eu tinha 9 anos). Eu posso com uma coisa dessas??! Aí, fiquei consolando a coitadinha, dizendo que não era nada daquilo. Ela, uma mulher forte, hiper batalhadora, e que foi acometida por doença tão triste, não merecia ouvir aquilo. Quanta insensibilidade de algumas pessoas, né?

Beijão.

Paula disse...

Oi Andréa!

Que pena a chuva, ainda ontem pensei em você e como estava se arranjando com ela...
Olha, Andréa, eu sei que o que desencadeia um câncer ainda é um mistério, sem dúvida, e que a resposta para isto está mais na medicina que em qualquer outro lugar.
Eu imagino o quanto deve sofrer uma pessoa com câncer, e não acho que a solução seja mesmo apenas ser positivista o tempo todo e ter uma vida regrada. Realmente é muito injusto dizer a alguém que ela é responsável por uma doença ainda tão pouco conhecida, muita crueldade!
Eu só quis dizer mesmo que o equilíbrio otimiza qualquer passagem nossa pela Terra, sabe? Viver bem e em paz é fundamental, independente de justificativas.
Pensei em quantas pessoas passam a vida fazendo terapia porque não conseguem "se desapegar" de algo e eu já acho isso uma doença, da mente, que pode ou não acarretar conseqüências no corpo. Não que a pessoa seja culpada, apenas está doente e esta doença não curada pode ou não refletir em seu corpo.
Jamais pensaria que uma pessoa busca um câncer, jamais! Dizem que é ele quem escolhe a pessoa, talvez seja, por isso eu acho que qualquer arma que nos tire da alça de mira já ajuda...
Eu não quis jamais magoar ninguém, está bem? Ainda mais você, sabendo tudo pelo que passou...

Beijos.

Andrea disse...

Paula,

Depois que li sua resposta, achei melhor vir aqui esclarecer de novo. Não quero ser mal interpretada...

Quase que não escrevi o comentário, porque fiquei com medo que você pensasse exatamente isto - que eu estava chateada com o que tinha escrito. Mas não foi isso não!!! Eu só quis mostrar o lado de quem passa por esta situação e ainda tem que escutar de algumas pessoas que sua conduta e comportamento diante da vida é que ocasionaram tudo... Uma pena ter gente tão insensível.

Eu acho que, sim, é importante ter atitude positiva diante da vida. Eu mesma aplico isso na minha vida e acho que vale muito mais a pena que ficar se lamuriando, ou guardar rancor, raiva, coisas que não levam a nada, só fazem mal.

Mas acho que as causas de uma doença tão complexa não podem ser tratadas de maneira tão simplista, como algumas pessoas têm feito por aí. Se fosse fácil assim, estava tudo resolvido, né? Seria a descoberta da "vacina" contra o câncer, não é mesmo?

Me desculpe se me fiz entender mal. Espero, eu, que não tenha ficado chateada com meu comentário.

Beijão da amiga que muito a admira.

Angel disse...

Ser positiva o máximo de tempo possível seria ótimo. Ainda não cheguei lá...mas com muito exercício espero ficar mais saudável. E acredito mesmo que o estado de espírito pode espantar ou atrair alguns males.
Texto muito esclarecedor.
bjos!

Paula disse...

Andréa,

Eu não fiquei chateada! Realmente só não quis geral mal entendido... Você não me magoou e eu não a magoei, tudo está esclarecido e os pingos nos "is", certo rsrs?
Você sempre pode comentar o que quiser; não tem enrosco comigo! Prezo demais sua amizade!

Beijo grande de quem a admira um tantão enorme mesmo!

Advokete disse...

Eu tenho uma amiga que viveu um momento difícil, deprimida, triste, não comia e escondia sua beleza na melancolia. Essa amiga criou forças, buscou ajuda, se superou e hoje é uma linda mulher, com seus dilemas, como todas nós, mas sincera com ela mesma, mais serena, com mais amor próprio. Foi esta amiga quem me mostrou um livro há alguns anos. Não sou chegada em auto ajuda, nem acho que isso realmente funcione. Mas li o livro e acho q ele tem fundamento, apesar do objetivo de auto ajuda que eu tanto menosprezo: Quem ama não adoece. Não acho que doença alguma seja só fruto do meio ambiente, genética, somatização. Mas que o amor em sentido amplo facilita a vida, ah, isso facilita.

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