segunda-feira, 29 de outubro de 2007

Três Tempos

Sempre havia gostado de física na escola, apesar de diversas vezes não entender o que os professores explicavam, quando entendia, gostava. No entanto Anastácia não colocava muito em prática o que apreendia na escola, aliás, até colocava, mas tudo ao contrário.

Por volta dos seus onze ou doze anos Anastácia gostava de fazer fogueirinhas, com tudo, papel, plástico, mato,....., enfim, o que pegasse fogo; não chegava a ser nenhuma incendiária, mas gostava de ver o fogo trepidar. Obviamente algo aconteceria para que ela definitivamente pensasse duas vezes antes de acender o fósforo, e aconteceu.

Em seu quarto, lugar menos propício não existe, na sua lixeira de ACRÍLICO, mais anta impossível, Anastácia ateou, e logicamente o fogo subiu, lindo e majestoso, claro, tudo no ambiente era favorável para entrar em combustão. Até que Anastácia percebeu que sua lixeira também estava pegando fogo e derretia, afinal era de acrílico, ou seja, algo que parece um plástico duro. Bom, para completar o show de desastres, desesperada Anastácia pensa – preciso de algo líquido, afinal água é líquida logo líquido apaga fogo – hahaha, mera ilusão; Anastácia encontra rapidamente um desodorante spray e PÁ, pulveriza a lixeira que, aí sim, vira uma fogueira. Só então Anastácia teve um raciocínio um pouco mais lúcido – o fogo acontece por que tem oxigênio logo tenho que tirar o oxigênio dali – e enfia o pé, de sapato é claro, dentro da lixeira e finalmente o fogo se apagou, mas a lixeira, essa nunca mais foi a mesma.

Já com seus dezessete anos, Anastácia apronta outra, também sem querer, pois ainda não tinha o hábito de pensar antes de fazer. Tinha feito um chá, mas queria chá gelado, então, logicamente, era preciso colocá-lo na geladeira, claro. Anastácia com toda sua frescura feminina escolhe a jarrinha que mais gostava para colocar o chá QUENTE na geladeira. Até aí, tudo bem, mas a tal jarra era de cristal e não agüentou o tranco do líquido pelando, CRECK, rachou todo o fundo circularmente; pra completar a asneira Anastácia levanta a jarra pela alça e SPLASH, vai chá quente por toda a cozinha.

E a última foi recente, só que nessa Anastácia realmente se esforçou em analisar a situação antes de fazer, digamos um experimento. A lâmpada de seu abajur, por estar acesa já há algum tempo, estava produzindo uma fumaçinha. Curiosa Anastácia ficou olhando e pensando – dá até pra fritar um ovo ou será que se eu jogar uma aguinha vai produzir vapor e talvez mais fumaçinha? – hummm, o raciocínio não parecia lógico, mas lá foi, cuspiu e a lâmpada explodiu bem na sua cara, ainda bem que pelo menos os reflexos do corpo são mais ágeis do que nossas idéias e, Anastácia, então, fechou os olhos a tempo de não receber nenhum estilhaço.


É Anastácia ainda está longe de entender de física, mas pelo menos estas três experiências ela não repete mais.



4 comentários:

Angel disse...

Anastácia é curiosa, só isso. E engraçada também. Adoro ler suas histórias.
A trapalhada que fiz quando criança foi lavar um copo, deixar ele escorregar da minha mão, tentar pegá-lo para não espatifar na pia, não conseguir o feito e conseguir um rasgão no dedo que sangrou, sangrou, sangrou... Hoje ele é um sinal (quase um til)visível no meu dedo.
Abraços!

Sisa disse...

Oi Silvia,
Se te consola, a Sisa também está longe de entender física, mesmo com um diploma de física na gaveta. Mas cuspir na lâmpada realmente foi a coisa que mais me fez rir nos últimos tempos. Que cena! Ainda bem que você não se machucou, rs.
Beijinhos

Unknown disse...

Tem gente que se puxa mesmo não é?
rs
mas fazer o que se a gente prefere aprender pela dor?
Muito bom!

Paula disse...

Oi Anastácia!
Concordo com a Angel, sua curiosidade é grande! Só tome alguns cuidados daqui para frente, porque ainda bem que não se machucou com a lâmpada.
Quanto à física, nem os físicos mesmos se entendem ou a entendem em sua plenitude... Posso dizer porque sou prova viva disso rsrs!

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